Empire • BTS

♕ A caminho do trono • 1 ♕

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Clã Kim

A história do príncipe herdeiro, Seokjin

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A caminho do trono

Capítulo 1

Por HaeSoo_

CONTIVE UM SORRISO enquanto observava Namjoon e Ahra, os dois pareciam felizes. Ele possuía um sorriso contido, mas ela transbordava alegria naquela manhã. Todos queriam lhe dar felicitações pelo casamento. Depois de tantos dias incertos, finalmente algo de bom parecia estar acontecendo, pelo menos para alguns de nós.

Voltei minha atenção para Yena, ela conversava com Hwa Young de forma distraída. Me questionei se ela seria uma noiva tão feliz quanto Ahra. Provavelmente, não. Nosso compromisso era um acordo de guerra, ela com certeza não desejava fazer parte do clã inimigo, muito menos, ser minha esposa.

— O que faz aqui, hyung? — a voz de Taehyung me pegou de surpresa.

Ele usava um hanbok azul claro, lhe caía bem. Taehyung sempre chamou atenção por sua beleza e com certeza sabia como fazer bom uso dela.

— Estou apenas pensando, aqui de longe consigo observar melhor.

— E o que está observando? — Ele tinha um tom curioso e logo parou ao meu lado, olhando na mesma direção que eu. — Já entendi tudo, está observando a Yena. Devia ir falar com ela, hyung.

— Ela não gosta da minha companhia.

Desde que ela chegara ao palácio, trocamos poucas palavras, estas, que foram suficientes para que eu percebesse que Yena detestava a ideia de casar-se comigo. Não posso culpá-la, um casamento também não estava em meus planos.

JunHan provavelmente saberia o que fazer naquela situação, seria um rei melhor do que eu. Ele fora criado para ser educado e diplomático, versado em todo tipo de conhecimento necessário para reger uma nação. A única coisa que eu sabia era a arte da guerra.

No entanto, JunHan estava morto e eu precisava aceitar um futuro que não deveria ser meu. Pelo menos, não tão cedo.

— Posso ajudá-lo, com as palavras certas, ela irá se apaixonar.

— Eu não tenho tempo para cortejos e flores — franzi o cenho —, esse é o seu tipo de coisa.

Meus encontros com mulheres nunca envolveram floreios e promessas de amor eterno. Quando se é um guerreiro de alta patente, não é preciso muito para que as damas compartilhem suas camas. No entanto, agora era diferente, Yena não seria um encontro casual, ela seria a futura rainha e não parecia disposta a nada mais do que os deveres a obrigavam.

Engoli em seco, talvez, só houvesse uma saída, mas poderia pensar nisso outra hora.

— Vamos até lá, elas já nos viram aqui. — Tae começou a se mover.

Eu o segui, pensando em qual desculpa usaria para me afastar logo. Yena parecia incomodada sempre que me tinha por perto, pior, às vezes, a garota parecia estar com medo.

Nos aproximamos devagar, Hwa Young sorriu assim que pôs os olhos em Taehyung, já Yena, limitou-se a fazer uma mesura em minha direção.

— Vinhemos fazer um convite às senhoritas. — Taehyung sorriu de canto.

Vinhemos?!

Engoli em seco, já deveria esperar que o garoto ia aprontar algo. Hwa Young apenas assentiu, fazendo sinal para Taehyung continuar.

— Como podem ver, está uma bela manhã — manteve os braços atrás do corpo. — Nós gostaríamos de levar as senhoritas num passeio, garanto que irão gostar.

Era só o que me faltava.

Estávamos no inverno, logo o sol daria lugar a dias frios e cheios de neve. Àquela manhã estava especialmente quente, levando em conta a época do ano, logo estaria gelado demais para fazer passeios.

— Será uma honra, majestade. — HwaYoung fez uma mesura. — Eu aceito.

— Não podemos sair sozinhas com vocês. — Yena possuía um tom indiferente. — As pessoas vão criar boatos incômodos.

— Estamos com o seja, ninguém irá questionar a respeito. No entanto, podemos levar uma dama de companhia, se isso lhe confortar, sejabin.

Yena pareceu infeliz com a menção de seu título, mesmo assim concordou, pelo visto, ser a futura rainha lhe parecia um tormento.

❁❁❁

Nós caminhávamos perto do riacho, Taehyung e Hwa Young estavam mais à frente, uma dama de companhia nos seguia, para assegurar de que nada impróprio iria ocorrer.

Estávamos andando a minutos sem trocar uma única palavra, o que tornava a situação cada vez mais desagradável.

— Seu irmão tem sido muito útil, nos ajudou a desmascarar um traidor... — quebrei o silêncio.

— Suponho que meu orabeoni não possua outra escolha, mama.

Lá estava, o veneno sutil que se escondia sob uma beleza encantadora. Yena tinha longos cabelos, tão escuros quanto a noite, seu rosto tinha a beleza de uma flor que acabara de desabrochar. Mas era em seus olhos, amendoados e impiedosos, que sua natureza real parecia se revelar.

Não importa o quanto sorrisse ou fosse gentil, eu podia ver que, no fundo, ela não era apenas uma dama delicada.

— Ficaria surpresa, se soubesse que outras escolhas ele poderia ter tomado.

Ela deu um sorriso fechado, um que me disse que sabia sim quais as outras opções, e, pelo visto, Yena preferia a versão mais sangrenta, na qual, não acabava casada comigo.

— Estou cansada, hoje foi um dia cheio... — ajeitou a postura. — Gostaria de voltar aos meus aposentos. Tenho permissão para voltar, alteza?

— Sim, pode ir.

Yena pareceu aliviada, eu, por outro lado, me sentia fadado ao fracasso. Iríamos nos casar dentro de algumas semanas, eu seria coroado rei e, então, estaria preso àquela vida para sempre. Governando sem estar pronto para tal função e casado com uma mulher que veria tudo como apenas mais uma obrigação.

Mas, talvez, não precisasse ser assim, anos de combate me fizeram um bom estrategista. Franzi o cenho, só me restava uma opção.

— Espere — chamei, quando Yena já estava a alguns passos adiante. — Podemos conversar mais tarde?

Ela se virou e me encarou, parecendo surpresa. Aproximei-me, precisava falar sem que os outros ouvissem.

— É sobre o casamento — falei num tom baixo. — Algo que preciso lhe falar sem outros por perto.

Os olhos dela sustentaram os meus por mais tempo do que eu esperava, ou estava preparado para lidar, logo, desviando-os para a frente, para o caminho que pretendia seguir sem a minha companhia.

— Me encontre a noite, no ateliê do pavilhão feminino. — Yena parecia segura do que falava. — Aproveite a troca de turno dos guardas, à porta fica desprotegida por uns 10 minutos.

Surpreso, apenas assenti e, Yena, afastou-se com uma mesura. Perguntas encheram minha cabeça, se ela sabia daquilo tudo, então, já devia ter levado alguém ali.

❁❁❁