Onze, pt. 2

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Esboço um sorriso para amenizar o clima, não é exatamente o que eu queria para o nosso... encontro.

— Tá legal, vou tentar não ser inconveniente — suspiro e com um olhar brincalhão, provoco: — E eu não tenho uma resposta pra tudo, saberia disso se fosse mais inteligente.

— Viu só? Você não tem piedade — ele umedece seus lábios rosados com a língua, e eu calho a rir. — Vamos lá.

— Desculpe?

— Emma Phillips não pode ser tão segura quanto parece.

Seus olhos brilham com um ar de superioridade, cruzo meus braços e levanto uma das sobrancelhas deixando evidente a minha escuta.

— Você é tudo, menos o que parece. E eu gostaria de descobrir quem é essa de fato, princesa — seu argumento me deixa impactada como aquelas últimas falas dos filmes, com um breve traço de suspense. — Podemos recomeçar, se quiser. Sem rótulos.

— O que isso significa?

— Sem Brandon Campbell. Apenas um garoto quase adulto tentando conquistar uma outra garota quase adulta num encontro normal.

Não sei se dou mais risadas, ignoro o fato de ser uma alternativa idiota ou acato.

Você é espertinho, cara.

Mas, pela segunda vez sou salva pela chegada de nossos burritos e cerveja. Minha fome já estava me sufocando.

— Nesse “encontro normal” as pessoas também se alimentam, certo?

— Sabe que não pode fugir.

Pisco em sua direção, ciente de que não, não posso fugir.

Não irei.

Saboreamos nosso jantar – que seja, para mim, burritos mexicanos são ótimos. A cerveja é das caras e boas, mas não exagero no álcool. Eu não esperava nada especial de Brandon, então... É assim que um encontro deve funcionar, certo? De maneira leve. Taí uma palavra que em hipótese alguma compactuaria com nossa relação. Leve. Mas por incrível que seja, estamos fluindo assim.

— E então? — ele aponta para meu prato vazio.

— Aprovado! — reforço minha exclamação com um gesto de ‘ok’.

— Pelo menos nisso — Brandon se encosta na cadeira colocando um palito entre os dentes. Por que cada coisinha idiota que ele faz o deixa mais insuportável? — Já saiu com alguém antes?

Sua pergunta fora tão rápida e direta que o olho com estranheza. Dou uma risada, meio encabulada.

— Não quero ser imprudente, só qu...

— Está tudo bem — me permito em cortá-lo antes, tentando relaxar meus músculos. Não há mal algum em sua pergunta, eu é que fico zonza com sua presença nada trivial. — Já. Já estive com outras pessoas antes.

— Então, temos alguém experiente aqui — ele argumenta com um tom descontraído.

— Sem chance — retribuo. Me surge uma imensa vontade de questioná-lo também, independente do que seja, se estou aqui, tenho a chance de conhecer um Campbell que talvez ninguém tenha se aproximado. — E você? Já sei que não é bom em encontros. Dê uma razão.

— Muito simples. Nunca achei ninguém tão interessante a ponto de trazer para comer em um restaurante junto a mim em uma noite de sábado.

— Sou tão interessante assim aos seus olhos, senhor?

Contra as leis do amorWhere stories live. Discover now