♕ A caminho do trono • 2 ♕

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Clã Kim

A história do príncipe herdeiro, Seokjin

A caminho do trono

Capítulo 2

Por HaeSoo_


MINHA PACIÊNCIA tinha se esgotado meia hora atrás, quanto mais os ministros falavam, mais eu queria sair correndo. Se era com esse tipo de coisa que eu teria que lidar após a coroação, então, que os céus me ajudassem.

— Eu aprecio a preocupação de vocês acerca da segurança do palácio — interrompi um dos ministros. — Garanto que estamos tomando as melhores providências para evitar futuras traições. Agora, se me permitem, tenho coisas a fazer.

— Alteza...

— Este assunto está encerrado! — me levantei.

Saí sem nem mesmo olhar para trás, eu estava atrasado, e muito. A maldita reunião surgiu de última hora, eu nem mesmo pude enviar um bilhete avisando Yena.

Me esgueirar até o pavilhão feminino foi fácil, consegui entrar no ateliê, mas ele estava vazio. Após esperar por alguns minutos, concluí que Yena não iria aparecer, provavelmente tinha se cansado de esperar.

❁❁❁

A manhã ainda estava fresca quando encontrei Yena caminhando junto a dama de companhia. Encontrá-la não foi difícil, aparentemente, todos no palácio sabiam que ela gostava de visitar os jardins, menos eu.

— Nós precisamos conversar.

— Receio que não — Yena manteve a postura altiva.

Ela parecia ter fogo nos olhos, seu cabelo caía sobre os ombros, enfeitado apenas por uma presilha de rubi. Com certeza estava chateada e, para meu azar, isso a fazia parecer ainda mais bonita.

— Eu me atrasei porque estava preso numa reunião — encarei a dama de companhia. — Nos deixe sozinhos.

— Você fica aqui. — Yena encarou a garota.

A pobre menina olhava confusa para nós dois, como se não soubesse a quem obedecer. Suspirei, tirando uma bolsinha de moedas de dentro do hanbok.

— Isto aqui é seu, se me deixar sozinho com a senhorita Yena e não contar a ninguém.

Sem pensar duas vezes ela pegou o dinheiro, curvando-se em seguida e saindo de maneira rápida. Eu poderia tê-la obrigado a sair, afinal, era o futuro rei, mas não queria usar da força e ver a revolta nos olhos de Yena. Era impagável.

— Não acredito que comprou minha dama de companhia! — Sua boca formava um bico contrariado.

— Devia saber que o futuro rei pode conseguir tudo muito fácil — sorri, encarando-lhe.

— Pois, a mim, vossa alteza nunca terá!

Ela deu meia volta, afastando-se com passos rápidos que eu facilmente alcancei. Seu rosto estava corado de raiva e os sapatos faziam barulho a cada passo.

— Corajoso da sua parte assumir que eu quero me casar com você — parei em sua frente, interceptando seu caminho.

— Como se eu o quisesse — bufou. — Isso é um pesadelo.

Tentei não parecer ofendido, a minha fama não era muito boa e, às vezes, eu sentia como se Yena estivesse me testando. Como se quisesse ver o que era preciso para fazer o guerreiro sanguinário aparecer.

Eu realmente tinha contas a acertar, não com ela, não com seu clã. Antes de pensar em vingança, eu precisava garantir que o casamento não seria uma preocupação.

— É sobre isso que quero falar. Quero propor um acordo a você. — Olhei em volta, estávamos sozinhos. — Um que a deixará livre de mim.

— Se eu não me casar, o rei vai matar meu irmão e caçar o meu clã.

— É aí que o meu plano entra — engoli em seco. — Logo eu serei o rei, e não tenho nenhum interesse em perseguir vocês.

— Me faça acreditar que isso não acabará em morte.

Suspirei, ela tinha todo o direito de estar desconfiada, eu também estaria. Precisava fazer Yena concordar, seria o melhor para nós dois.

— Meu plano é: nós nos casamos, mas não consumamos o casamento. Quando eu for coroado, libero você para ir embora e fazer o que desejar.

— Mas eles vão saber se não consumarmos o casamento. — Suas bochechas coraram.

— Confie em mim, eu já pensei em tudo. Essa é a sua chance de ser livre, aceita?

— Como pode me garantir que isso não é um plano para destruir meu clã? Se me lembro bem, sua majestade é o maior estrategista do reino.

O modo como ela falava sua majestade era cheio de veneno e deboche, Yena não era uma garota inocente, pelo visto, a família a treinou muito bem.

— Se me conhecesse, saberia que não tenho razões para mentir sobre minhas intenções.

— Mas não o conheço.

— Gostaria de me conhecer?

Houve um longo e constrangedor silêncio, logo, notando que ela apenas continuaria a analisar cada uma de minhas palavras e cada um de meus atos, decidi-me por prosseguir:

— Então, assim farei — sua expressão tornou-se um pouco surpresa. — Lhe darei três encontros, pode decidir o lugar dos dois primeiros, o último, eu escolho. Ao final, a senhorita decide se vai seguir o meu plano ou arruinar a chance de ter um futuro longe daqui.

— Aceito, majestade. — A palavra ainda era debochada em seus lábios. — Mandarei um aviso sobre onde deve me encontrar.

— Estarei esperando.

Ia ser fácil, Yena logo veria como meu plano era a melhor opção. Nenhum de nós teria que ficar preso ao outro e, em breve, estaríamos livres daquele casamento absurdo.

❁❁❁

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