Oito

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8:47pm.

Pelos céus.

— Chegamos — Hope salta de seu Pontiac GTO vermelho – ela contou tê-lo ganho aos dezesseis anos e, nunca se desapegou desse carro ofuscante cheio de adesivos na traseira.

Isso é o que menos importa.

Pisco lentamente quando vejo a casa de uma das fraternidades de Prince Hills, creio que seja onde Barners se instala. Sigo os saltos rosa choque de Griffin, que está empolgadíssima. Mas a minha cara de tacho não disfarça o quão desconfortável estou.

Entretanto, estou aqui porque quis vir à esta maldita festa, não sei se por vontade, ou... tanto faz – é igualmente como todas as outras que estamos lindamente acostumados a ver.

Muitos jovens espalhados pelas partes de fora; copos azuis cheios de bebida alcoólica; uma bandeira representando a fraternidade está pregada na sala, que no momento tem a mesma função de um quarto de motel; e uma música vibrante e alta aos fundos. Estou quase no segundo ano, mas não posso dizer que sou adepta a frequentar pândegas organizadas por acadêmicos.

— Você veio, gata — Tyler passa o braço pelo pescoço de Hope quando nos encontra indo até a cozinha.

Dou um sorriso fraco no segundo em que ele desvia seus olhos claros a mim.

— Emma — os dois me fitam enquanto entrelaço as mãos na frente do corpo. — É ótimo que tenha vindo.

— Só espero não me arrepender — respondo prontamente o fazendo soltar uma risada.

— Fique a vontade — ele pausa — ah, vou roubar sua amiga por alguns minutos, se não se importa.

Eu me importo.

Mas Hope sorri, então faço a mesma coisa assentindo – anotarei isso na minha lista vingativa, Griffin. Me deixar sozinha não é simpático.

— Mas não se preocupe — ele observa a tela do celular e então estampa uma expressão gentil. — Brandon chegará daqui a pouco.

Abro a boca para respondê-lo rudemente mas, os dois caminham para outro cômodo. Reviro os olhos.

Coloco uísque em um copo e então, atravesso a porta que dá para a área externa onde há várias pessoas, algumas até mesmo na piscina, rodeada de luzes coloridas.

Dou um suspiro.

Campbell é um portal para o pior tipo de confusão. Quando ele estranhamente disse que eu estou a mentir para mim mesma, é o mesmo que querer enganar os sentimentos,  mas eles é quem estão me enganando. Sua justificativa para a total ignorância de me evitar, fora um tanto quanto surpreendente. Na verdade, ele é imprevisível. Sou tão estúpida. É como se estivesse tentando lutar contra o invisível.

Querendo navegar nas marés altas enquanto a tempestade cai.

Embora meu corpo aniquile os riscos.

— Eu nunca erro.

Penso que seja meu devaneio indo além, mas não. É a voz dele. Aveludada e intimidadora – que não faz-me contorcer de raiva, mas que agora faz meus joelhos tremerem.

Não me viro, ele é que se põe frente a mim.

— O que te fez vir? — Brandon está com sua jaqueta de couro escura. Já o vi a usando, mas dessa vez é como se ele estivesse mais provocante.

Foco no barulho da água quando jogam alguém na piscina.

— Vim porque quis.

Seus olhos me analisam com o habilidoso talento de fazer-me queimar.

Contra as leis do amorWhere stories live. Discover now