Chapter XVIII

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Acordo no outro dia com o sol entrando pela janela que esqueci de fechar antes de dormir, levanto puta e vou direto pro banheiro fazer minha higiene matinal, saio do banho e vou procurar uma roupa pra usar. Coloco uma camisa de basquete dos Nets, um short preto bem curto e faço um coque pois ninguém suporta o calor que está fazendo nesse caralho de país, mas fazer o que né? É melhor derrubar árvore e morrer de calor do que perder espaço que pode ser usado para construção urbana.

Vou para a cozinha tomar um bom café da manhã e acho escondido no fundo da geladeira uma salada de frutas, amo salada de frutas! Sirvo bastante numa taça de sobremesa e me sento para comer bem feliz. Na verdade tudo que estou fazendo é esconder a ansiedade que estou sentindo tentando pensar em outras coisas e nesses momentos tudo o que consigo fazer e pensar para distrair é comer, mas as vezes a ansiedade é tão grande que nem consigo comer pois fico totalmente enjoada. Pego meu celular para ver minhas mensagens e penso em mandar uma pra Letícia já que estou indo viajar.

Camille Vieira:

Oi, sei que sou um lixo por dizer isso por mensagem mas estou indo viajar e não terei tempo de te encontrar para dizer isso. Não podemos ter nada, nem aberto e nem fechado, por respeito à sua irmã e por nossa história mas também porque ainda amo outra pessoa. Desculpa por isso, até um dia.
10:22

Suspiro aliviada por ter feito isso mesmo sabendo que o certo seria falar pessoalmente mas vamos combinar né, nada nessa história tá sendo da forma correta.

Lavo a taça e a colher que usei para que minha mãe não reclame de louça suja na pia. Subo e começo a arrumar minha mala enchendo duas bolsas com roupas frescas para enfrentar o calor intenso que faz no Rio pois lembro bem das mensagens que a Júlia me mandava reclamando que sentia falta dos quatro climas que faziam em um dia em São Paulo.

Assim que termino sinto meu celular vibrando com uma mensagem da Catarina.

Bo-Cat:

Faremos uma social para nos despedirmos de você, cola no teatro às 14hrs.
12:01

Sorrio e agradeço aos deuses mentalmente por ter amigos tão carinhosos e que se importam comigo o bastante pra sempre me apoiar nas minhas decisões sendo elas certas ou erradas.

Arrumo meu quarto e o resto da casa para agradar um pouco minha mãe já que ela não está nada feliz com meus planos de ir ver a Júlia.

Vejo que está perto da hora de ir me encontrar com meus amigos então resolvo já levar minhas malas para de lá ir pro aeroporto mas como as malas estão muito pesadas decido chamar um táxi. Deixo encima da mesa um bilhete de despedida pros meus pais e saio.

Chego no teatro e vejo Catarina, Bruna, Vinicius, Carlos e Pedro sentados no palco com duas garrafas de espumante rindo e conversando, subo no palco atraindo todos os olhares para mim e lanço um sorriso para todos.

— Cês me chamaram pra encher a cara antes de viajar? — rimos.

— Sempre Cams — diz o Vinicius que estava sentado ao lado de Catarina — vem sentar e beber com a gente.

Me sento do lado do Carlos e da Bruna que ficam de boa enquanto eu fico tensa, é aquele ditado né, quem deve teme.

— Okay, eu começo! — Catarina diz se levantando com uma taça — você não deve estar entendendo nada mas combinamos de fazermos umas pequenas homenagens pra você antes de partir e como eu sou a sua melhor amiga dentre todos acho que devo começar.

— Gente do céu pra que tudo isso? — digo humorada — eu vou ali ver a Júlia e já volto. Calm down Beyoncés — todos riem.

— Tá, fica quieta e aceita a homenagem — levanto a sobrancelha esquerda, bela forma de começar a homenagem — Cams, eu fui uma das pessoas que gritavam pra você seguir em frente mas ao mesmo tempo eu gritava pra que você lutasse por quem você realmente ama. Eu só quero te dizer que eu forçava você seguir em frente porque eu não suportava te ver mal e eu não suporto isso porque eu te amo demais. Você me ajudou em milhares de coisas durante toda a minha vida, você sempre esteve lá quando eu estava sofrendo e até cheguei a viver mais na sua casa do que na minha por sentir que precisava do seu jeito acolhedor do meu lado — ela limpa uma lágrima que caiu — sei que você pensa que é uma pessoa fraca mas só nós duas sabemos tudo o que passamos juntas e por isso e por outras coisas eu digo com toda a certeza do mundo que você é a pessoa mais forte que eu conheço. Eu te amo Camille.

The One That Got AwayWhere stories live. Discover now