Next to me - Camren

Capítulo 8

Parece que a wattpad deu um bug legal

Boa leitura. e.e

[...]

Eu estava apreensiva. Estava visivelmente nervosa com tudo aquilo. Estava com medo. Minhas mãos estavam suando frio e estava sentindo um enjoo terrível.

Qual será a notícia ruim? Não consigo imaginar nada. E o homem me olhando com uma expressão de preocupação só piora a situação.

—Então... — Fez uma pausa, respirou fundo e continuou: — A boa notícia é que apesar da região onde ela foi atingida pelo projétil, ser sensível demais, não atingiu nenhum nervo. — Assenti. — E... — Fez novamente uma pausa, deu um pequeno sorriso e continuou: — Isso quer dizer que ela não terá nenhuma sequela. Não perderá movimento algum. — Sorri aliviada.

— Porém, por causa da cirurgia ela precisará de ajuda para andar e fazer qualquer outra coisa durante dois meses, no mínimo.

— Certo... E qual a notícia ruim, então? — Nesse momento, a expressão feliz saiu de seu rosto.

— Então... — Desviou o olhar do meu. — A ruim até agora é... — Franzi o cenho. Como assim, até agora?

— Até agora? Como assim? — Interrompi-o.

— Deixe-me terminar, senhorita. — Pediu.

— Pode continuar. — Disse sem graça.

— Continuando... A ruim até agora é que, na cirurgia surgiram várias complicações e tivemos que mexer em lugares que não tinham ligação com o lugar real do ferimento.

— E o que isso quer dizer? — Indaguei já temendo a resposta.

— Quer dizer que ela teve uma parada cardíaca e quando acabamos a cirurgia, ela foi direto para o CTI, e não tem previsão para acordar, isto é, se acordar, pois as chances são poucas. — Disse de uma vez, deixando-me sem fala alguma. — Sinto muito. — Tocou em meu ombro, apertando-o de leve. — Agora eu preciso ir, tenho outros pacientes para atender. — Após assentir, ele saiu de perto de mim, entrando pelo mesmo lugar que saiu.

Sentei-me novamente onde estava há pouco e permiti que as lágrimas saíssem.

Chorei... Chorei, como uma criança. Isso não podia está acontecendo comigo. Já basta o que sofri com Austin e ter os meus pais longes de mim, e agora a única pessoa que eu tinha em todos os momentos ao meu lado, estava entre a vida e a morte, ou a morte e a morte, já que não tinha muitas chances.

Chorei a ponto de soluçar várias vezes alto e as pessoas ao redor me olharem com pena. Chorei tanto que estava ficando com dor de cabeça.

Eu não posso perdê-la. Eu já estou tão acostumada com sua presença, com seus carinhos, abraços, suas brincadeiras. Não consigo mais me imaginar sem nada disso. Nem que seja pelo menos um desses. Não quero deixar de ouvir sua voz, sentir seu cheiro, sentir seu toque. Eu não quero e nem posso, também. Eu não posso perdê-la. Não posso.

Isso não deveria está acontecendo Lauren, e sim comigo.

Era a mim que Austin queria. Era para eu estar no lugar dela, naquela cama inerte, sem previsão para acordar. Eu, não Lauren.

Sou tirada de meus pensamentos por Megan que me puxa da cadeira em que estou sentada e me abraça, provavelmente por causa do meu estado.

— O que aconteceu, Camila? Alguém trouxe alguma notícia? Por que você está assim? — Solta-se de mim, e me encara.

— Lauren... — Foi tudo que consegui dizer em meio a soluços.

—Lauren o que? — Seu tom sai desesperado. — Mila.. O que tem ela? Alguém veio aqui dizer algo. — Tento abrir a boca, mas não consigo responder-lhe. — Diga alguma coisa, eu estou preocupada. — Pede. Toca em meu rosto e vira-o em sua direção.

— Ela vai morrer! — Gritei e sentei-me na cadeira novamente. Estava sem forças nas pernas.

— O que? — Sussurrou. Deu alguns passos para trás e caiu sentada em uma cadeira. Seu olhar estava perdido no nada.

— O médico veio aqui... — Respirei fundo algumas vezes antes de continuar. — Ele disse que a cirurgia foi complicada e ela corre o risco de não acordar mais. — Disse de uma vez e em seguida, afundando minha cabeça nas mãos que estavam agora apoiadas no joelho.

— Não! Não! Não! — Murmurou para si. — Isso não pode acontecer. — Levantou-se de onde estava e passou a andar de um lado para o outro. — Mila, isso não vai acontecer. — Sentou-se ao meu lado. — Vamos ter esperança que ela vai sair dessa. — Tirou minhas mãos que cobria o meu rosto e o levantou em sua direção. — Lauren é uma mulher muito forte, ela vai sair dessa. — Deu um sorriso fraco. — Você sabe disso. Esteve com ela quando perdeu o bebê e ficou nesse mesmo estado crítico... Dessa vez vai ser a mesma coisa.

— Dessa vez é diferente, Megan. Daquela vez ela estava acordada, mesmo com as sondas. — Fiz uma pausa e respirei fundo. — E agora... — Olhei para o teto tentando segurar mais lágrimas que queriam descer. — Agora nem isso ela está. — Não aguentando mais segurar, permito que as lágrimas caiam por meu rosto. Sem pedir permissão, deito minha cabeça em seu colo.

Megan não responde mais nada e então passamos a ficar em silêncio. Minutos depois sinto seus dedos fazendo um carinho leve em meus cabelos e por um momento aquilo me acalma.

Alguns minutos depois eu já tinha me acalmado totalmente e agora estava apenas com a cabeça encostada no ombro de Megan.

— Camila... — Chama-me, e eu me afasto de seu ombro para lhe encarar. —Preciso avisar ao meu irmão. Ele tem que vir pra cá agora. Quando ela acordar ele tem que está ao lado dela para apoia-la. — "Se ela acordar" Pensei comigo. Assinto com um manear de cabeça e logo ela se levanta já tirando o celular do bolso e se afastando de mim, deixando-me só.

Aquele dia já estava sendo ruim para mim, e agora que eu terei que ficar frente a frente com o corno do meu ex-professor, só vai piorar a situação.

Eu gosto muito do Ian. Ele é um ótimo homem, sempre tratou os alunos bem e sempre tratou a minha, (minha) Lo bem também. Porém nesse momento eu não queria vê-lo nem pintado de ouro na minha frente. Ainda mais lá com ela quando a mesma acordar. Quem deveria estar lá, apertando sua mão até ela abrir os olhos deveria ser eu. Era pra ser eu a primeira pessoa que ela visse assim que abrisse os olhos.

Mas, não... Eu não posso pensar assim. Estou sento muito egoísta com ele e com ela também. Ele é o marido dela, não eu. Ele quem deve está lá e não eu.

Depois de muito pensar sobre esse assunto resolvo aceitar que quem deve estar com ela nesse momento que eu tenho fé que vai acontecer é ele e não eu.

Alguns minutos depois Megan chega sentando novamente ao meu lado.

— O Ian já está a caminho. — Avisa. — Em 2 horas mais ou menos ele chega. — Acrescenta.

Assim que escuto o que ela fala, viro meu rosto para o lado oposto ao dela e minha expressão muda. Muda para tristeza e um pouco de raiva.

Cheguei a conclusão de que será impossível eu não ser egoísta. Será impossível eu aceitar numa boa ele lá no meu lugar. Terei que aceitar forçada.

Infelizmente ele é seu marido e não eu. Terei que aceitar entrar em seu quarto depois dele muito ter beijado aquela boca que horas atrás estava beijando a minha, estava sendo minha.

Infelizmente!

[...]

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