Cap.17 📸

55 11 2
                                    

☘☘☘☘☘☘☘☘☘☘☘
Senhorita Mendes
☘☘☘☘☘☘☘☘☘☘☘

— Você parece bem melhor. — Nana riu ao sentar-se ao meu lado na cama de novo.

A enfermeira já havia saído e eu não sabia o porquê, mas mesmo que aquela mulher tivesse tirado sarro da minha cara por várias vezes e me tratado como uma criança, eu tinha gostado dela, tinha gostado do seu jeitinho... ah, como posso dizer... encantador.

— Me sinto melhor, obrigada. — Sorri largo. — Nana, Rafael esteve aqui hoje e se comportou muito estranho.

— Ah, querida, você sabe bem o que ele sente por você...

— Não! — Acabei lhe cortando antes que falasse algo que acabasse com meu bom humor. — Nós colocamos uma pedra no passado, Nana, então não pode usar isso como uma desculpa.

Ela pareceu ponderar minhas palavras e afirmou com a cabeça.

— Bom, também temos a questão da sua imagem nas mídias. Esse seu atentado já repercutiu em todo o país, ele está tendo que lidar com a imprensa de várias cidades, sem contar nos paparazzi que ficam acampados na porta de casa como se fossem urubus esperando pela carniça.

— Nesse caso, eu sou a carniça. — Suspirei irritada. — Nana, você sabe que odeio chamar atenção, ainda mais para coisas assim.

Eu ficava agoniada em saber que não conseguia ter uma vida particular, claro que na minha rotina normal, paparazzi também me incomodam, mas não tanto quanto acostumava incomodar em ocasiões... especiais.

Isso me fazia lembrar do dia em que minha mãe morreu, nem mesmo um enterro decente fomos capazes de fazer. Fãs, imprensa, paparazzi... todos invadiram o local do velório, assim como o caminho até a lápide de minha mãe. Não tiveram um pingo de respeito por ela, ou pelas pessoas que sofriam a sua perda.

Não que eu fosse ser hipócrita e ignorar o que os fãs sentiam, porque o amor de alguns era verdadeiro tanto quanto o meu por ela, mas no caso da imprensa e paparazzi... foi uma total falta de respeito.

— Eu sei, mas você vai sair dessa com a cabeça erguida. — Sorriu, de uma forma que me acolheu a alma. — Estive pensando, você deveria tirar uns dias para você longe de toda essa confusão.

É, sua ideia não era ruim, mas me ausentar por muitos dias poderia deixar as gravações do programa atrasadas, sem contar que eu não tinha onde me esconder, além da minha casa de campo.

— Bem que eu queria, mas não acho que me ausentar seja o certo no momento.

— Só até você se sentir bem o suficiente para lidar com tudo o que está acontecendo. — Colocou a mão em meu rosto e sorriu doce.

— Mesmo se eu quisesse, não tenho necessariamente, um lugar para me esconder.

— E sua casa no campo? — Questionou.

— É afastada, mas não escondida. Todos sabem sobre ela, porque foi aonde minha mãe morou por alguns anos após meu nascimento.

Ela concordou com a cabeça. Se eu fosse para essa casa, acabaria sendo questão de minutos até alguém me encontrar, então não teria adiantado de nada.

— Poderia ao menos tentar, não acha? 

— Tudo bem, vou fazer esse sacrifício por você. — Começamos a rir, mas o barulho da porta se abrindo nos fez ficar em silêncio.

☘☘☘☘☘☘☘☘☘☘☘
Detetive Almeida
☘☘☘☘☘☘☘☘☘☘☘

Sei que poderia parecer muito antiprofissional ou até mesmo rude e grosseiro, mas quando me aproximei da porta do quarto e ouvi as duas conversando, não pude interferir. Talvez, porque eu quisesse saber se elas falavam sobre mim, mas depois, quando descobri o real motivo da conversa, eu coloquei minha mente para pensar.

Por Trás Das CâmerasWhere stories live. Discover now