♕ Há muitas flores em Choson • 9 ♕

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Clã Min


Há muitas flores em Choson

Capítulo Final

Por rahgcr


A MÃO DE MIRAE TREMIA sob a minha, recusando-se a ir além. Mergulhei em seus olhos marejados, me afogando em sua agonia. Então, de repente, ela não estava mais ali. Hoseok a puxara, afastando-a de mim. Jogou o pino de cabelo longe e rasgou uma tira do hanbok, pressionando o tecido contra a ferida em meu peito. Não sei como ele descobriu que eu estaria no pavilhão Hyangwonjeong, talvez tenha me seguido.

Quando me dei conta, já estava caído no chão e Hyorin estava ajoelhada ao meu lado, sua boca pronunciando palavras que eu não conseguia compreender. Minha cabeça parecia não ser capaz de acompanhar os eventos que sucediam ao meu redor.

Soltei o ar com dificuldade, o mundo oscilando diante dos meus olhos. Senti algo molhado tocar meu rosto e fitei Hyorin. Pela segunda vez no dia, ela estava chorando por minha causa. Tentei estender a mão para secar suas lágrimas, como fiz na biblioteca real, contudo meu braço caiu na metade do caminho, desprovido de força. Logo, todo meu corpo também ficou dormente.

Mais e mais pingos atingiram minha pele, a quantidade crescendo vertiginosamente, sem poupar minha barriga, braços ou pernas. Com um sorriso débil, contemplei o céu sem estrelas. Água caía sobre o solo seco, agraciando os moradores de choson.

Ri sozinho, piscando devagar. Talvez o equilíbrio finalmente tivesse sido restaurado. Talvez eu pudesse fechar meus olhos e dormir um pouco, pensei. Eu estava tão cansado.

"Não chore", sussurrei para Hyorin, que ainda derramava lágrimas. Olhos vermelhos não combinavam com ela. Sorrisos, sim. Ela depositou um beijo em minhas mãos, segurando-as junto ao seu peito. "Veja, está chovendo", tornei a falar, minhas pálpebras ficando cada vez mais pesadas. Não chore.

▃▃▃

Acordei com a brisa suave da manhã. A luz entrava pela janela do quarto, me fazendo estreitar os olhos em razão da claridade. Tentei mover o braço, sentindo todo meu corpo protestar. O gemido de dor foi involuntário.

"Hyungnim, graças aos céus", Hoseok me deu abraço desajeitado. "Seja bem vindo de volta".

"Orabeoni!" Yena, que adentrara em meus aposentos naquele instante, carregando uma bandeja com uma vasilha de água e panos umedecidos, largou-os imediatamente sobre a mesinha e correu até mim. Mas, em vez de um abraço caloroso, tudo que ganhei foram tapas. "Você é um irmão horrível", choramingou, me segurando pela gola da roupa. "Ya, como pôde me assustar tanto assim? Por que você continua se machucando? Eu te odeio, orabeoni!", pulou sobre mim, afundando a cabeça na curva do meu pescoço.

"Ainda dói, Yena.", afaguei suas costas.

"Eu sei", ela fungou, aumentando o aperto de seus braços ao meu redor enquanto eu a consolava.

E, passada toda comoção, minha irmã, relutante, teve que retornar para seus aposentos, onde prosseguiria recebendo suas lições preparatórias para a posição de princesa herdeira. Porém avisou que escaparia no dia seguinte para me visitar, e que se eu me machucasse novamente nesse meio tempo, seria o único responsável por sua morte prematura. Uma morte por desgosto.

Empire • BTSWhere stories live. Discover now