Capítulo 56

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Bom carnaval para vocês. 

Quem for para bloco, tomem cuidado com suas coisas e não aceitem bebidas da mão dos outros.

Para quem não for para o bloco, bom feriado para vocês, aproveitem.

FIQUEI COM PREGUIÇA DE CORRIGIR. QUALQUER ERRO ME AVISEM.

Boa Leitura. e.e

[...]

Assim que percebi que amanheceu, cansei de rolar na cama e me levantei. Meu corpo estava dolorido e cansado e minha cabeça doía um pouco. Infelizmente, não consegui dormir por mais que três horas. A imagem da minha mãe vinha em minha mente o tempo todo e eu não conseguia impedir a minha imaginação de criar uma cena de um enterro. Era algo aterrorizante. Quando passei em frente ao espelho perto do guarda-roupa, vi o quanto meus olhos estavam mortos e vermelhos. Prevejo grandes olheiras nos próximos dias caso essa noite se repita. O que eu acho que vai acontecer bastante enquanto eu não tiver notícias da minha mãe.

Sem força de vontade, abri a porta do guarda-roupa, peguei o tope mais confortável da gaveta e a calça do meu pijama e vesti. Arrumei a cama que estava pouco bagunçada e desci até a cozinha para fazer um café reforçado para mim e leite para Ava. O café preto e amargo como a minha atual situação, seria a única coisa que desceria bem por minha garganta e se manteria em meu estômago. As notícias ruins roubaram a minha fome e se eu fosse forçar algo, conhecendo bem o meu estômago, sei que ele rejeitaria e colocaria para fora.

Em alguns momentos da madrugada, abri a Bíblia para ler alguns versículos de autoajuda e pedir a Deus com todas as forças que eu tinha naquele momento, para Ele cuidar da minha mãe e dar forças ao meu pai, e para não levá-la de nós agora. Sei que não mereço, mas espero, de coração, que Ele tenha me escutado. Eu não sou muito religiosa, mas quando meus pais moravam aqui, em alguns domingos eu ia com a minha mãe para a Igreja. Aprendi muitas coisas boas por lá e sempre saía feliz e leve, além de gostar de ouvir o Padre pregando e contando as histórias da Bíblia.

Termino o meu café, arrumo a cozinha e vou para a sala. Jogo-me no sofá, logo sendo acompanhada por Ava, ligo a TV e tento me distrair com os programas sobre a vida selvagem que tem em alguns canais, mas não conseguem prender a minha atenção. O rosto da minha mãe e a voz do meu pai me dando a notícia de sua saúde preenchem minha mente a todo instante e a única coisa que tenho vontade de fazer é chorar.

Por mais que meu pai tenha dito que o tumor é benigno e eu tenha lido na internet que praticamente dependia apenas da localização para que a cirurgia seja considerada perigosa ou não, mas que geralmente um tumor benigno tinha bem mais chances de ter uma cirurgia bem sucedida, eu não estava conseguindo me agarrar a isso e ficar tranquila, não estava conseguindo controlar o medo, o desespero de perder a minha mãe. Como se já não bastasse a dor da saudade de estar longe dela há três anos, ainda me vem essa de doença.

Desligo a TV e me sento no sofá. Ava se remexe e se aconchega em mim para voltar a dormir. Sinto inveja dela. Sinto inveja por sua inocência, sinto inveja por seu sono, sinto inveja por seu apetite não ter sido afetado, sinto inveja por não ter preocupações e sofrimentos.

Olhando para a sala silenciosa, fria e um pouco escura, minha atenção é tomada pelo porta-retratos em cima do aparador com a foto da família, agora incompleta por estar faltando a minha peluda. Vou até o aparador e pego o objeto nas mãos, passo o polegar por cima da foto de Sinuhé Cabello e fecho os olhos logo que os sinto marejar. Então minha mente me leva para três anos atrás, para o dia em que eu escutei a conversa dos meus pais sobre ir para o Canadá porque tinha surgido uma oportunidade de crescer fora do país. Embora tenha chorado muito por saber que ficaria longe deles, eu fui a primeira a apoia-los para agarrar essa oportunidade de fazer a empresa crescer internacionalmente. Era um sonho de todos nós e eu jamais seria o empecilho em um dos sonhos dos meus pais e o meu próprio. A única coisa que eu não tinha aceitado fácil, era que eu não iria com eles, porém, bons como são com as palavras, conseguiram me convencer de que seria o melhor para mim, ficar em Portland pelo menos até a escola acabar e eu acabei aceitando e entendendo. Eles viajariam no meio do ano e não queriam atrapalhar os meus estudos.

Next to me - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora