Capítulo 23

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Só queria expressar o quão puta eu estou, porque colocaram a minha impressora em cima do cabo do meu carregador e agora ele não quer carregar E MEU CELULAR ESTÁ DESCARREGADO DESDE AS 10HRS DA MANHÃ.

Boa leitura, meus amores.

[...]


Após passar uma hora conversando com os policiais, finalmente somos liberadas para irmos para casa.

Divido um táxi com Vero, e durante o trajeto, por um milagre, ela não abriu sua boca. Verônica gosta de falar e perguntar muito. Todavia, não dessa vez. Mas sei que uma hora ela fará as perguntas que tanto deseja fazer, sobre tudo o que aconteceu. No caso, os detalhes, pois a história, ela a ouviu quando eu estava conversando com os oficiais.

Quando chegamos à minha casa, Vero paga ao taxista, ajuda-me a descer do veículo, apesar de não precisar, e só me solta quando entramos na casa.

Leva-me em direção ao sofá, porém peço que me leve para o quarto, pois estou me sentindo muito cansada e com dores por quase todo o corpo. É como se uma pessoa muito acima do peso tivesse me feito de cama elástica e pulado horas em cima de mim. Vero atende ao meu pedido e prontamente me leva até o quarto.

— Quantos dias eu passei no hospital? — Indago-a curiosa, pois na minha mente parece que tudo que aconteceu foi apenas horas atrás, porém tenho quase certeza que tudo não aconteceu hoje.

— Dois dias e... — Retira o celular do bolso e encara a tela. — Exatamente duas horas e vinte e cinco minutos. — Conclui, e guarda o celular no bolso novamente. Sou pega de surpresa com a informação, pois eu não acredito que dormi por dois dias inteiros e me acordei como se só tivesse dormido por horas. — Te sedaram bastante quando você chegou lá no hospital, por isso dormiu tanto. — Explica, como se tivesse lido os meus pensamentos. — E eu fiquei lá com você os dois dias. — Acrescenta. — Aliás, adorei faltar os dois dias de aula. — Sorri. — Foi por uma boa causa. — Conclui e vem em minha direção, abraçar-me.

— Obrigada por ficar lá comigo. — Devolvo o abraço do jeito que posso para não sentir muita dor. — Eu te amo, Iglesias. — Declaro ainda no abraço, e sinto-a me apertando mais contra ela. Dessa vez não consigo evitar sentir algum desconforto, e acabo soltando um gemido fraco.

— Desculpa, foi a emoção. — Diz envergonhada. Acho graça, pois é difícil ver Verônica envergonhada. Só quando as coisas realmente são sérias.

— Preciso de uma massagem urgente. Que tal? — Arqueo a sobrancelha várias vezes seguidas. Vero me olha com uma cara de quem diz: ''Você está querendo demais, não acha?'' Mas ignorando seu olhar, resolvo apelar. — Por favor. — Faço cara de cachorrinho pidão. Nunca falha.

— Tudo bem, você venceu. — Do meu jeito, levanto as mãos para o ar, em comemoração. — Agora deita aí. — Ordena e aponta para a cama. — Antes que eu desista. — Acrescenta ainda séria, mas acaba por sorrir, fazendo-me sorrir também.

Retiro minha blusa com certa dificuldade, sentindo um pouco de dor por conta dos movimentos, e mostro a Verônica onde tem um óleo para facilitar o processo. Deito-me na cama e fico esperando a minha massagista particular e de graça.

Que ela não saiba que eu estou falando assim...

Depois de alguns minutos, Vero volta para o quarto e se senta em minhas costas, já derramando o óleo em minha pele.

— Você é pesada, vai acabar comigo. — Zombo dela e sinto-a me dá um apertão na cintura. — Ai... — Reclamo. — Você é uma péssima profissional, Vero. — Finjo indignação tentando segurar o sorriso.

Next to me - CamrenWhere stories live. Discover now