Capítulo 23

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Recapitulando: O casamento aconteceu e o capítulo anterior acabou na parte em que eles foram dormir. Não me matem pela demora.

Voltar para Londres parecia uma melhor opção do que eu imaginaria antes. Era um pouco mais estranho estar no carro com Zayn mas eu definitivamente poderia superar isso depois do que Harry me contou. Apesar de não sermos capazes de nos manter afastados - trocando beijos e algumas carícias - Harry pareceu saber o que estava fazendo ao evitar transar comigo. Agora, de ressaca, eu entendo o porquê.

Nós parecemos nos encaixar bem no silêncio. Não precisamos conversar muito durante o café e o beijo tímido que me deixou no rosto antes de entrar no carro de Brooke com Liam significou muito mais do que eu poderia pensar. A estrada, apesar de curta, parece um pouco mais longa enquanto eu me sinto ansiosa. Mas desta vez é diferente, a ansiedade no meu peito é simplesmente pela curiosidade. Quero saber como vai ser daqui para frente e preciso respirar fundo e deixar todos os meus pensamentos exacerbados de lado.

Agradeço por ser deixada primeiro quando chegamos à Londres e percebo como Zayn simplesmente me olha pelo retrovisor e não diz nada. É uma pena que se sinta assim mas não posso me anular por ninguém. Saio do carro e dou risada. Não é uma risada de quem está se divertindo, é uma daquelas risadas onde você mal pode acreditar no quanto tudo parece irônico.

Está um silêncio absurdo quando entro em casa e chamo pela minha mãe mas ninguém responde. Subo e tiro tudo da pequena mala, separando a roupa suja no cesto. Olho no relógio e só então me lembro que ainda é domingo e que vai completar quatro da tarde. Me enfio no chuveiro e pela primeira vez em muito tempo ligo o som das caixinhas espalhadas pela casa. O assoalho é quente contra os meus pés e ouço o aquecedor funcionando de forma quase salvadora. Tenho certeza que pela neblina, está frio demais lá fora.

Enquanto coloco as roupas na máquina, separando-as por cor, ouço o som da porta da frente e vou até a cozinha ter certeza de que são meus pais. Mamãe sorri quando me vê e papai parece satisfeito. Vou até eles e recebo um beijo da minha mãe no rosto, junto de um "bom te ver". Eles tem sacolas nas mãos e meu estômago instintivamente ronca sabendo que as compras foram feitas para o mês.

-Como foi o passeio? - papai pergunta, tirando as embalagens das sacolas de papel.

-Ótimo! O casamento foi lindo e me fizeram entrar - digo e mamãe arregala os olhos - É sério, entrei como uma daquelas pessoas... como chamam?

-Dama de honra? - papai pergunta rindo.

-Acho que sim, não sei ao certo - dou de ombros e rio também me lembrando de como minhas mãos suavam.

Conversamos por um tempo e mamãe esquenta uma pizza congelada que compraram no mercado. Ela acaba incrementando tanto que no final está com gosto de pizza caseira. O relógio marca pouco mais de seis horas quando subo novamente para o meu quarto. Confiro meu celular e meu peito desejava que tivesse ao menos uma mensagem de Harry mas ao mesmo tempo repito para mim mesma que preciso ir devagar. Passos de bebê.

Deito e tiro um cochilo. Acordo em pouco tempo e tudo lá fora está escuro, quase levanto mas resolvo continuar na mesma posição. Em pouco segundos meus olhos pesam e tenho algum tipo de sonho psicodélico já que consigo me lembrar apenas de cores e mais nada. Tenho um problema em sempre sonhar e não ouvir som de nada. Sei o que estão falando mas ninguém emite som algum. É quase perturbador.

Me remexo na cama e um barulho faz com que eu abra os olhos. Está escuro então não consigo ver nada mas sei que há alguém no quarto. Quase me desespero mas assim que a sombra emite uma voz, relaxo.

RAY | H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora