RAY | H.S.

Capítulo 18

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-Não tenho certeza se isso é uma boa ideia - inclino a cabeça olhando para Zayn. 

-Eu não entendo nada de arte então não sou a melhor pessoa para te ajudar nisso - ele diz com um sorriso.

Zayn me entrega um quadro e eu encaixo no prego grudado na parede da galeria. Estou a quase uma hora tentando encaixar os quadros da forma certa para a nova exposição. Eu certamente prefiro quando os artistas escolhem a própria organização. Se não participei do processo criativo eu certamente não sei qual a melhor forma de organizar tudo isso. 

-Não quer tomar um café? Vai ficar maluca aqui - diz. 

Solto um suspiro, e depois dou uma risadinha.

-Eu já tive chances maiores de ficar maluca.

Pego outro quadro que está no meio da sala e Zayn me ajuda a encaixá-lo na parede. Faltam quatro e já estou exausta. Harry não apareceu desde o episódio fatídico em casa. Também não ligou e nem mandou mensagem. Quando estive na casa de Liam, no sábado, ele se manteve no quarto com o som ligado consideravelmente alto. De certa forma estou aliviada por ele respeitar o espaço entre nós dois mas algo em meu peito me lembra de que eu queria na verdade alguém que lutasse por tudo isso. 

Quero dizer, não existe tudo isso então talvez eu só quisesse alguém que lutasse por mim afinal.

-Vou aceitar o café mas preciso terminar isso antes e depois posso sumir daqui - digo e ele sorri, afirmando. 

Detesto que as paredes da minha parte da galeria sejam de um rosa forte. É sempre terrível combinar todas as cores de pinturas abstratas e geométricas que chegam até aqui. Depois de fazer Zayn me ajudar a mudar dois quadros de lugar, finalmente termino. Batemos nossas mãos em um cumprimento engraçado e ele sorri, franzindo um pouco o nariz. 

Zayn não sabe mas eu era louca por ele um tempo atrás. Assim que Liam nos apresentou eu só conseguia pensar em como definitivamente queria ficar com ele. Nunca deu certo e percebi que Zayn, apesar de ridiculamente lindo, não é o meu tipo de encrenca. Mas eu definitivamente enfiaria minha língua em sua boca com algum álcool e um pouco de insistência. 

-Posso trocar o café por um bar? - pergunto depois de sairmos do Royal, guardando meu crachá. 

Faço um coque alto no meu cabelo e ajeito minha jaqueta de couro. Agradeço mentalmente por ter me lembrado que estamos no meio de Dezembro e que a temperatura não para de abaixar então a blusa de gola rolê justa e grossa não é tão inapropriada. Encaro minhas Doc. Martens enquanto caminhamos e logo ouço a trava do carro de Zayn. 

-Já que quer um bar, vamos de carro - diz e eu concordo. 

Zayn espera que eu entre para atravessar e entrar no lado do motorista. Uau. Por um segundo isso me parece um encontro mas tento me desvincilhar desses pensamentos. Ele dirige por um tempo até chegarmos no Soho. Para o carro e descemos em um lugar chamado Club 49. Minha primeira reação é querer perguntar se Zayn está me levando para um motel ou algo assim porque o local tem iluminação baixa e luz neon rosa e azul. No lugar de mesas tradicionais o que temos são sofás em couro e alguns em veludo. 

-No mínimo peculiar - digo quando nos sentamos na área onde há pequenas mesas de madeiras com lugar para duas pessoas. 

-Quer ir embora? Podemos-

-Não, não! - digo, rindo de seu desespero - Eu gostei, é diferente. 

Zayn cerra os olhos e lhe envio uma piscadela. Atrás de mim está o balcão do bar e observo quando ele acena para um garçom, que vem prontamente até a nossa mesa. O rapaz me estende um cardápio sofisticado e eu finjo ler.