Vinte

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| Brandon, point of view |

Hoje, é enfim o último dia de treino. O mais importante, o decisivo - antes do grande dia. 

Tudo bem que posso assegurar minhas jogadas, mas qualquer deslize que nos arrisque a perder o título, é fatal. Principalmente para Brandon Campbell. 

Me retiro do gramado logo após o apito final de nosso treinador, podendo finalmente, visualizar minhas notificações no celular. Minha respiração pesa toneladas, sendo difícil encarar as mensagens de texto enviadas por... meu pai, pela manhã. Eu as ignorei, tal como fiz com suas ligações nos últimos tempos, mas deixar de ler o que ele tem a dizer é inevitável. 

Na verdade, é evitável, mas algo estrondoso martela minha cabeça a ponto de prodigalizar. 

"Estou no meu limite, Brandon. Será difícil? O que guarda aí dentro só o fará sofrer mais."

— E. Campbell;

"Espero que me receba daqui a duas semanas. Folga."

— E. Campbell

Merda. 

O que supostamente eu, com toda fúria, deveria fazer? Meu pai, repito, a pessoa na qual eu me afastei por boas razões, está vindo até mim. Sem mais ou menos. Estou desorientado, preciso pensar. E pensar só faz minha cabeça explodir. 

- Ei, campeão. Está tudo bem? - Tyler vem de encontro onde estou, neste caso, no estacionamento, procurando pela droga de um cigarro ou coisa do gênero. 

- Não sei o que dizer, cara. É Ethan. 

- Oh, ahm... - a expressão dele é de cautela. - Sabe que pode contar com todos nós, não é? 

Forço um sorriso. 

- Talvez devesse seguir o conselho de Matthew... Mas não esquente com isso, vá ocupar seu tempo. 

Seguir a advertência de Cohen seria um longo caminho. 

Hall se despede e eu me apoio no carro, tentando planejar meus próximos passos. E quanto mais eu tento buscar uma elucidação para isso tudo, mais aquele anjo ressurge em meus pensamentos...

- Ora, ora, ora

E não é que a magia aconteceu? 

Meu sorriso é instantâneo. 

Phillips parece ser a única pessoa que gostaria de ver neste momento, e isso é surreal. 

- Emma.

- Brandon. 

Seus olhinhos castanhos e brilhantes me fitam de um jeito que me intriga, tão doce e ao mesmo tempo tão temerário. Tão fascinante nesta roupa meio vintage que a deixa com um ar de intelecto. Tão e simplesmente, tão.

- Como foi seu dia? 

- Cansativo. E quanto ao seu? 

- Produtivo, eu diria. 

Com o riso baixo e as mãos para trás, eu diria que ela não tem o que manifestar.

Contra as leis do amorWhere stories live. Discover now