Chapter XXIV

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Ela fica quieta o encarando enquanto ele se aproxima cada vez mais com uma expressão brava em seu rosto. Será que só agora ele percebeu que eu tô comendo a mulher dele? Não, não é possível, no máximo ele sabe e se faz de sonso com medo de perder um mulherão desse que ele tem noção de que nunca conseguiria arrumar uma igual. Gado demais.

— Diz Júlia — aperta seu braço e grita — olha nos meus olhos e mente que não tem nada com essa garota.

— Solta ela caralho — o empurro.

Ele nem se move já que estou chapada demais pra ter força de sair na mão com alguém, ele ri sem vida e puxa seu braço.

— Me responde Júlia.

— Você quer que ela diga o que? — ela me olha com lágrimas nos olhos — quer que ela diga que depois do jantar no restaurante japonês nós duas fodemos loucamente? Ou você quer que ela diga que eu a fiz gozar mais vezes do que você poderia fazer se ela tivesse coragem de ir pra cama contigo? — ele trava o maxilar demonstrando estar mais bravo — ah não, já sei! Você quer que ela diga que depois da missa transamos no carro.

— Quero ouvir da sua boca Júlia Noemi Ribeiro Sales — ele a vira para encará-lo segurando em seus ombros — você me traiu?

— Me desculpa — ela abaixa a cabeça — mas você tem que entender eu amo a Camille e temos um passado no qual eu escondi de você por...

— Eu ia te pedir em casamento! — ele grita — mas você é apenas mais uma vagabunda de merda.

Sinto uma raiva enorme tomar conta de mim, me coloco do lado da Júlia colocando o dedo na cara do Henrique me controlando pra não sair no soco com ele.

— Solta agora a minha mulher e não se dirija a ela se não for com respeito — digo entre dentes.

— Amor, por favor, não piore a situação — ela me olha triste.

— Amor? — Henrique diz alterado e desfere um tapa em seu rosto.

Não penso duas vezes e dou um soco em seu rosto o fazendo cair, me aproximo de seu corpo que está no chão e começo a chutá-lo. Quem ele pensa que é para tocar nela? Quem ele pensa que é pra machucar ela?

Sinto Júlia me puxando gritando para que eu pare com voz de choro, me viro e a abraço com força dando um beijo no topo de sua cabeça.

— Júlia me perdoa eu fiz sem pensar — ele diz se levantando — eu te amo.

— Você me ama? — ela grita — não Henrique você não ama ninguém além de você e do seu ego gigantesco. Quem ama não bate, quem ama não machuca e é exatamente o que você fez comigo agora — ela diz chorando e se soltando dos meus braços — você quer que eu seja uma boneca perfeita, você quer me desenhar do jeito que sonha pra me exibir como troféu mas quem ama não faz isso — ela me dá a mão — a Camille nunca fez nada além de me amar e me aceitar como sou, sempre me respeitou e cuidou de mim diferente de você, então Henrique suma da minha vida antes que eu chame a polícia por ter me agredido.

Ele sai chorando de cabeça baixa e então sinto a mão da Júlia apertar a minha enquanto tenta disfarçar seu tremor puxo sua cintura e a beijo intensamente levando minha mão para dentro de seus cabelos massageando, sorrio entre o beijo ao pensar que a partir de agora ela não é de ninguém além de mim. Termino o beijo e vejo o quão abalada ela está então seguro em sua mão a guiando até o lado do passageiro já que quem vai dirigir hoje serei eu.

Coloco o endereço no GPS e nos levo até o hotel. Não fizemos nada naquela noite além de deitar e ver filmes agarradinhas.

De manhã acordo sem a Júlia do meu lado e bufo, mais um dia sem minha Morena. Me levanto e vou pro banheiro fazer minha higiene matinal até que ouço a porta abrir, saio do banheiro e vejo Júlia entrar com uma pequena mala me deixando confusa.

The One That Got AwayOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz