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Luke despertou devagar. Na sua cabeça, prontamente veio as imagens dos dois homens lhe atacando. Ele lembrou de tudo, e esperou a dor vir, mas não conseguia sentir nada. Ainda de olhos fechados, tentou sentir algo. Sentia seu corpo deitado em algo macio, sentia uma temperatura agradável e sentia uma mão pousada em seu braço. Ele abriu os olhos devagar, vendo um quarto branco com pouca iluminação. Olhou para o lado que havia uma janela com as persianas fechadas, então virou o rosto e viu seu pai cochilando em uma poltrona, com o braço apoiado na cama e a mão pousada no antebraço de Luke. Luke franziu o cenho, observou com mais atenção o quarto e entendeu que se tratava de um hospital. Isso explicava a cama macia que estava deitado e a falta de dor. Estava sedado. Se remexeu na cama e tentou se sentar, mas então finalmente sentiu. Uma pontada lhe atingiu no tórax e foi tão forte que Luke arfou alto o suficiente para despertar Stefan que pulou na poltrona.

- Filho, cuidado. –Stefan fala tocando o ombro de Luke e fazendo com que ele volte a se deitar-

Luke olha para o pai e sente um nó na garganta. Não sabe por onde começar a falar. Não sabe como agir. Só se sente grato por ter seu pai ali do seu lado.

- Pai... –ele sussurra e a voz falha. Stefan suspira, toca os cabelos de Luke e se aproxima-

- Você está bem, Luke. Está bem. –ele fala e toca o rosto do filho- O que aconteceu? –ele pergunta e Luke ergue a mão, passando pelo rosto e sentindo os curativos. Um perto do olho e um na bochecha-

- Eu não sei. –Luke sussurra e tenta se erguer de novo- Eu quero me sentar. –ele fala e Stefan aperta um botão na cama, fazendo a cabeceira se erguer-

- Um homem achou você desmaiado na calçada. Chamou uma ambulância e te trouxeram para o hospital. –Stefan fala e toca o cabelo de Luke mais uma vez- Tem um policial na sala de espera só esperando você acordar para ouvir o que aconteceu. Quer me contar antes?

- Dois caras, eles... –Luke franze o cenho- Eu não os conheço. –ele parece confuso, atordoado, tentando entender o que aconteceu. Seu olhar passa pelo quarto e então ele vê, bem no canto dois sofás pequenos e uma poltrona-

Em um dos sofás, Karen dorme sentada, com uma mão na barriga e outra nos cabelos de Lola que dorme com a cabeça apoiada nas pernas da mãe. Simon dorme na outra ponta do sofá, segurando as pernas da irmã para que ela não caia. No outro sofá Lauren e Becca dormem deitadas desajeitadamente. Na parede ao lado de um dos sofás, Ashton, Michael e Calum dormem sentados em um edredom no chão, apoiados na parede. O olhar confuso de Luke para na poltrona, onde Maya dorme abraçando os joelhos, com a cabeça apoiada nos mesmos.

- O que eles fazem aqui? –Luke pergunta sentindo a voz tremer com uma emoção que ele não entendia o porquê de estar sentindo-

- Isso é família, filho. –Stefan fala e Luke volta a olhar para ele- Dois caras que você não conhecia. Me conta. –ele pede e Luke se encolhe-

- Eles começaram a me bater, do nada. Um deles me atirou no chão. Eu sequer os conheço. –ele franze mais o cenho- Karen não devia estar dormindo em um sofá. Ela está grávida. –ele comenta sem olhar para o canto do quarto novamente- Eles não deviam estar aqui. Que horas são, afinal? –ele pergunta-

- É tarde. Tiveram que sedar você enquanto faziam os exames na sua cabeça. –Stefan responde e Luke observou o pai- Mas está tudo certo aí dentro. Você continua com uma cabeça dura. –ele brinca batendo com a ponta do dedo na testa de Luke que sorri fracamente-

- Pai, eu... Eu juro que não conheço aqueles caras. Eu sei que já aprontei bastante antes, e que já me envolvi em brigas e essas merdas, mas dessa vez.. Dessa vez eu juro que eu não sei o que aconteceu. Eu não sei porque fizeram aquilo. –ele se explica e Stefan balança a cabeça-

- Eu acredito em você, filho. Não se preocupe com isso agora. Assim que amanhecer, você fala com a polícia e depois vamos para a casa. Para a nossa casa. –ele dá ênfase e Luke hesita- Eu tentei, Luke. Tentei ser o pai compreensivo. Achei que se não insistisse, você voltaria em algum momento. Sem pressão, sem incomodar. Pensei que voltaria por livre e espontânea vontade. Já que não foi assim, agora estou decretando. Você vai voltar para casa. –ele usa um tom mais duro, e apesar de Luke querer retrucar, ele apenas balança a cabeça e revira os olhos-

- Ok, que seja. –ele resmunga e Stefan sorri tristemente, vendo Luke conter um sorriso igual- Eles quebraram minha guitarra. –ele solta ao se lembrar da cena-

- Isso a gente resolve. O importante é que está bem. –Stefan sussurra- Eles disseram alguma coisa? –ele pergunta e Luke se remexe na cama, gemendo de dor no tórax-

- Disseram que era um recado de um amigo. –ele se lembra e Stefan franze o cenho- É confuso demais, pai. –ele murmura-

- Vamos resolver isso. Preciso que descanse agora, filho. –ele fala e Luke assente, voltando a olhar todos no canto do quarto-

- É errado eles estarem aqui. Deviam estar em casa. –ele murmura, com os olhos parando em Maya-

- É, eu tentei argumentar dessa forma. Olha como resultou. –ele indica o canto do quarto e Luke sorri- De manhã vamos todos para casa. –ele avisa e Luke respira fundo, relaxando contra o colchão- Durma, filho. Vou ficar aqui com você. –ele fala pousando sua mão no braço de Luke novamente-

Luke olha para o pai e relaxa. Pela primeira vez em muito tempo se sente aliviado por ter Stefan por perto. Se sente aliviado por ter todos ali por perto. Aquilo era família.


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Better man (L.H.)Onde histórias criam vida. Descubra agora