10.

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Maya pulou de susto quando em um baque a porta foi aberta e Luke entrou com a mão no ombro e uma careta de dor. Ela estava sentada no chão, ao lado do espelho quebrado. Sua mão direita estava encolhida contra o peito e Luke viu que sangrava. Ele nem pensou direito, apenas se sentou ao lado dela e a olhou. Ela negou com a cabeça devagar, o rosto lavado em lágrimas e Luke suspirou.

- Eles... –ela sussurrou e soluçou-

- Foram buscar as crianças. –ele sussurrou e ela pareceu se preocupar- De carro, Maya. –ele completou e ela assentiu, se encolhendo- Me deixa ver sua mão. –ele falou e ela negou com a cabeça, recuando quando Luke estendeu a mão- Maya, não vou machucar você, prometo. –ele falou e ela, hesitante, lhe estendeu a mão machucada-

Tinham vários cortes pequenos e um maior. Luke levantou e saiu do quarto. Maya pensou que ele não voltaria, mas ele não demorou a voltar, segurando uma toalha pequena e molhada. Ele se sentou se novo, dessa vez mais perto e voltou a pegar a mão dela, passando a toalha pela pele machucada. Ela arfou pela ardência e Luke quis sorrir ao lembrar que dias atrás ela fez o mesmo com ele. Não sorriu porque a tristeza nos olhos de Maya mexiam com algo dentro dele e ele só queria que isso passasse. Ele limpou o sangue sem dizer nada. Maya soluçava baixinho, tentando acalmar a respiração. Quando Luke terminou, ele apenas enrolou a toalha na mão dela e finalmente a olhou. Maya parecia quebrada e isso assustava Luke. Ela era sempre doce, mesmo quando estava irritada.

- Porque está aqui comigo? –ela perguntou baixinho e Luke tirou uma mecha dos olhos dela com o dedo-

- Você cuidou de mim dias atrás. Estou retribuindo o favor. –ele sussurrou e ela engoliu em seco- Quem era aquele cara, Maya? –ele perguntou e Maya se encolheu- Eu sei que não é da minha conta. Sei disso, ok? Mas ele estava machucando você, eu vi. Não posso ver algo assim e ignorar. –ele explicou e ela fechou os olhos-

- Eu não quero falar. –ela sussurrou tão baixo que Luke quase não ouviu- Eu não posso falar. –ela esclareceu e Luke balançou a cabeça-

- Pode sim, Maya. –ele falou e segurou sua mão com mais firmeza- Ele é perigoso? Vai voltar? Vai procurar você de novo? Ele pode causar algum problema aqui em casa? Você pode me responder qualquer uma dessas perguntas. Uma só. –ele pediu e Maya soluçou-

- Eu não sei. –ela diz chorando- Eu não sei o quão perigoso ele é. Não sei se ele vai voltar. Não sei se vai me procurar de novo. Não sei se ele pode causar algum problema na sua casa. Eu não sei. –ela fala e Luke engole em seco-

- Nossa casa. –ele corrige com a voz baixa e Maya olha para seu rosto-

Os dois se olham por alguns segundos antes de Luke erguer a mão e acariciar seu rosto. Maya fecha os olhos, já mais calma, mas ainda chorando fracamente.

- Eu quero ficar sozinha. –ela sussurra e ele se aproxima um pouco-

- Quer mesmo? –ele pergunta e ela morde o lábio inferior, indecisa- Se quiser mesmo, eu saio. Quer que eu saia ou quer que eu fique? –pergunta e Maya hesita-

- Quero... –ela umedece os lábios- Quero que fique. –ela sussurra e ele assente devagar- Mas não me faça perguntas. Eu não posso responde-las. –ela fala e ele suspira-

- Tá bom. –ele diz e se aproxima mais- Vem cá. –ele sussurra e a puxa para seus braços-

Maya vai, mesmo hesitante e confusa e encosta sua cabeça no ombro dele. Luke não é muito carinhoso normalmente, e até se sente meio estranho fazer isso, mas não consegue nem hesitar. Ele enrola seus braços ao redor dela e a abraça. Cheira seus cabelos que estão logo abaixo do nariz e inconscientemente beija o topo de sua cabeça. Era um conforto para ela, mas para ele também. Foi como diminuir toda a raiva e as magoas que tinham dentro dele.

Ela fechou suas mãos na camiseta de Luke e soluçou, tremendo. Luke estava apavorado. Maya nunca havia agido daquela forma, o que só deixava óbvio que algo sério estava acontecendo. E ele queria saber. Queria ir de atrás daquele cara e o machucar apenas por ter causado isso nela. Não entendia essa vontade absurda de proteger Maya, mas notava a diferença. Era diferente da vontade de proteger suas irmãs, ou seu irmãozinho. Não era algo sobre a família. Era sobre ela. E sinceramente, Luke não precisava entender. Ele nem sequer queria entender. Estava bom daquele jeito.

- Maya. –ele sussurrou e acariciou seus cabelos- Vai ficar tudo bem. –ele sussurrou e a apertou entre seus braços-

- Não vai. –ela murmurou mais para si mesma e ele pegou seu rosto nas mãos, para olhar seus olhos. Limpou suas lágrimas e ela engoliu em seco-

- Vai sim. –ele falou-

- Porque está aqui comigo? –ela repetiu a pergunta e ele hesitou-

- Já disse, estou retribuindo o favor. –ele falou baixinho-

- Mas não precisa. Eu só limpei seus machucados e... E saí. –ela fala, apreensiva e Luke olha ligeiramente para seus lábios-

- E saiu. –ele sussurrou e engoliu em seco- Eu sei. –ele balançou a cabeça e tirou suas mãos do rosto dela- Mas você me ajudou. De qualquer forma, vou ajudar você também. –ele disse e pousou suas mãos na cintura dela-

Ela se afasta, sentindo algo estranho dentro de si por todo esse... Toque. Toda essa aproximação. Se levanta e caminha já mais calma até sua cômoda e pega um remédio para dor de cabeça. Toma a seco mesmo e observa sua mão machucada. Luke a observa de longe, já de pé. Ela caminha até sua cama, respira fundo, sente seu rosto esquentar de vergonha e olha Luke.

- Eu vou pedir a coisa mais estranha que eu poderia pedir. Fique a vontade para falar não. –ela murmurou e ele sorriu de leve, esperando- Você... –ela hesita e olha seus pés- Você pode deitar comigo por um tempo? –ela falou com uma careta e Luke alargou seu sorriso- Esquece, é muito estranho. –ela pede e Luke morde o lábio inferior para controlar o sorriso-

- Eu posso. –ele fala e ela o olha, surpresa- Eu vou. –ele fala e se aproxima-

Tira seus tênis e, muito confortavelmente, se deita na cama dela, como se já tivesse feito isso várias vezes na vida. Maya o observa ainda na beirada e se sente bem com aquela cena. Era mais agradável do que ela esperava. Diminuiu o aperto em seu peito e lhe dá uma sensação boa ter Luke daquela forma.

Ele estende a mão para ela e observa seu rosto.

- Vem. –ele sussurra e ela faz o que jamais pensaria em fazer antes. Ela vai-

 Ela vai-

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Ok, me digam o que acharam dessa FOFURA? 

Gente e esse bug do wattpad? Tudo doido, credo kkk

Espero que estejam gostando na fic <3

Better man (L.H.)Where stories live. Discover now