Final

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Estou pronta para viajar para São Paulo, minha mochila é pequena. Estou levando apenas o necessário, não pretendo deixar aquele hospital enquanto Simon não acordar.
Fabiano e Dona Germana estão lhe acompanhando, Fabiano alugou um pequeno apto para nossa estadia na cidade. Vamos nos revezar para não tornar os dias cansativos.

─ Solana. ─ Minha mãe entrou no meu quarto, com uma expressão apreensiva.

─ Sim?

─ Os funcionários da fazenda, estão nervosos.

─ Por qual motivo?

─ Com a falecimento do Sérgio, eles estão pensando em deixar a fazenda. Acham que a produtividade não será mais a mesma.

─ Mais problemas! Chame o Senhor Otávio, vamos dar um jeito nessa situação.

Ela aquiesceu, saindo rapidamente, terminei de dobrar as últimas peças. Sempre olhando meu celular, não posso perder sequer uma única ligação de São Paulo.
Desci as escadas e Morgan estava chorosa na sala de visitas, com algumas malas de viagem. O que significa esse comportamento justo agora?

─ Morgan?

─ Solana. ─ Levantou-se. ─ Eu queria me despedir e agradecer por tudo.

─ Como assim? Você está indo embora?

─ Não consigo ficar aqui sem ele, tudo nessa Mansão lembra-me seu pai.

─ Ah, desculpa a minha falta de educação, mas você está sendo uma idiota. Acha mesmo que o meu pai gostaria de tal atitude? É lógico que não!

─ Solana, por favor…

─ Não, não quero ouvir. Onde estão todos? VOVÓ, TIA NANA, BRUNA, VIOLET? ─ Berro, um pouco chateada com a escolha da Morgan.

Não demorou para a sala de visitas estar com todos meus familiares. As expressões tristes e desânimo era de estremecer os ossos, mas alguém precisava se manter forte. Por meu pai, por Simon!

─ Estamos de luto, Solana. Respeite a dor de uma mãe!

─ Eu respeito vovó, respeito e muito. Porque também estou sofrendo. No entanto, nossa família vai se manter unida. Ninguém deixará essa Mansão, NINGUÉM! Não era a escolha do meu pai, não é a escolha do Simon e não será a minha. Morgan, você e a Bruna fazem parte desta família.

─ O que está acontecendo? ─ Indagou Tia Eliana, olhando para as malas no chão.

─ Morgan está pensando em ir embora. Bruna, com certeza tomou a mesma decisão!

A garota se encolheu, desviando o olhar.

─ Perdeu o juízo? Meu Deus, estamos enfrentando uma perda dolorosa e você pensando em ir embora? Santo Deus… ─ Dona Mariana, passou a mão no rosto desacreditada.

─ Eu acho; ─ nesse momento minha mãe entrou com o Otávio na sala, Morgan pigarreou e continuou a explicação: ─ Acho que não será a mesma coisa sem ele.

─ É claro que não será, quando uma pessoa que amamos se vai. Ela deixa um vazio em nossas vidas, mas não significa que esse vazio não pode ser preenchido por outras pessoas e alegrias. Não vamos desistir de viver, não vamos desistir de sorrir e essa fazenda vai continuar com as plantações de girassóis. ─ Digo com convicção. ─ Senhor Otávio, avise todos antes da nossa viagem que as atividades da fazenda continuaram. Nada mudará, temos quatro mil hectares para a colheita. Apenas uma semana de luta para os funcionários!

─ Solana tem razão; ─ argumentou Bruna. ─ Essa fazenda é nosso lar, não podemos abandoná-la. Sérgio voltaria dos mortos para beliscar nossos pés. Ele amava esse lugar.

Girassol (Até 20 Agosto) Where stories live. Discover now