14 - O primeiro passeio à Hogsmeade

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-Bem vindas ao prédio mais mal-assombrado da Grã-Bretanha.

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Quando Lupin finalmente entrou na sala, sorriu vagamente e colocou uma velha maleta surrada na escrivaninha. Estava mal vestido como sempre, mas parecia mais saudável do que no dia do trem, como se tivesse comido umas refeições reforçadas. De qualquer forma, Olívia tinha uma certa simpatia por ele.

-Boa tarde -Cumprimentou ele. -Por favor, guardem todos os livros de volta nas mochilas. Hoje teremos uma aula prática. Os senhores só vão precisar das varinhas.

-O quê? -Audrey perguntou, animada. -Sério mesmo?

-Sim, Audrey. -Ele respondeu, gentil.

Olívia jogou o livro na mochila sem um pingo de delicadeza e pegou sua varinha.

-Certo, então -Disse o Profº. Lupin, quando todos estavam prontos. -Queiram me seguir.

Ele levou os alunos por um corredor deserto e virou um canto, onde a primeira coisa que viram foi o Pirraça, o poltergeist, flutuando no ar de cabeça para baixo, e entupindo com chicles o buraco da fechadura mais próxima. Pirraça não ergueu os olhos até o professor chegar a mais ou menos meio metro; então, agitou os dedos dos pés e começou a cantar.

-Iiihh, lá vem. -Murmurou Audrey.

-Ah, eu gosto do Pirraça. -Olívia falou, fazendo-a rir.

-Louco, lobo, Lupin -Entoou ele. - Louco, lobo, Lupin...

Todo mundo olhou na mesma hora para Lupin para ver qual seria sua reação àquilo; para surpresa de todos, o professor continuou a sorrir.

-Eu tiraria o chicle do buraco da fechadura se fosse você, Pirraça -Disse ele gentilmente. -O Sr. Filch não vai poder apanhar as vassouras dele.

Filch era o zelador de Hogwarts, mal-humorado, um bruxo frustrado que travava uma guerra constante contra os estudantes e, na verdade, contra Pirraça também. Mas o poltergeist não
deu a mínima atenção às palavras do professor a não ser para respondê-las com um ruído
ofensivo e alto feito com a boca.
O professor deu um breve suspiro e tirou a varinha.

-Este é um feitiçozinho útil. -Disse à turma por cima do ombro. -Por favor observem com
atenção.

Ele ergueu a varinha até a altura do ombro e disse:

-Uediuósi! -E apontou para Pirraça.

Com a força de uma bala, a pelota de chicle disparou do buraco da fechadura e foi bater certeira na narina esquerda de Pirraça; o poltergeist virou de cabeça para cima e fugiu a grande velocidade, xingando.

-Maneiro, professor! -Exclamou Dino Thomas admirado.

-Obrigado, Dino. -Disse o professor tornando a guardar a varinha. -Vamos prosseguir?

Eles recomeçaram a caminhada, a turma olhando o enxovalhado professor com crescente respeito. Lupin os conduziu por um segundo corredor e parou bem à porta da sala de professores.

-Entrem, por favor. -Disse ele, abrindo a porta e se afastando para os alunos passarem.

A sala dos professores, uma sala comprida, revestida com painéis de madeira e mobiliada com cadeiras velhas e desaparelhadas, estava vazia, exceto por um ocupante. O Prof. Snape estava sentado em uma poltrona baixa e ergueu os olhos para os alunos que entravam. Seus olhos brilhavam e ele tinha um arzinho de desdém em volta da boca. Quando o Prof. Lupin entrou e fez menção de fechar a porta, Snape falou:

OLÍVIA POTTER [3]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora