Cp. 24

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Entro no vestiário para trocar de roupa. Coloco um macaquinho leve e florido que Jéssica me trouxe, - ela é um amor -  guardo numa sacola a roupa que viera no corpo.

Saio do vestiário e calço meu sapato, e ouço o grunhido da porta. James entra.

- Esqueci minha carteira. - diz ele pegando a mesma e balançando no ar. Sorrio.

Me levanto e ele me fita por um tempo. Até olhei minha roupa para ter certeza que não havia nada estranho com ela.

- O que foi? - pergunto.

- O que? Não é nada... - pego meu celular para sair e ele parece querer falar algo.

- Quer falar alguma coisa James?

- Não... Na verdade eu quero sim. - inclino a cabeça o incentivando a falar - Você quer ir almoçar? - franzi a testa. - Quer dizer, só almoçar! Como bons colegas de trabalho.

Ri com a cara dele tentando não soar frio. Acho que só um almoço não faz mal para ninguém.

- Pode ser. - ele sorri.

Saímos do prédio e fomos em direção ao seu carro que tinha uma cor de azul marinho brilhante, não entendo de carros mas tenho noção que jamais caberia no orçamento da maioria das pessoas dessa cidade.

Quando eu ia estender o braço para puxar a maçaneta do carro sinto ele vindo por trás e vejo-o abrir a porta antes de mim. Sorrio como agradecimento, entro e ele fecha a porta dando a volta para o seu lugar e dá a partida.

- Você quer escolher o restaurante? - ele pergunta me olhando e voltando o olhar à estrada.

- Ah não, tanto faz. - respondo e ele assenti. - Pra falar a verdade não vou muito a restaurantes, sempre opto pelo pastel de feira, ou o cachorro quente da praça. - ele ri.

- Então irá conhecer um lugar diferente hoje. - sorrio.

O resto do caminho foi silencioso, James me olhava de canto algumas vezes mas logo voltava sua atenção para a estrada.

- Chegamos. - ele diz tirando o cinto. - Ah não, por favor. - ele diz ao me ver pegando na porta. Sai do carro e dá a volta abrindo a porta para mim.

- Obrigada, mas não precisava.

- Eu não me importo. - ele afirma me fitando com aqueles olhos verdes. Impossível não ver Jason.

- Meu Deus, esse lugar é... É lindo! - falo baixo assim que piso os pés no restaurante. Era tudo tão delicado, tudo tão clean.

- Que bom que gostou. - fala estendendo sua mão, não entendi muito bem o que isso significava, arqueei as sobrancelhas, ele riu - Me dê sua mão. - obedeço, ele me leva a uma mesa que tinha uma vista muito bonita para a cidade.

- Eu mesmo posso puxar a cadeira dessa vez. - falo já me sentando.

- Sim senhora. - ele se senta na cadeira à minha frente.

Logo o garçom chega com os cardápios. Quase que meus olhos saltam para fora com os preços etiquetados em cada nome de prato.

- Jesus. - solto sem perceber, James me encara e solta um "O que?" - Tem ouro nos pratos? - ouço sua risada calma e sofisticada - Falei besteira né?

- Tudo bem. Não se preocupe com isso, você é minha convidada. - seu rosto trazia serenidade.

Leio o cardápio tentando encontrar algum nome familiar, a única coisa que conheço era a palavra "sopa". Arrepio só de pensar em sopa com o sol que fazia hoje. Vejo-o acenando para o garçom.

O Homem da Boate. Where stories live. Discover now