14 - Sam

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_Quem procura acha. - Stella deixou a revista cair em cima da mesa
do café da manhã, onde eu comia minha torrada. Continuei
mastigando. _ Você está satisfeito agora? - ela apertou com força o encosto da cadeira e me olhou com as bochechas levemente vermelhas de raiva.
_O que foi dessa vez? _ bebi meu suco de laranja.
_Aquela jornalistazinha de quinta por quem você se apaixonou.
_Está escrito aí que eu me apaixonei por ela?
_Não, está escrito na sua testa!
_Então, está lendo errado. - levantei-me e caminhei para o sofá, onde me sentei.
Achei o controle remoto da televisão em cima de uma almofada, mas Stella foi mais rápida e o pegou para depois arremessar em cima do
outro sofá.
_Você não está entendendo o que está acontecendo.
_Se você puder me explicar... - eu olhei para o teto, com a nuca
recostada no sofá, entediado.
_Ela publicou uma versão bem diferente sobre a sua festa.
_É mesmo? Hum.
_Sam, ela acabou com a sua imagem!
_Será que pode falar mais baixo porque minha família ainda está
dormindo?- pedi, olhando-a na minha frente agitando a revista no ar.
_Está tudo bem por aqui? _ minha mãe apareceu na porta da sala.
_Está sim. _ Stella colocou os fios do cabelo que pendiam do coque
atrás da orelha e respirou fundo.
_Eu ouvi vocês falando alto e pensei que...
_Desculpe lhe acordar, Chrissie. Mas o assunto é comigo e o seu
filho e, se possível, em particular. - Stella disse friamente, de costas para minha mãe, sem tirar os olhos de mim.
Vi a imagem do meu irmão mais ao fundo, atrás de minha mãe, Ela se virou e o guiou com as mãos no peito para que não nos interrompesse.

_O que diz a revista? _ perguntei, percebendo só ali que Stella não
estava estressada à toa, Stella folheou a revista com pressa. _ Ela expôs a conversa fútil das atrizes sobre você, colocou seu comportamento de hostilidade em não conceder uma entrevista! Por que diabos você não deu para ela as malditas aspas que ela queria? Eles só querem isso, uma boa frase! E você resolveu brincar justo com quem tem o poder de formar
opinião?
_Eu não entendo, ela não trabalha para um site?
_Sim, só que ela vendeu a matéria como free lancer para esta
revista cultural.
_Essa matéria é um absurdo, pelo que entendo de jornalismo, deve
haver um mínimo de imparcialidade...

Stella riu e eu fechei a cara

_ Você não entende mesmo.

Stella ficou em silêncio por um tempo.
_A caixa de e-mails está lotada e o telefone não pára de tocar.
Vamos fazer um pronunciamento oficial.
_O que eu vou dizer?
_Que ela não tem credibilidade nenhuma para falar sobre a sua
vida.
_Eu não queria falar nada...
_Essa é uma tática ruim. Se você provocou isso, então, agora tem a
obrigação de dar uma declaração que te salve.
_Que horas?
_À tarde. Vou preparar um discurso. Eu já tomei minhas
providências, liguei para a revista e disse a eles que vai lhes custar caro o processo de danos morais que vamos usar contra eles.
_Ela estava credenciada...
_Nada como um bom advogado para se debruçar sobre a lei de imprensa.
Meu pai entrou na sala e pediu que Stella nos desse licença.
_Eu ainda tenho que confirmar com ele alg...
_Desculpe, mas eu também preciso falar com meu filho e, na escala
de importância, eu ainda estou acima de você. _disse e Stella que abaixou a cabeça. _ É em particular. - acrescentou e ela saiu.
Eu levantei-me do sofá onde ele acabara de sentar.
_Já sei que vai começar um sermão também. _ comecei, antes que falasse qualquer coisa.
_ Eu disse a você. Sente-se.
Respirei fundo e sentei no sofá.



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