Capitulo 21

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Os dias na fazenda passam tão rápido, estabeleci uma rotina. De manhã, ajudo a minha avó na cozinha, ela me ensinou a fazer pãezinhos e nunca passou pela minha cabeça que cozinhar fosse tão relaxante. Após o almoço, faço crochê com a tia Nana ou desenho no meu quarto e a tarde encontro-me com o Simon, passamos horas juntos.
A minha relação com meus familiares está melhorando, mantenha uma conversa civilizada com a Morgan e ignoro completamente a Bruna, Simon me aconselhou a não me estressar, e também ensinou alguns truques quando a crise estiver iniciando. Devo sempre distrair a minha mente, pensar em algo bom ou contar em números pares ou ímpares. Funcionou duas vezes quando a crise quis atacar em uma noite de sonhos conturbados. Estou melhorando dia após dia, estou conseguindo sorrir verdadeiramente para meu pai e conversar com minha avó e minha tia sem sentir nenhum pingo de rancor.
Houve um tempo em que eu não acreditava no amor, no seu poder de curar e salvar tudo. Hoje, vivendo com o Simon, dormindo ao seu lado posso dizer com convicção o quanto o amor é poderoso. Ele pode até melhorar nossa aparência, engordei alguns quilinhos vivendo na fazenda e minhas bochechas estão mais coradas. A minha fisionomia melhorou bastante. É impossível contém o sorriso satisfatório quando vejo meu reflexo no espelho, estou ótima. Violet ficará orgulhosa e falando nela… Faz quatro dias que não consigo entrar em contato com a minha irmã, pode ser problema com rede do celular, mas penso em resolver esse problema depois. Agora vou ajudar a Dona Germana na feira.
Desço as escadas e encontro minha Tia Nana varrendo o tapete, cantando uma música alegre sobre sertão.

─ Bom dia, Tia Eliana.

Para a limpeza para fitar meu perfil.

─ Bom dia, Sol… Que belo vestido.

Sorri alegremente.

─ Obrigada, vou ajudar a Dona Germana na feira hoje.

─ Oh, a feira é maravilhosa. Você vai amar, está com uma ótima fisionomia essa manhã. Têm usada o creme de óleo de girassol?

─ Ah sim, é perfeito. Melhorou muito a minha pele.

─ Eu falei, as engenhocas da Dona Germana nunca falham. ─ volta a varrer. ─ Se divirta na cidade.

─ Até depois Tia Nana!

Animada com meu passeio, corri até a cabana encontrei o Senhor Otávio arrumando os caixotes na velha Kombi.

─ Olá… ─ Cumprimento educadamente, pegando um caixote para ajudá-lo.

─ Acordou animada. ─ Diz ele agitado.

─ É a primeira vez que vou para a cidade desde que cheguei. E para uma feira, estou muito animada!

Riu alto, ajeitando o chapéu de caubói na cabeça.

─ Simon está no celeiro, temos um bezerro novo no rebanho.

─ Um bebezinho?

O sorriso do homem diminuiu um pouco, ele inclinou-se para pegar outro caixote.

─ Infelizmente a fêmea não sobreviveu. É um órfão, estou torcendo para o que bichinho sobreviva.

─ Eu sinto muito! ─ comento cabisbaixa.

─ Não se preocupe, a vários bezerros novos. São vinte no total.

─ O Simon vai conosco? ─ Indago, o procurando nos arredores.

─ Não, ele precisa instalar o novo morador no celeiro. É um recém nascido, precisa de cuidados. A Bruna está lhe ajudando, auxiliando em tudo.

Eu não sabia o que responder, fiquei estática e sem acreditar. Simon está sozinho com a Bruna e no celeiro?

─ Ei menina. ─ Otávio franziu a testa. ─ Não se preocupe, Simon é um homem íntegro. Conheço muito bem o meu filho. Ele ama você, só está trabalhando.

Girassol (Até 20 Agosto) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora