Chapter XVIII

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Bruna e Júlia me olharam confusa e o Pedro escondeu o sorriso maldoso colocando a mão na frente da boca mas Letícia fechou a cara na mesma hora.

— Você preferia que ele não soubesse da verdade? — pergunta Letícia tentando virar o jogo.

— Eu prefiro a verdade, me poupa o nervosismo — sorrio sarcástica — mas claro, você não tem nada a ver com nós e não deveria ter se metido onde não foi chamada.

Bruna solta a mão da Letícia olhando brava para a mesma.

— Você quem falou pro Pedro? — ela grita — por sua causa eu fiquei sem falar com a Catarina por achar que tinha sido ela a fofoqueira — se afasta tentando se controlar — você sabe a merda que fez garota?

As duas começam a discutir chamando a atenção de todos, coloco a mão no bolso do shorts e envolvo a Júlia com meu braço direito sorrindo pela cena da Letícia sendo exposta por suas mentiras. Pedro não estava gostando nada daquilo, diferente de nós ele não queria que a Bruna brigasse e retrocedesse na questão de seguir em frente. Ele é um anjo. Um anjo traidor mas ainda é um anjo.

Patrícia tenta se enfiar no meio da discussão mas o Carlos a impede então ela vem em minha direção pisando firme e diz:

— Dá um jeito nessa merda porque é tudo culpa sua — franzo o cenho.

— Eu não mandei sua irmã dar com a língua nos dentes — cruzo os braços – vou me meter não.

Vejo o ódio em seu olhar e a Letícia se aproximar junto de Bruna parando do lado da Patrícia.

— Essa é a tal de Júlia? — Letícia apronta pra Júlia que até então apenas observava tudo.

— Eu mesma — diz de nariz em pé. Patrícia a olha de cima a baixo com desdém e Júlia percebe — algum problema querida?

— Nenhum, só achei que você seria... — faz uma pausa — melhor.

Antes que Júlia possa responder me ponho a frente e digo:

— E é — Júlia sorri orgulhosa — tão melhor que mesmo longe eu preferi terminar com você por causa dela.

Puxo a Júlia para sair dali indo pra perto da churrasqueira para comermos um pouco. Sentamos no canto e começo a explicar tudo que mudou quando ela foi embora, tanto na rua quanto no meu grupo de amigos. Ela fica triste em saber que a Catarina não queria ter filhos pois Júlia sempre quis ser mãe mas sabe que não posso engravidá-la, acho que isso é meio óbvio. Beijo o topo de sua cabeça e tento consolá-la dizendo que podemos adotar ou fazer inseminação se ela quiser passar pelo inferno que é uma gravidez.

Catarina se junta a nós e se anima contando sobre a gravidez, ela diz estar cansada de discutir com o Vinicius sobre os possíveis nomes e, de acordo com ela, como ela passará 9 meses carregando a criança, ela quem dará a última palavra. Ou seja: ela quem manda e o Vinicius só aceita. Também disse que está dando um tempo do teatro já que tem muita pressão lá dentro pra colocar tudo nos trilhos, algo nada fácil já que muitos dos atores brigam ou transam lá dentro. Adorava transar lá dentro, saudades da Catarina brava por eu ter desobedecido as regras.

Falando no Vinicius, ele não saiu de perto da churrasqueira 1 minuto mas me lançava alguns olhares bem feios o que deixava claro sua insatisfação com minhas não tão recentes atitudes. Vou até as carnes que estavam perto dele para disfarçar, olho pra ele de canto de olho e percebo que ficou indiferente com a minha presença. Porra de garoto. Perco a paciência de fazer joguinhos e coloco a mão em seu ombro para que me olhe, ele tira minha mão do ombro sacudindo o mesmo como uma criança birrenta.

The One That Got AwayDonde viven las historias. Descúbrelo ahora