22 - O Prisioneiro de Azkaban

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-Você se parece com a sua mãe, chega a assustar, mas tem o cabelo daquele veado.

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-Sabe, não sei se você acha que eu sou surda, mas essa capa de invisibilidade não vai impedir que eu te escute respirando.

Ela queria deixar muito claro que tudo estava sob controle, mas parou de respirar assim que o cão negro saiu debaixo da capa de Josh, deixando-a no chão enquanto seus olhos cinzas encaravam fixamente os de Olívia, atentos.

"Os olhos de Lupin não são cinzas."

Olívia deu um passo à frente, fazendo-o dar um para trás.

-Isso não é seu. -Avisou, abaixando-se para pegar a capa do chão, ficando à mesma altura do cão, que rosnou. -Pode parar de rosnar, sei que você é um animago. -Disse. -Meu nome é Olívia e, olha, eu caminhei bastante pra chegar até aqui, o mínimo que você poderia fazer é dizer quem é, não?

O cão deu meia volta e andou a passos lentos para o corredor, disposto a sair dali.

-Você conhecia meus pais, não conhecia?! -Usou como último recurso. Ele logo parou de andar. -Vi você com eles, eram amigos, não eram?

O cão não se moveu, nem ela. Sua mão direita apertava a varinha com força por baixo do sobretudo roxo-escuro, por segurança. Os minutos se passaram sem que ele se manifestasse, até que um mínimo sinal do movimento de sua cabeça indicou que tinha tomado uma decisão, o que deixou Olívia ansiosa. Suas mãos tremiam, embora nem entendesse o porquê de estar tão nervosa. O animal cresceu até ficar alguns centímetros mais alto que ela, era um homem de cabelos negros e desgrenhados que chegavam até os ombros e suas roupas eram velhas e esfarrapadas, ficou claro que ele ficava mais tempo na forma de animal que na de homem pela sua imundice. Olívia esperava não ter reação nenhuma se um dia descobrisse quem o cão era, até porque não conhecia nenhum dos amigos de seus pais, com exceção de Hagrid e, aparentemente, Lupin. Mas quando encarou o rosto de Sirius Black à sua frente foi impossível evitar uma expressão assustada.

-Você... Você é Sirius Black. -Murmurou, sentindo os olhos arderem, mas piscou rapidamente. Não deixaria cair lágrima nenhuma na frente daquele homem, ele era o motivo da sua infância ter sido um pesadelo, de Harry ter crescido com os imbecis dos Dursley, de seus pais terem morrido tão jovens. Ele era o motivo.

-Você era um bebê da última vez que te vi. -Black disse com sua voz rouca, ele não expressava emoção nenhuma, nem mesmo sorria como ela esperava que um cínico fizesse. Apenas se manteve parado.

-Vai ter que me desculpar. -Sua voz soou fria quando apontou a varinha para ele. -Mas não compartilho das suas memórias sentimentais.

-Vai me matar, Olívia? -Tossiu. Talvez fosse uma risada de quem não ria havia muito tempo, Olívia pensou.

-Não, tem muita gente trabalhando duro para que você seja pego, imagine como os aurores e dementadores ficarão felizes.

Os olhos dele se direcionaram para a varinha em suas mãos, fazendo-o respirar fundo.

-Evans. -Disse. -Sua mãe gostaria de saber quem tem a varinha dela.

-Não fale da minha mãe. -Pediu com a voz trêmula, quando ele olhou para ela novamente.

-Ela também costumava usar esse olhar assassino comigo.

-NÃO FALA DA MINHA MÃE! -Gritou, e um lampejo branco saiu de sua varinha batendo contra a parede oposta, Black havia se esquivado a tempo. -Você matou os meus pais, e vai pegar muito, muito caro por isso!

OLÍVIA POTTER [3]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora