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• Maria •

No saguão do imenso edifício que abriga a Franqueza, eu fui colocada de joelhos de frente para Tris e Uriah. Eric me algemou com braçadeiras muito apertadas e colocou meus braços cruzados na frente do meu corpo, assim como com meus amigos.
Eu não conseguia olhar para eles. Apenas mantinha meus olhos baixos.
Ouvi Eric murmurar algo e um gritinho infantil. Ergui o olhar e o vi trazendo uma garotinha para perto dele.

— Oi, querida. — ele sorri para ela

— Você é bonito. — a menininha diz

Ele aproxima um aparelho do rosto dela e uma luz parece scanear. Logo uma voz feminina diz "divergente: 12%" e Eric abaixa a mão, a apoiando nos joelhos.

— Que pena, querida. Não procuramos por você. — ele diz e se endireita de pé

— Aquela moça disse... — a menininha olha para Tris — Disse que eu não devia sair.

— Viu só? Não pode desobedecer adultos. — ele dá de ombros e puxa sua pistola do coldre

— Eric. — rosno

Sua mão está tremendo um pouco e seus ombros estão rígidos. Suas pupilas estão tão dilatadas que quase não consigo mergulhar no azul de seus olhos. Eric está dopado de alguma maneira.
Sem pensar, me levanto e jogo meu corpo contra o dele, fazendo com que caíssemos no chão. Enrolo minhas pernas em sua cintura quando fico por baixo e dou repetidos golpes em suas costas com meus cotovelos unidos. A menininha corre e os dois guarda-costas que o acompanham apontam suas armas para Tris e Uriah.
Ouço Eric rosnar alto e então ele segura em meus punhos com apenas uma mão, deixando meus braços erguidos acima da cabeça. Sinto o cano frio de sua arma em minha testa e então percebo que ele está mirando em mim com a mão livre. Eric treme e sua frio.

— Eric. — tento apelar olhando em seus olhos, mas ele desvia seu olhar do meu

— Sorte sua que não posso mais matar você. — ele rosna batendo com a arma em minha testa algumas vezes, sem força

— Olha pra mim. Olha!

Minha voz soa firme, apesar da minha vontade de chorar e me esconder. Ele me olha e então qualquer dúvida que eu tenha tido antes se vai. Eric está sob efeito de alguma coisa. Alguma droga de Jeanine e sua corja. Está sendo manipulado. Apenas uma marionete no jogo dela.

— Me desculpa. — sinto a voz tremer e embargar — Me desculpe, Eric.

— Cala a boca. — ele rosna apertando a arma contra minha bochecha

— Eric, eu sei que você sente alguma coisa por mim. — digo o olhando nos olhos — Eu sei disso e tá tudo bem.

Ele fica em silêncio e parece lutar contra algo dentro de si. Seus olhos buscam algo nos meus e ele se agita.

— A culpa é sua! Sua! Toda sua! — ele grita

— Tudo bem, me culpe. — tento negociar — Faz o que quiser comigo. Deixe Tris e Uriah irem.

— Não. — rosna

— Eu prometo obedecer você. Eu vou aonde você for. Não resisto. Você pode me matar.

Danificado - Divergent FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora