Cap.18 📸

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Detetive Almeida
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Mesmo receosa no início, falar sobre isso parecia fazê-la sentir-se melhor e esquecer a baderna lá fora. Sem contar que eu estava tirando informações que pesquisa nenhuma iria me revelar.

— E quanto ao Rafael? Disse que tiveram um relacionamento. — Ela mexeu-se em meus braços, mas apertei seu corpo contra o meu, porque não tinha sensação melhor do que ter ela comigo. Presa a mim.

— Nana quem me aconselhou nos relacionamentos, ela ficou ao meu lado quando me envolvi com ele.

— Seus pais não o aceitaram? — Perguntei curioso, mas em uma das pesquisas que fiz, já havia descoberto a resposta, porém, nada melhor do que confirmar com a própria fonte.

— Ele não foi bem recebido. Você sabe, preconceito idiota. Rafa é negro, e infelizmente, meus pais eram racistas.

— E o que aconteceu?

— Minha mãe ameaçou me tirar do testamento, disse que eu não herdaria nem mesmo o veleiro do meu pai. Eu era nova e isso me parecia o fim do mundo, mas com custo entendi que Rafael não precisava ser meu namorado, porque combinávamos mais como amigos. — Suspirei. — O pior foi que o veleiro, realmente, não ficou para mim.

— Você tem um apreço muito grande por ele, não é?

— Sim! Era do meu pai, sou apegada a qualquer coisa que me lembre ele.

— E Nana? Ela aprovou o seu namoro com Rafael? — Perguntei rígido.

Mesmo que fosse eu quem começou a conversa, já não estava gostando de falar desse cara. Me incomodava. Por alguma razão, tinha algo nele que me cheirava podre.

— Ela sempre me aconselhou a ouvir o coração, e que se fosse da minha vontade levar o relacionamento adiante, que lutasse por isso. Ela sempre foi maravilhosa! E fez a mesma coisa quando comecei a namorar Júnior.

Cocei minha nuca, claramente incomodado com a pronúncia desse nome, porque minhas lembranças me levaram até o dia em que visitei seu gabinete. Ainda sentia vontade de socar a cara desse desgraçado quando me lembrava do que ele disse sobre Kayla.

— Começou a namorar Júnior no início de março do ano passado e alguns dias depois sua mãe faleceu, vocês estavam juntos quando tudo aconteceu?

— Sim. — Ela afastou seu corpo do meu, mesmo quando tentei segurá-la e suspendeu a cabeça para cima a fim de me olhar.

— Isabella também não gostava dele?

— Não se tratava apenas de uma simples antipatia, Júnior é católico e como eu já disse, meus pais sempre foram muito preconceituosos com tudo.

Mesmo que os pais dela estivessem mortos, eu estava feliz em não ter uma religião. Acreditava em Deus, mas não frequentava nenhuma igreja, talvez por passar muito tempo em meu trabalho.

— Alguma vez Júnior e Isabella discutiram? — Ela arqueou a sobrancelha, parecia ter entendido onde eu queria chegar.

Está certo que eu não era o fã número um do cara por diversos motivos, e apesar de ele parecer limpo nessa história, eu desejava o contrário, só para ter a chance de me vingar de tudo o que ele havia feito para mim.

— Não. De forma alguma. Eles se viam apenas em comitês da prefeitura e não trocavam mais do que duas palavras.

— Como é seu relacionamento atual com a Nana?

A pergunta foi meio estúpida porque não era preciso perguntar sobre isso para saber o carinho que havia entre ambas, mas isso me pareceu ser o mais sensato a se fazer, já que eu não conseguiria sustentar por muito mais tempo a conversa sobre Júnior de forma agradável.
E pelo sorriso largo que rasgava a face de Kayla, parecia que eu havia tocado no assunto certo.

Por Trás Das CâmerasOnde histórias criam vida. Descubra agora