Cap. 8 📸

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Detetive Nicolas
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O dia havia sido produtivo, depois que sai do gabinete do prefeito, acabei passando do restaurante central para comer alguma coisa e justo naquele lugar, encontrei ninguém menos do que Gabriel Aragão. Aproveitei que estávamos no mesmo lugar, sem nada para fazer e em horário de almoço e me ofereci para ser sua companhia. Ele não recusou e conseguimos conversar tranquilamente, nada de palavras de baixo calão para me tirar do sério e acabei o riscando da lista de suspeitos.

Renato Camargo foi um pouco mais difícil de conseguir contato. Ele estava viajando a negócios e só voltaria no final do mês. Acabamos conversando por telefone, mas ainda assim não o risquei da lista de suspeitos, eu precisava conversar com ele olho no olho para saber se o que falava era verdade, então esperaria ele voltar. O lado positivo do dia foi que, eu já havia investigado os três primeiros, sendo assim, eu já podia marcar mais um encontro com Kayla para saber sobre os outros de sua lista e, também tinha o jantar com Juliana.

Devo confessar que estava mais ansioso pelo encontro do que pelo jantar, mas ainda assim, tinha que ser cavalheiro e agradecer pelo favor que ela havia me feito mais cedo.

Fui para casa depois do meu expediente, nesse dia tive de recusar a saída para o bar com meus colegas de trabalho e ainda fui obrigado a ouvir chacota em minhas costas sobre sair com uma mocinha dez anos mais nova que eu. Nunca fui preconceituoso em relação a isso, mas, realmente, Juliana era muito nova para mim e eu sempre preferi mulheres mais maduras.

Eu morava em um prédio de classe média, em um bairro perto do centro. Nunca me liguei a bens materiais, sempre achei isso muito superficial, então, mesmo ganhando bem preferia morar em uma casa pequena, mas humilde e cheia de vida. Antes de ser detetive, eu era advogado, se me permitem dizer, era um dos melhores da cidade, mas após o falecimento da minha mãe em um acidente de carro me especializei em investigação criminal, porque nunca acreditei que aquele acidente fora de fato, casualidade do destino. Passei cinco anos da minha vida buscando por respostas e quando não consegui encontrar, dei o caso como encerrado e tive que admitir que, realmente havia chegado a hora dela partir.

Com essa conclusão, me aprofundei cada vez mais no trabalho, minhas saídas eram só aos finais de semana, sendo assim, mulheres eram somente aos finais de semana também.
Nunca quis assumir uma relação séria com alguém, porque a única pessoa que amei a esse ponto, havia me trocado por outro homem. Isso me arrebentou de várias maneiras que eu nem ao menos gosto de lembrar, mas acredito que tenha me ensinado a ser mais forte e, até deveria agradecer isso a ela, foi graças a sua infidelidade e abandono que eu havia me tornado o investigador particular mais procurado do estado.

— Cara, você tem que levar camisinha.

— Não vamos transar. — Rebati ajeitando a gravata.

Carlos riu baixo não acreditando no que acabara de ouvir e, eu não o culpava. Se estivesse em seu lugar também não acreditaria. Já fazia alguns meses que não me deitava com uma mulher, acho que estava precisando desse tipo de diversão
também, o problema era que eu não queria que Juliana criasse expectativas porque eu via minhas noites apenas como sexo casual e mais nada.

— Mas precisa, você está na seca há muito tempo. Isso não faz bem para nenhuma mentalidade machista.

— Sério que eu preciso ficar ouvindo isso de você? — Me virei para dar-lhe total atenção. — Não tem nenhum encontro ou alguém mais interessante para atormentar?

Depois do acidente da nossa mãe, cuidar do meu irmão caçula passou a ser minha primeira prioridade. Meu pai já estava um pouco de idade, então, não queria que ele tivesse que cuidar desse marmanjão, mas isso não dava ao Carlos o direito de falar
sobre minha vida sexual.

— Sim, tenho alguém mais interessante, só que ainda está
cedo.

Minha sobrancelha arqueou e o fitei tentando intimida-lo, mas isso só dava certo quando se tratava de suspeitos, com meu irmão não. Ele sorriu de canto, estava deitado sobre a minha cama e jogava uma pequena bola na parede. Carlos era quinze anos mais novo que eu, sua aparência nada tinha a ver comigo, ele havia puxado mais ao lado do nosso pai, enquanto eu havia herdado tudo o que podia nos lembrar nossa mãe.

— Okay, devo supor que você vai chegar tarde, certo? — Peguei as chaves do carro e caminhei em direção da saída. — Isso é bom, depois do jantar vou com Juliana em uma exposição de telas no teatro municipal.

— Cara, vocês tinham que eu ir para o motel, não a essas exposições sem graça. — Ele rolou os olhos e me tirou um sorriso de canto.

— Nada de mulheres aqui em casa, sabe as regras.

— Sim, senhor! — Bateu continência na intenção de me irritar.

Balancei a cabeça e sai, sempre achei que ele e Juliana dariam um par legal, mas por alguma razão desconhecida por mim, Juliana preferia homens mais velhos e não da mesma idade que ela. E isso, automaticamente, me colocava em primeiro lugar na sua lista de paqueras, não que eu ligasse para isso, por favor, eu era solteiro, livre e desimpedido, claro que se uma mulher me desse bola eu enterraria meu pau nela por uma noite inteira.

Mas Juliana, realmente, não me chamava a atenção como mulher.

Como ela trabalharia até tarde no escritório, decidimos nos encontrar direto no restaurante por volta das 19h00. Eu até cheguei a me oferecer para pegá-la lá, mas ela disse que não precisava, então, fui direto para o nosso local de encontro. Assim que entrei avistei ela sentada em uma das mesas no centro, sorri amigável.

— Estou atrasado? — Tinha quase certeza que havia chegado no horário certo.

— Não, eu acabei terminando o trabalho mais cedo e decidi vim esperar por você aqui. — Levantou para me cumprimentar, deixei um beijo carinhoso em sua bochecha e
puxei a cadeira para que ela se sentasse novamente.

— Está muito bonita! — A elogiei porque isso era uma puta verdade. Juliana estava dentro de um vestido azul marinho, rodado e com mangas longas de renda.

— Grata! — Respondeu constrangida e eu sorri por causar essa reação nela.

O engraçado era que a única pessoa na qual eu gostaria de ver as bochechas vermelhas por vergonha quando falo, nem sequer prestava atenção em mim. Estava tão enfurnada dentro do seu próprio mundo que nem ao menos percebia o que me causava quando estava por perto.

Depois, quando terminamos nosso jantar e fomos cada um em seu carro para a exposição de telas, me peguei pensando naquelas pernas torneadas, da cor do pecado, que combinava perfeitamente com aquela lingerie rendada de cor salmão. Eu iria ficar louco se não visse aquele pequeno tecido de novo.

Estacionei o carro um pouco longe da entrada, já que aquelas vagas eram reservadas para as pessoas da alta sociedade. Encontrei com minha acompanhante na entrada e atravessamos o grande salão movimentado. As pinturas em questão, eram da época da idade média, todas pintadas em alto relevo e a óleo. Algumas acabaram prendendo minha atenção, eram realmente, muito formidáveis. Porém, logo após alguns minutos de nossa chegada, um ponto castanho iluminado me chamou a atenção. Estava de costas e conversava alegremente com um homem mais velho, seu corpo coberto por um tecido que deixava suas curvas a mostra. O vestido era justo até as coxas, logo abaixo ele abria elegantemente com uma fenda. A famosa calda de sereia, assistir aqueles canais pagos quando não
passava futebol, chegava a ser útil às vezes.

Suas costas estavam cobertas e não mostrava nenhum pedaço de sua pele, mas quando ela virou de frente em minha direção, notei aquele decote que quase chegava ao seu umbigo, revelando assim, o molde dos seus seios. Será que ela tinha noção da imaginação fértil que ela alimentava nos homens daquele lugar? Seus cabelos presos em um coque malfeito, com a franja longa solta chegando ao seu queixo.

Ela estava linda. Sexy. Altamente provocante. E estava sorrindo para mim, puta merda!

Por Trás Das Câmerasजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें