Cap.11 📸

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Detetive Almeida
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“Cacete, droga de mulher difícil!”. Ela estava tão entregue, queria tanto quanto eu, podia sentir o cheiro da sua intimidade esparramando-se pelo lugar de tão molhada que estava, então o que aconteceu?

Caminhei da cozinha até a sala do meu humilde apartamento, o copo de uísque em minhas mãos e o volume em minhas calças deixava claro o quanto eu estava frustrado. Ela havia me atiçado de todas as formas e depois, sem que eu possa saber o que aconteceu, ela desistiu. Eu poderia passar a noite inteira acordado, pensando no que ela havia sentido ou pensado, mas a verdade era que isso não me ajudaria em nada.

Kayla tinha segredos mais profundos, segredos que ela não queria dividir com ninguém e se ela tinha esses tipos de segredos, então, eu não estava fazendo o meu trabalho direito. Precisaria recomeçar toda a minha lição de casa, deixar os suspeitos de lado e focar em Kayla. Mas algo me dizia que depois dessa noite, as coisas iriam ficar estranhas.

— Nícolas?

Olhei na direção da porta e encontrei Carlos me observando em silêncio. Ainda era cedo, pela forma que ele havia falado antes de sair, supus que fosse dormir fora, mas não. Talvez as coisas para ele também não tivessem dado certo.

— Sua noite foi tão agradável quanto a minha? — Questionei, não havia uma sombra de sorriso em minha boca, também não havia humor em minha voz. Eu estava sério e perdido em meus desejos.

— Você nunca foi bom com ironias, Brow! — Caminhou até o sofá e sentou-se sobre o braço do mesmo. — O encontro com Juliana não foi como esperava?

— Juliana foi maravilhosa. — Comentei e bebi um gole da minha bebida. — O problema foi quando encontramos Kayla na exposição de telas.

Isso me fazia lembrar que eu havia saído sem me despedir de Juliana ou, ao menos avisar que estava indo embora. Naquele momento, eu só pensava em tirar Kayla daquele lugar e ficar a sós com ela. O celular estava no bolso da minha calça, o peguei em mãos e disquei o número de Juliana.

Meu irmão estava atento aos meus movimentos e parecia me analisar, sempre achei que ele levaria jeito como detetive, afinal, ele também tinha uma facilidade muito grande de saber as coisas apenas por observar.

— Nick? Oi! Você está bem?

— Queria me desculpar por tê-la deixado sozinha na exposição.

— Sem problemas. Orlando me fez companhia o tempo todo, demorei para sentir a sua falta. Levou Kayla embora?

— Sim, sim. Ela pediu que eu a levasse e como estou...

— Está tudo bem, Nick. Você é detetive e ela queria proteção para ir embora, é compreensível.

Respondeu calma, acabei sorrindo de canto.

— Tenha uma boa noite, Juliana!

Carlos ainda me observava quando guardei o celular de volta ao seu antigo lugar, bebi mais um pouco de uísque e passei por ele indo em direção ao meu quarto. Eu o conhecia o suficiente para saber que ele começaria a falar asneiras, porque quando se tratava de mulher, era só isso o que ele fazia.

— Você estava com Kayla?

Continuei em meu caminho sem me dar ao luxo de responde-lo, meu irmão era inteligente e entenderia meu silêncio como um sim. O problema era o que ele iria fazer com essa informação.

— Puta merda, mano! — Exclamou, parei com a mão sobre a maçaneta da minha porta e o olhei sobre os ombros. — Vocês transaram?

Eu sabia que isso uma hora ou outra iria sair da sua boca, Carlos conseguia ser muito idiota quando queria, e eu tinha certeza que usaria a informação para me encher o saco.

— Isso não é da sua conta!

— Já vi que não transaram — Rolou os olhos. — Não esquenta, você consegue pegar outra.

— Pare de falar como se as mulheres fossem um objeto descartável. — Meu cenho enrugou mostrando o quão irritado eu estava, mas não acho que era com ele, estava mais para o momento em si.

— Fala como se nunca tivesse feito isso. — Cruzou os braços. — Qual o problema? Está gostando dela?

Bastou aquelas três últimas palavras para fazer meus pensamentos corroerem cada parte do meu cérebro, não podia ser mesquinho ao ponto de não assumir que eu sentia algo por Kayla, mas ao meu ponto de vista, o que eu sentia era apenas atração carnal. Pelo amor! Já deram uma olhada no corpo daquela mulher?

— Isso não vem ao caso, ela é minha cliente e vou tratá-la como tal a partir de hoje. — Passei meu corpo para dentro do pequeno cômodo. — Até amanhã!

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Já era hora do almoço quando um e-mail pulou na tela do computador, passei o mouse sobre ele e cliquei para revelar seu conteúdo. Apesar do remetente ser o mesmo endereço de e-mail de Kayla, não era a sua assinatura ao final do pequeno texto. Aquilo me chamou a atenção, Nana, a governanta dela estava me fazendo um convite informal para passar o final de semana na casa de campo, no interior.

Devo confessar que fiquei um pouco desapontado em não ter sido a própria Kayla em fazer o convite, mas supus que ela estivesse atarefada com seu programa de televisão. Apenas respondi que estaria fora da cidade naquela semana, mas que tentaria estar de volta para acompanha-las.

Quando acordei pela manhã decidi dar uma olhada em todas as informações que eu tinha sobre Kayla e aquilo me fez ver que não tinha o suficiente, eu precisava de mais. Dei alguns telefonemas e fiz mais algumas pesquisas, descobri coisas que haviam passado de sorrateiro por mim e acabei ficando puto comigo mesmo. Mexer no passado de Kayla significava me ausentar por alguns dias e isso no fundo poderia ser bom, precisava colocar minha cabeça no lugar antes de voltar a me encontrar com ela.

— Almeida? — Tirei os olhos da tela do computador e olhei para meu colega de trabalho, nós mal tínhamos tempo para conversar, sempre estávamos enterrados em nossos casos policiais. — Por que seu relatório de hoje deu como inconclusivo?

— Por que não posso concluir algo que está errado. — Levantei, arrumei minhas coisas que estavam sobre a mesa e o olhei. — Vou viajar até o litoral, preciso checar umas evidências, posso pedir um favor?

— Hum —, Ele me observou com atenção. Os anos que trabalhamos juntos fez com que conhecêssemos um ao outro muito bem. — Algo relacionado aquela apresentadora?

— Pode cuidar dela enquanto não estou presente? Só por precaução.

— Você sabe que pode contar comigo para qualquer coisa, só não sei se tenho a mesma paciência que você para lidar com riquinhas mimadas.

— Não a subestime. – Deixei um sorriso maldoso aparecer. Não posso negar que havia pensado a mesma coisa sobre ela antes de começar com as investigações, mas Kayla mostrou-se ser diferente das minhas expectativas, então ela poderia surpreender meu amigo também. — Qualquer coisa me avise.

Deixei sobre a mesa algumas informações que ele deveria saber sobre Kayla antes de se apresentar a ela como seu guarda-costas, eu não queria voltar de viagem e saber que meu amigo estava preso em uma cadeia por tentar matá-la. Kayla tinha uma personalidade forte, isso poderia gerar atritos entre ela e o detetive Cooper, eu esperava que ambos fossem adultos para saber ao menos tolerar um ao outro nesses poucos dias que ficariam juntos.

Por Trás Das CâmerasOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz