25.

1.1K 93 18
                                    

COMUNICADO IMPORTANTE: Esse é um capítulo tenso. Tenso no nível: Eu senti enjoos ao escreve-lo. É  tenso! Estejam preparadas e boa leitura. <3


******

Maya abre a porta de casa e entra em silencio, fechando a porta devagar. É tarde, e a casa está em silencio. Ela acabou ficando mais do que planejava no karaokê, mas se divertiu e isso é o que importa.

Ela se encosta na porta para tirar as sapatilhas, se abaixa e pega o par e então sobe as escadas, se espreguiçando. A casa silenciosa evidencia que todos já estão dormindo. Ela larga suas coisas do quarto, pega seu pijama e vai para o banheiro tomar um banho. Quando sai, com os cabelos molhados e já de pijama, desce as escadas para caminhar até a cozinha, mas então pula de susto ao ver a luz acesa da sala de estar. Com o coração batendo rápido, ela caminha até lá e logo vê as costas de Luke que está sentado no sofá. Ele está com a roupa que normalmente usa para dormir, e encara o piano. Maya olha o piano admirada, e caminha devagar até o sofá. Luke ergue o rosto e olha para ela assim que nota sua presença. Ele parece triste, parece quebrado. Da forma que ele sempre tenta não mostrar para os outros. Ter o piano de sua mãe novamente naquela casa havia deixado Luke em seu limite. Ele estava cansado de não pensar na morte dela.

Maya hesitou, e se afastou, prestes a caminhar até a cozinha. Ela entendia que aquele era um momento particular. Luke nunca gostava de demonstrar o que sentia, e ela sabe que ele não gosta de parecer vulnerável.

- Fica. –ela ouve e se vira para olha-lo- Fica um pouco aqui. –ele pede baixinho e ela hesita antes de se aproximar do sofá novamente-

Ela se senta ao lado dele no sofá e observa o piano. Ambos suspiram ao mesmo tempo encarando o instrumento.

- É lindo. –ela sussurra e Luke assente-

- Meu pai deu a ela. Ele vendeu o carro dele para conseguir pagar pelo piano. –ele fala e Maya olha para ele- Eu tinha uns oito anos, mas me lembro direitinho de como ela chorou de alegria. –ele sorri fracamente, ainda olhando o piano-

- Você toca? –ela pergunta-

- Sim. Eu e Lauren. –ele responde e encosta sua cabeça nas costas do sofá- Na verdade, eu não toco desde que ela morreu. –ele fala e se encolhe ao dizer essas palavras- A primeira música que ela me ensinou foi Clair de Lune.

- Do 'Crepúsculo'? –Maya pergunta e Luke ri, fazendo uma careta-

- Debussy. O filme não inventou a música, Maya. –ele fala e ela sorri, feliz por vê-lo rindo- Quando o filme foi lançado, eu já havia aprendido. Lauren adorou o filme, então eu era tipo um ídolo para ela, porque ela não havia aprendido ainda. –ele se lembra sorrindo e o sorriso de Maya se expande- Então eu a ensinei. –ele dá de ombros-

- Você a ensinou? –ela pergunta surpresa e Luke assente- Como você a ensinou se havia acabado de aprender? –ela pergunta, se virando na direção dele, deitando sua cabeça nas costas do sofá-

- Eu sou bom, Maya. –ele dá de ombros de novo e ela ri, revirando os olhos- Não, é sério. Eu sou bom. –ele sorri- Minha mãe me chamava de autodidata. Ela dizia que eu sabia aprender sozinho.

- E porque você não toca? –Maya pergunta e ele hesita, já sem sorrir-

- Não. –ele diz com a voz tranquila, com um tom de tristeza-

- Porque não? –ela pergunta e Luke olha o piano-

- Eu olho esse piano e me lembro dela. Tudo nessa casa me lembra dela, mas o piano... esse piano era parte dela. Era... Era o que a definia. –ele balança a cabeça- Eu não sei lidar com a perda. –ele diz e olha o teto-

Better man (L.H.)Onde histórias criam vida. Descubra agora