Capítulo 39

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Qualquer erro me avisem.

(...)

Ficamos um tempo abraçadas, quietinhas, sem falar nada, apenas aproveitando a presença uma da outra. Eu sabia o que ela queria conversar, só estava tentando evitar que esse momento chegasse.

— Camz... ― Chamou-me, afastando minha cabeça de seu pescoço, e deu um beijo carinhoso em minha testa. Não lhe respondi. Continuei de olhos fechados, fingido estar dormindo. Apesar de ter realmente ficado com sono, não consegui pegar no sono. — Eu sei que você não está dormindo. ― Seu tom é sério e me arrepia um pouco. — Estou escutando seus pensamentos daqui. ― Sussurrou e eu não me aguentei. Acabei me entregando, rindo do que ela disse, mas, apesar disso, não levantei a cabeça, não queria encara-la. Pelo menos não agora. — Precisamos conversar.

— Tudo bem. ― Suspirei. — Pode começar. ― Sussurrei, voltando a encaixar minha cabeça em seu pescoço quentinho.

— Você já deve imaginar do que se trata. ― Balanço a cabeça confirmando, e sinto seus braços me apertando mais. ― Eu não queria que fosse assim. ― Começou em tom baixo. — Mas infelizmente terá que ser. 

— Eu sei. ― Beijei seu pescoço, ignorando a agonia por dentro que eu estava sentindo com aquela conversa. — Só preciso saber quanto tempo. 

— Só até as aulas acabarem. ― Disse animada, e eu senti sua animação passando para mim. — Depois seremos totalmente livres para assumir tudo para todos. ― Apesar de não ver o seu rosto, sabia que estava sorrindo. 

— Tudo bem. ― Tirei meu rosto da curva de seu pescoço, e finalmente a olhei nos olhos. — Só me explica por que tem que ser assim. ― Pedi. Eu sabia bem, por que tinha que ser assim, mas ouvi-la dizer os motivos, fazia parecer mais fácil de aceitar, o que eu sabia que era o certo a se fazer.

— Porque eu sou sua professora, e isso pode atrapalhar você e a mim, na escola, além de ser antiético. ― Começou a acariciar o meu rosto, contornando cada traço. — Você sabe como é complicado. ― Acrescentou em um tom cansado, como se já tivéssemos tido aquela conversa mais de uma vez, e ela já estivesse cansada de repetir aquilo para mim.

— Sim, eu sei. ― Suspirei pesadamente, desviando meu olhar do seu, e desistindo de insistir em questionar os motivos, e tentar resistir a eles, para não a irritar. — Só não queria que fosse assim. ― Beijei sua mão, que acariciava a minha bochecha. — Namorar escondido é até legal. ― Sorri. — Porém, só quando se é adolescente e papai e mamãe não pode descobrir. ― Agora foi sua vez de sorrir. — Tudo que é escondido é mais gostoso. ― Disse com malícia e ela arqueou a sobrancelha, estreitando os olhos e mordendo os lábios, atiçando-me. — Mas quando já está na idade que estamos, é completamente diferente, namorar as escondidas e não dizer até aos amigos mais íntimos. ― Ela abraçou-me novamente, e eu me calei por alguns minutos, apenas aproveitando o contato e escutando o som de nossas respirações. — Queria tanto, mostrar para todos que estou com você. ― Sussurrei e minha voz saiu abafada por causa de seu abraço tão acolhedor.

— É só até o final do ano. ― Sussurrou em meu ouvido, arrepiando-me toda. — Esse será o seu último ano mesmo. ― Soltou-me de seu aperto, e beijou-me a testa. — Já estamos quase na metade. ― Pegou em minhas mãos, apertou-as, e depositou um beijo em cada uma. — Daqui a pouco é final de ano, e quando você menos esperar, vamos estar andando por aí na frente de todos, livres. ― Beijou meus lábios e quando tentei aprofundar, ela se afastou. — Sem problema algum. ― Acrescentou, beijando-me novamente, e dessa vez, permitindo que eu aprofundasse por breves segundos.

Next to me - CamrenDove le storie prendono vita. Scoprilo ora