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• Eric •

Ela era um mistério. Eu vi a surpresa passar por seus olhos, o temor e então ela se pôs em posição de luta. Naquele instante, tive certeza de que ela não deixaria que eu a abatesse tão rápido.
Retirei meu colete, estalei os dedos e fiz um gesto para que ela soubesse que a luta havia começado. Ela nunca é a primeira a atacar, eu tenho observado. Maria cerca, observa e se esquiva do primeiro golpe do adversário, acertando suas costelas ou seu estômago. Eu não faria isso.
Como o esperado, ela me rodeia e se cansa de esperar. Quando vem me atacar, ergue o braço direito e eu me preparo para bloqueá-la, mas ela me atinge com um golpe no rosto com o braço esquerdo. Feito isso, me atinge outro soco no rosto e chuta minha costela. Eu seguro sua perna na lateral do meu corpo e a jogo longe, fazendo seu corpo voar e rolar pelo ringue. Me ajoelho por cima dela e começo a distribuir golpes por seu rosto, mas ela me agarra num golpe com as pernas e me dá uma chave certa, sufocando-me. Sinto a pressão na cabeça, mas isso não me impede de ver o sangue que sai pelo seu rosto e o queixo já inchando.

— Força, Maria! — ouço Drew berrar na beira do ringue

Isso sobe meu ódio. Começo a me debater e, aos poucos, fico apoiado em um joelho enquanto ela permanece me apertando na chave.
Ergo meu corpo, levando seu corpo com o meu, e a forço contra o chão, batendo suas costas e cabeça no tatame. Repito o ato mais duas vezes e, com a mão livre, acerto seu nariz duas vezes. Ela urra de dor e chuta meu tórax, fazendo com que eu desequilibre e me afaste dela.
Ela se afasta se arrastando, mas logo se põe de pé. Vejo dor em suas feições e lágrimas em seus olhos.

E então acontece.
Ela surge feito um furacão pra cima de mim. Toda a raiva substituindo a concentração.

Sinto o primeiro soco atingir a maçã do meu rosto, o segundo atingir a lateral do meu olho, o terceiro atinge meu estômago e o quarto... Bom, quem sentiu o quarto foi ela.
Eu atinjo seu estômago com força. Muita força. Quando a vi ficar sem ar, a joguei no chão, distribuí dois chutes em sua barriga e pisei em seu rosto. Senti suas unhas cravarem em minhas canelas, até que ela não ofereceu resistência mais. Ela havia apagado.
Me abaixo perto dela e fico encarando seu rosto. Ela está acabada.

— Tris, pontos extras! — minha voz soa firme — Quatro, leve a Hippie para a enfermaria. Alice vai ter muito trabalho com ela. Drew e Peggy, pro ringue!

Minhas ordens foram claras.
Me levantei e vi Quatro colocar o corpo de Maria nos braços, saindo dali sem olhar para ninguém. Tris parecia que ia explodir de tão vermelha e Drew fez o favor de ficar no meu caminho nos dois degraus do tatame. Ele me encarava como se estivesse pronto para me matar sufocado. Lancei-lhe meu melhor olhar mortal de indiferença, o driblei e desci, saindo dali com a imagem do corpo mole dela nos braços de Quatro assombrando minha mente. Isso pesou na minha consciência.

Estranho.

Fazia tempo que nada me afetava.

***

— Você tem merda na cabeça? — Joanne me grita e, apesar da nossa amizade, apenas olho feio para ela e ela se cala

— Eric, por favor, me explique o motivo de você ter mandado nossa quinta melhor inicianda para a enfermaria. — Max me olha sério, fazendo o possível para não socar minha cara

— Coisas. — dou de ombros

— Ela te desafiou?

Danificado - Divergent Fanfictionحيث تعيش القصص. اكتشف الآن