15 - Segredo não tão secreto

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-Você consegue ouvir pensamentos?

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A Casa dos Gritos era o local mais mal assombrado da Grã-Bretanha. Assustadora, com janelas fechadas e um jardim que havia crescido demais, com um ar de mistério que o rondava.

-Adorável! -Audrey comentou, com um sorriso irônico, antes de dar uma volta ao redor da casa velha. -Gente, as tábuas tampam todas as entradas.

-Vamos explodir. -Josh disse, inalterado, como se não houvesse nada demais em uma explosão.

-Engraçado, Burnier, muito mesmo. -Audrey forçou uma risada, que se desmanchou ao longo do silêncio que veio em seguida. -Espera! O QUÊ?

-Só uma explosãozinha de nada, Audrey. -Olívia sorriu, inocente, piscando os olhos para a amiga e tirando a varinha de dentro do casaco roxo-escuro que ia até os joelhos.

-Ei, Olívia, quem disse que você ia... -Sua voz foi apagada pelo som que a pequena explosão de Olívia provocou, fazendo-a sorrir, contente por ter funcionado e a casa ainda estar de pé. -...Te odeio.

-Não odeia, não. -Riu

O feitiço não era forte o suficiente para destruir a porta, mas foi o bastante para arrombá-la e quebrar as várias tábuas que a tampavam.

-E aí? Quem entra primeiro? -Audrey perguntou, curiosa, mas ainda assim, com medo.

-Leõezinhos medrosos. -Josh riu, ultrapassando as duas, que reviraram os olhos.

Os três acenderam as varinhas e percorreram o local, em silêncio. A sala era bastante mofada, inclusive os móveis velhos, o tapete era cheio de buracos e se espalhavam pelo lugar aranhas e vermes mortos. Audrey seguiu pelo corredor atrás das poltronas em formato de meia-lua que devia levar à cozinha enquanto que Olívia encarava um buraco no canto mais afastado do cômodo. Não havia luz do fim do túnel, de modo que, se aquilo levava a algum lugar, era impossível ver aonde.

-Aonde será que isso leva? -Josh deu um passo à frente, mas Olívia segurou seu braço.

-Não é uma boa hora pra descobrir.

-Tá bom, mas ainda vamos entrar. -Disse, sorrindo, enquanto seguiam para as escadas.

Os passos de Audrey se aproximaram e os três se dividiram entre os três cômodos do andar de cima. Uma cama de dossel magnífica, embora empoeirada, estava no meio do que parecia ser um quarto, havia manchas no chão e a tinta estava bastante desgastada, descascando das paredes.

-Não tem água encanada. -Sua amiga disse, entrando no quarto. -Só aranhas, aranhas em todos os lugares, Rony iria adorar. -Riu, de bom-humor, provavelmente aliviada por ser só uma casa velha. -Não é como na minha fantasia de casa mal-assombrada.

-Não, mas ainda podemos inventar dizendo que "Quase fomos mortos por fantasmas!", "Lutamos com uma aranha mutante", coisas do tipo. -Josh disse, parecendo empolgado com a ideia.

-Tenho alguns doces da Dedosdemel, comprei antes de me arrastarem pra cá, querem? -Audrey ofereceu. Os três se sentaram no chão do quarto por onde haviam entrado, depois de Josh usar um feitiço pra limpar a superfície imunda, e então começaram a devorar os doces.

OLÍVIA POTTER [3]Where stories live. Discover now