Capítulo 9

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-Vamos simplificar as coisas - digo e abro um pouco mais a porta - Eu não quero me envolver com você! E eu não quero criar um conflito entre nós dois por isso. Eu quero só... eu quero que a gente seja amigo e que você esqueça o que aconteceu.  

Ele se aproxima e encosta o braço no batente da porta, me olhando. Sua expressão é neutra e eu tento entender porquê ele está aqui depois de tudo aquilo. 

-Bem, eu entendi isso na primeira vez que disse, estou aqui como seu amigo te chamando para sair - dá de ombros e eu cerro os olhos em sua direção - O que? - tenta não rir mas acaba falhando. 

-Você não tem tão boas intenções, Harry - provoco e ele finge estar ofendido.

Harry tira o peso de um pé e suspira se espreguiçando na minha frente. Ele é realmente quase 20 centímetros maior que eu quando está com a postura correta. Meu olhar desce de seus olhos até sua boca e não sei como ele consegue ter os lábios mais rosados que já pude ver. Quando ele se mexe novamente eu desvio o olhar e percebo que estava segurando a porta com força demais.

-E então, como vai ser? - pergunta voltando a rodar a chave entre os dedos. 

-Não posso sair, eu disse à minha mãe que ficaria aqui - afirmo e ele dá de ombros. 

-Ficamos aqui então - diz e eu inclino a cabeça de lado. 

-Você é inacreditável - digo e ele sorri, afirmando - Não, eu não quis dizer isso que o seu ego fez você entender. Quero dizer que é um chato insistente. 

Harry bufa e segura a porta, forçando-a contra o meu corpo do outro lado da madeira. Eu forço de um lado e ele de outro. Seus olhos estão queimando em meu rosto e ele quase esboça um sorriso mas avança até mim e quase me dá um beijo, o que faz com que eu me afaste e solte a porta para evitar nosso contato. 

Ele joga a chave no aparador e olha em volta enquanto eu cruzo os braços. Seus olhos acompanham todo o meu corpo e ele ergue as sobrancelhas enquanto fecho a porta. 

-Gostei da roupa - aponta para o meu moletom e eu levanto o mesmo, mostrando que estou de short - Ah, sem graça. 

Ai, Deus, isso vai ser um desastre.

-Bela casa - diz, caminhando até a sala mais baixa onde fica a televisão - Onde estão os seus pais? 

-Saíram - digo e ando atrás dele. 

Harry senta no sofá e estica as pernas, colocando os pés em cima da mesa de centro. Minha mãe ficaria louca se o visse fazer isso, eu tenho certeza. Ele me olha e bate no espaço vazio do seu lado no sofá mas eu acabo sentando na poltrona que está em sua frente. 

Por que ele quer que sejamos amigos? Nós - certamente - pulamos essa fase. 

-Está me evitando mesmo quando estou a menos de um metro de você - diz em um tom mais baixo e eu nego - Não começa com isso. 

-Isso o que?

-Essa sua mania de mentir porque não quer falar a verdade do que sente e do que faz. 

-Desde quando sabe das coisas que eu sinto, Harry? - pergunto e tento não parecer tão na defensiva - Nós nem-

-Nem nos conhecemos? Vai continuar achando que a gente não se conhece, Barb? Você não sabe que não é assim. 

-Sim - digo, mas não estou levando a sério nada do que ele está dizendo. 

Harry coloca os cotovelos nos joelhos e me olha como se estivéssemos tendo um tipo de conversa muito séria. Eu não sei onde ele começa a falar sério e onde começa a acabar com a minha sanidade mas sei que passeia pelos dois sem nenhum problema. 

RAY | H.S.Where stories live. Discover now