Chapter XI

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Três anos atrás



Acordei com uma gritaria no andar de baixo e me levantei puta pois sempre odiei do fundo do meu coração que me acordassem gritando, fui até o banheiro, escovei meus dentes e penteei meu cabelo com os dedos. Desci e vi a Júlia brava correndo atrás de seu irmão que ria sem parar.

— Me dá meu celular agora Thomas! — gritou muito alto.

— Eu vi seu namoradinho, eu vi seu namoradinho — cantarolou Thomas.

— Bom dia gente — Júlia parou assim que ouviu.

— Boa tarde você quis dizer né? — disse ofegante — Cams, você poderia dizer pro Thomas que eu não tenho namorado?

Esse seria um ótimo momento pra brincar com a Júlia e ganhar a amizade de seu irmão, então sim, o ajudei a fazer a vida dela um pequeno inferno.

— Mas você tem — Júlia arqueou a sobrancelha e Thomas arregalou os olhos.

— Eu sabia! — gritou o menino — Ju tem namorado, Ju tem namorado.

— Para de mentir pra ele Camille!

— Como ele é Camille? — disse pegando em minha mão direita.

Me agachei para ficar de sua altura e dei uma rápida olhada pra Júlia que estava de braços cruzados me lançando um olhar ameaçador.

— Ele tem cabelo preto ondulado, olhos castanho escuro, uma boca mais ou menos carnuda, é mais alto que a Júlia e se parece comigo — ele me olhava com brilho nos olhos enquanto Júlia me olhava brava.

— É seu irmão? — assenti.

— Para de graça Cams — me levantei rindo.

Senti meu celular vibrando no bolso e vi uma mensagem da Catarina.

Bo-Cat:

PASSAMOS NO TESTE CAMS!!!
13:24

Camille Vieira:

CARALHO!!!!!! Sabia que você iria conseguir, mano, vamos trabalhar juntas!
13:24

Bo-Cat:

Vem em aqui em casa, hoje a noite farei uma festa pra comemorar!
13:24

Comecei a sorrir boba com a notícia de que finalmente eu e a Catarina iríamos atuar juntas no teatro. Não era um grande teatro, era um teatro em um centro cultural mas para nós isso era uma grande conquista e um grande passo pra realizar o sonho de viver da arte.

Guardei o celular e vi a Júlia caminhando batendo o pé brava pra cozinha, fui atrás e perguntei:

— O que houve amor? Ficou brava com a brincadeira que eu fiz com seu irmão?

— Por que estava sorrindo daquele jeito pro celular? — me olhou brava.

— Porque recebi uma boa notícia — a olhei confusa — por que?

— Que boa notícia? — cruzou os braços.

— Passei naquele teste com a Catarina — veio em minha direção e pulou no meu colo.

— Aí amor que maravilha, parabéns — disse distribuindo beijos pelo meu rosto.

— O que achou que era? — ela se escondeu no meu pescoço.

— Pensei que fosse uma possível amante — ri.

— Não seria louca de por outra no seu lugar, eu te amo mulher — a puxei pra um selinho demorado.

The One That Got AwayWhere stories live. Discover now