The One That Got Away

Chapter XXXIV

Depois de 10 minutos chegamos no Parque Água Branca e assim que o Vinicius estacionou o carro a Júlia se virou pra mim dando um sorriso de lado.

— Achei que teria algo a mais — colocou uma mecha de seu cabelo atrás da orelha — estava tão estranha...

Em meio a voz baixa e o meio sorriso consegui identificar frustração, ela havia percebido que teria algo a mais, algo grande, mas ver o parque fez com que achasse que seria mesmo apenas um piquenique. Agora o plano estava perfeito e ela iria se surpreender com o que planejei para nós, só tenho que seguir o plano.

— O que mais eu poderia fazer? São quase 11 horas da manhã Júlia — disse num tom sarcástico fazendo-a revirar seus olhos.

Assim que saímos do carro Catarina vem com um enorme sorriso e com um pequeno volume em seu vestido, ela está grávida de 4 meses e não poderia estar mais radiante.

— Oi Ju — a abraça — vem comigo.

— Mas o que...? — Catarina interrompe a puxando para a entrada do parque.

Sorrio e entro no parque indo em direção ao local combinado esperando que esteja tudo ok e que não tenha que atrasar tudo. De longe vejo um arco envolto por diversas flores em frente ao arco tem algumas cadeiras brancas onde estão sentados Pedro, Carlos, Patrícia, Bruna que está inquieta batendo o pé, meus pais e me surpreendo em ver o velho amigo de escola de Júlia, Anderson.

Assim que me vê, Bruna levanta e corre em minha direção.

— Tá tudo certo, ela não tá entendendo nada — digo rápido já me defendendo — como você achou o Anderson?

— Não importa — diz nervosa — só espero que tudo ocorra bem e que o vestido sirva.

Depois de um tempo conversando recebemos a mensagem de que a Julia estava vindo. Caminho até o altar e começo a sentir o nervosismo, sinto vontade de roer as unhas, borboletas no estômago, sinto tudo menos paz no coração mas tudo muda quando ouço a marcha nupcial.

Levanto a cabeça e a vejo vindo sorridente segurando o buquê com as duas mãos. Ela estava perfeita, o vestido estava perfeito. Era um vestido simples em marfim, no busto tinha um decote em V, as costas era desnuda e tinha um caimento simples que chegava até os pés. Não havia véu pois ela sempre deixou claro que queria que seu rosto ficasse em evidência e ele estava. Desço do degrau do altar para pegar em sua mão que se põe ao meu lado.

Assim que a música para olhamos para o pastor dos meus pais, que se ofereceu de coração para realizar a cerimônia, que começou a palestra.

— Bom dia, estamos aqui hoje para celebrar o amor de Júlia e Camille — a sinto apertar minha mão — felizmente fomos abençoados à participar desse momento maravilhoso e especial para o amor dessas duas meninas, que apesar de jovens se amam como se fosse algo de outra vida. Esse amor já nos mostrou que o tempo não pode substituir o verdadeiro dono do seu coração, que o amor prevalece em meio ao ódio e que nada poderá quebrar o laço que juntam suas mãos. Agora esse amor irá trabalhar junto ao tempo, para ajudá-las a crescer, a criar uma vida nova juntas como um só. Agora — ele nos olha sorrindo — deixarei as princesas declararem mais uma vez esse lindo amor na frente de todos nós.

Ficamos de frente uma a outra de mãos dadas, percebo que seus olhos estão cheio de lágrimas o que me emociona.

— Acho que como eu inventei isso tenho que começar né? — digo e todos riem — vou começar pelo que você já sabe, eu te amo e não mudaria nada em você e muito menos nesse seu coração incrível que eu sou muito grata de ter me acolhido dentro dele. No momento que te vi sabia que você seria o amor da minha vida, não havia dúvidas dentro de mim e ainda hoje não há, não há uma Camille sem Júlia ou Júlia sem Camille, talvez houvesse antes de nos conhecermos mas depois? Jamais! É uma versão muito triste. — suspiro — eu te amo Júlia, e eu mal posso esperar passar o resto da minha vida comendo o seu bolo de laranja horrível.