Empire • BTS

♕ A caminho do trono • 3 ♕

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Clã Kim

A história do príncipe herdeiro, Seokjin

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A caminho do trono

Capítulo 3

Por HaeSoo_

FAZIA DOIS DIAS desde a minha última conversa com Yena, ela ainda não mandara um aviso e eu decidi não pressioná-la. Em algum momento, a garota iria solicitar minha presença, enquanto isso não acontecia, eu começava a pôr meus outros planos em movimento.

A vida no palácio pode ser cruel e a traição vem de quem menos se espera. Encarei a porta do quarto de minha mãe e, dar meia volta e sair, parecia infinitamente mais fácil do que me sentar e tomar chá com a mulher que me abandonou.

Massageei as têmporas, tudo estava sob controle, não era mais um garoto indefeso, agora era um homem que não se deixaria intimidar.

Finalmente tomei coragem para entrar, a decoração não era mais como eu me lembrava. As almofadas agora possuíam tons de vermelho e amarelo. Tudo parecia novo, mas a rainha ainda possuía a mesma expressão fria.

— É uma honra estar na presença de Vossa Alteza. — Fiz uma mesura que ela dispensou com um gesto.

— Não precisa de tais formalidades, eu sou sua mãe.

Mas parece ter se esquecido disso há muito tempo.

— Suponho que não me trouxe até aqui por estar com saudade. — Observei enquanto uma criada me servia com chá.

— Você passou tanto tempo longe e não veio ver sua velha mãe. — Cerrou os lábios, eram iguais aos meus. — Queria saber se estava bem.

Me forcei a engolir em seco e a calar todas as palavras que desejavam sair. Como ela ousava parecer preocupada?

A mulher a minha frente, tinha traços em comum comigo o suficiente para que fosse óbvio que era a minha mãe. A favorita do rei, a sejabin mais bonita que o reino conheceu nas últimas décadas. No entanto, sua beleza não chegava ao interior, se um dia Mikyung conheceu o amor, sacrificou-o em nome do poder.

— Estou ótimo, anos exilado no exército me fortaleceram.

— Ora, não fale assim. — Levou a xícara aos lábios, dando um pequeno gole. — Você não estava exilado, o enviei para ser treinado.

— Eu era só um menino! E fui jogado em meio ao exército.

Por muito tempo me ressenti, meus irmãos estavam seguros no palácio, enquanto eu crescia em meio a morte e a violência. Sei que eles não tinham culpa, mas isso não diminuía a minha aflição.

— Um dia irá me agradecer pelo que fiz.

Minhas cicatrizes diziam o contrário. Se fechasse os olhos, era capaz de reviver a manhã que mudou tudo.

O olhar de Mikyung permaneceu gravado em minha memória. O modo como ela me levantou e puxou para perto.

— Já lhe disse para não se meter com os criados. — Sua mão acariciou meu rosto vermelho.

— M-mas ele não fez nada errado. — Meus soluços enchiam o quarto.

Para mim nunca pareceu certo ver os criados levarem punições físicas tão sérias. Ainda mais quando eram apenas crianças aprendendo o ofício.

— O rei decide quem merece ser punido. Você não pode interferir, Jin. — Os olhos dela encontraram os meus. — Me prometa que jamais fará isso de novo.

— Um dia, quando eu crescer, nunca mais vou deixar o rei tocar em outro criado.

Senti todos voltando a atenção para mim, os olhos de minha mãe se enfureceram e nada nunca mais foi da mesma forma.

— Mas esse dia... não é hoje. — Dei um último gole no chá. — Com licença.

Me levantei, deixando-a sozinha. Ainda não estava pronto para reviver tudo.

❁❁❁

Eu observava Taehyung e Jungkook brincando na grama quando a dama de companhia de Yena se aproximou. De modo discreto, a menina me entregou um bilhete e saiu fazendo uma mesura.

Abri sem hesitação, quanto antes colocasse o plano em ação, melhor. A caligrafia de Yena era bonita e suas palavras, diretas.

"Principezinho, estou morrendo de tédio confinada neste palácio. Se quer minha confiança, me tire daqui por, pelo menos, um dia. Eu adoraria conhecer o reino. — Min Yena."

Ótimo, teria que tirá-la do palácio. Tal tarefa envolvia muitas questões, dentre elas: não levantar suspeitas, não ser reconhecido e fazê-la apreciar o passeio. Voltei meus olhos para o gramado, sabia a quem recorrer.

— Taehyung, venha aqui. Preciso de você.

O moreno parou de correr assim que me ouviu, Jungkook fez o mesmo e parou, apoiando a mão nos joelhos enquanto recuperava o fôlego. Taehyung se aproximou sorridente, ele parecia estar tendo um ótimo dia.

— Eu sabia que ia me deixar ajudá-lo com a Yena, hyung.

— Como sabe que é sobre isso? — Franzi o cenho.

— Vi a dama de companhia dela e, se me chamou, é porque sabe que sou um ótimo conquistador.

— Tão bom que a sua última conquista quase acabou em morte. — Jungkook fez uma careta de reprovação.

— Yah! Eu e a Hwa Young estamos muito bem agora. — Seus lábios formaram um bico. — Aquilo com o Jimin foi apenas um mal entendido.

Jungkook rolou os olhos, eu não culpava o garoto. Pelo que ouvi, ele sempre tinha que amenizar as travessuras que Taehyung fazia.

— Preciso que me ajude a sair com a Yena do palácio. Quando o sol já estiver se pondo. — Seu olhar se tornou malicioso. — Não para isso! Quero mostrá-la como o reino fica bonito a noite.

— Tudo bem, se você diz. — Fingiu limpar algo no hanbok. — Talvez, eu já tenha escapado a noite e talvez, eu saiba um ótimo jeito.

— Pare de enrolar, vai me ajudar ou não?

— Claro que sim, hyung. Vou fazer com que dê a melhor noite que a Yena já teve.

— Mantenha as coisas comportadas, por favor. — Jungkook juntou as mãos em súplica. — Eu não posso lidar com mais um irmão querendo vingança porque a irmã dele foi supostamente desonrada.

Segurei o riso, mal sabiam os dois que meu plano era manter Yena intacta até mesmo depois do casamento.

— Prometo que irei me comportar. — Limpei a garganta. — Agora, me ajudem, preciso enviar logo uma resposta para ela.

— Confie em mim, hyung. Está tudo sob controle.

Eu não fui capaz de decidir se o sorriso de Taehyung me confortava ou me assustava.

❁❁❁