Halloween

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– Feliz dia das Bruxas! Uhul!

Os convidados iam chegando, pegando seu copo de sangue de virgem, uma bebida de groselha na verdade, e iam dançar. Som alto, bebidas, todo mundo feliz. A noite andava devagarinho, dando tempo para todos aproveitarem.

– Ei! Feliz dia das Bruxas!

– Pra você também, querida! Mas e aí? Quanto tempo ein? Que bom que você veio!

Entre uma risada e outra, as duas amigas começaram a colocar o papo em dia. E, sabe como é...É dia das Bruxas! Como não lembrar das coisas de bruxas?

– Ah, você não vai embora cedo, né?

– Não! Eu vim pra ficar até nascer o Sol! – animada, levantou o copo – Quero me divertir com minhas bruxas! Cadê a nossa panelinha? A gente tem que fazer uma baguncinha!

Encontraram mais duas da velha turma: Alice e Margô. Bebendo Ectoplasma, ou melhor dizendo.... vodca com limão. Atrás delas, havia um belo armário decorado, com todo tipo de coisas que supostamente uma bruxa usaria. A cozinha cheirava a hot dogs.

– Caramba, vão ficar aqui coladas na comida mesmo?

Surpresas em ver a amiga, correram para um abraço coletivo.

– Ana, por que você sumiu? A gente só via algumas coisas suas na internet, e mesmo assim, você quase não respondia.

Disfarçou, evitou falar mais profundamente do assunto. Novamente, levantou o copo, pedindo diversão.

– Você ouviu, Lucia! Então é melhor nós quatro providenciarmos algo! Que tal uma bruxariazinha?

Ana, a amiga sumida, rapidamente surgiu com uma ideia: O tabuleiro ouija!

As outras três ficaram um pouco assustadas, mas...

– Ah, para! É só zuera! Vamos acender umas velas e tirar fotos! Hahahah!

Hahahaha...

Alice pegou um tabuleiro ouija que estava de enfeite no armário, Margô saiu na frente, para achar um quarto vazio. Lucia pegou velas e um isqueiro. E Ana foi atrás.

Acharam um quarto vazio. Devia ser mesmo um quarto para visitantes, já que estava quase sem decoração.

Ana pegou o tabuleiro da mão de Alice e o colocou no chão. Indicou onde acender as velas e...

– Quem é boa em tirar selfies? Hehehe!

Lá se foram conversas sobre os anos que se passaram. Anos corridos. Fotos. E o marido, como tá? Nossa, ele morreu? Acidente em casa, é? Fotos. Mas poxa, gente devia fazer mais essas coisas, né? Vamos buscar mais bebida? Ah não, vai que descobrem a gente aqui? Tô gostando dessa luz das velas! Fotos. Vamos fazer vídeo curto para assustar as pessoas no Whatsapp? Vamos! Hehehe! Mas com o que vamos mexer no tabuleiro? Podemos usar meu copo, só dar uma secadinha nele. Já bebi tudo. Quem vai filmar? Deixa a Alice, ela sabe fazer essas coisas.

Enquanto a moça buscava um bom ângulo para deixar o vídeo aterrorizante, Ana secou o copo e o posicionou no tabuleiro. Lucia colocou a mão sobre o copo e...

– Bora, Margô!

Margô tremia. Estava achando real demais.

– Para, doida, não vamos fazer de verdade. É só um vídeo!

É só um vídeo. É só um vídeo. É só um vídeo. É só um vídeo.

– Ai, Ana... você e essas suas brincadeiras sem graça. Era só umas fotos... – cada vez mais uma tensão crescia. Margô nunca gostou de quando Ana resolvia deixar a brincadeira mais "pesada".

GrimórioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora