Danificado - Divergent Fanfiction

042

• Eric •

Quatro e eu seguimos Nita por entre os corredores do complexo até chegarmos a uma ala subterrânea, com corredores menos iluminados e menos movimentados. Durante todo o percurso, ficamos em silêncio.
Nita para próximo ao fim de um corredor sem saída e puxa uma lanterna da cintura, entregando-a na mão de Quatro.

— Será que agora eu posso perguntar que merda vocês dois estão aprontando? — murmuro

— Eu não estou aprontando nada. — Quatro se defende

— Este Departamento não é o que parece. — Nita nos olha — Todos os dias, vários crimes são cometidos contra os geneticamente danificados e eu posso provar isso.

— E o que você quer que façamos? — ergo uma sobrancelha

— Agora, quero apenas dar a oportunidade de verem como é o mundo fora deste complexo.

— E o que você ganha em troca? — Quatro pergunta, me fazendo pensar se ele sabe onde estamos nos metendo

— A sua proteção. — Nita responde sem hesitar, o olhando nos olhos — Estou indo para um lugar perigoso e não posso contar a mais ninguém do Departamento. Vocês não são daqui, portanto é mais seguro para mim confiar em vocês. Venham comigo e eu mostro tal prova.

— Você escolheu confiar na gente, mas porque nós deveríamos confiar em você? — cruzo os braços a encarando e ela me encara

— Porque eu sou como vocês e tenho certeza de que não gostaram dessa classificação nova que ganharam. — diz com convicção — Eu sei o quanto dói ser tachado como algo quebrado e sem conserto. Ser danificado.

Sua voz é carregada de amargura e isso atinge em cheio no meu ego. Me pergunto o que ela está tramando, mas sei que só saberei o que é se eu for com ela e Quatro agora.

— Conversei com Quatro depois da avaliação genética de vocês e, hoje, o chamei até aqui. — ela continua — E perguntei se ele conseguia te convencer a vir conosco para ver o que tenho a mostrar. E então? Vocês vêm comigo?

Coço a nuca e inclino a cabeça para o lado, fazendo uma careta ao pensar. Maria vai quebrar a minha cara quando souber que saí do complexo durante a noite com uma mulher bonita como Nita. Capaz dela amassar as minhas bolas.

— Tô dentro. — resmungo

— É, eu também. — Quatro responde

— Ótimo. — ela faz um gesto com a cabeça — Gostaria de pedir mais uma coisa.

— O que? — Quatro franze o cenho

— Não contem a ninguém sobre o que vocês vão ver agora. Não envolvam Maria e Tris nisso.

— E por que não? — franzo o cenho — Está nos pedindo para mentir para as mulheres que amamos? No caso do Quatro, em dose dupla, já que se trata da irmã e da namorada dele.

— Não aceito deixá-las de fora disso. — Quatro cruza os braços

— Não é deixá-las de fora. — Nita argumenta — É dar a elas a opção de escolher. Escolher de verdade o lado que querem ficar. Se contarem a elas agora, vão estar tirando essa opção delas. Elas serão forçadas a se calarem e acorbertarem vocês, mesmo que não concordem.