Cp. 38

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- O que você quer dizer, Jason? Quer ter uma amizade colorida? Quer que eu passe pela sua casa pra você me comer de vez em quando? É melhor você esclarecer sobre o que a gente está conversando, porque ontem à
noite eu bem que poderia ter te estrangulado. - minha voz falhou um pouco, revelando o quanto as palavras e a rejeição dele tinham me magoado.

Aí ele chegou um pouco mais perto de mim, e me esforcei para não me engasgar de nervoso. Estava com medo de que, se a oportunidade surgisse, todos aqueles sentimentos que guardo no peito iam se libertar, e a decisão do que a gente ia ser um para o outro não estaria mais nas minhas mãos. Ele sempre me pareceu muito maior e muito mais forte do que todas essas coisas contra as quais estou sempre lutando.

Ele deu um sorrisinho de canto, e senti o efeito disso na boca do estômago. O Jason não precisa me xavecar ou tentar ser sedutor, não com um sorrisinho tão malicioso que prometia momentos fantásticos.

- Quero transar, Megan. Transar muito. Com você, só com você. A gente precisa mais do que isso neste momento? Depois do que aconteceu ontem à noite, você consegue negar que também quer? - sacudi a cabeça e soltei o ar bem devagar. Ia perguntar o que tinha mudado, já que todas as
complicações que o Jason tinha quando a gente se conheceu ainda existiam. Mas ele continuou falando, e fiquei sem palavras. - Não falei que, em algum momento, não possa ser mais do que isso. Mas agora estou me sentindo muito arrasado e não sei se vou conseguir me recuperar. - essa foi de cortar o coração, e não posso acusá-lo de não ter sido sincero. Para falar a verdade, gostei mais disso do que aquele joguinho de gato e rato que passou esse tempo me comendo por dentro.

- Deixa eu esclarecer uma coisa, Jason. Eu não vou me afastar do James só porque você não consegue perdoá-lo por seja lá o que aconteceu. Se quiser ter esse tipo de relação comigo, tem que saber disso e não vir me cobrar que eu me afaste de pessoas que me fazem bem. - disse com a voz ainda triste.

Eu sabia o que queria: Jason. Parecia que queria ele desde sempre. Não ia bancar a louca e dizer que estou apaixonada por ele, que não posso viver sem ele, mas ele mexe comigo, de um jeito que nunca ninguém mexeu. Ele até pode achar que está arrasado, mas eu sei a verdade. Ele é divertido e também tem uma grosseria que já faz parte de quem ele é . E tenho certeza que, se eu quiser, posso ajudá-lo a se recuperar. O Jason tem tanto a oferecer. Jason continuava parado na minha frente. Estava com a boca retorcida, dando um sorriso de canto, e era fácil de entender porque todas as mulheres morrem de tesão por ele.

- Isso a gente vai ver aos poucos, um dia depois do outro. - disse. Acho que preciso fazer um comentário por ele ser tão curto e grosso.

Nem tive chance de responder porque ele já tinha dito tudo o que tinha para dizer. Chegou perto de mim e me abraçou com força, um abraço de proteção, um abraço confortante que me fez relaxar e abraçá-lo também, eu não posso negar mais meus sentimentos por ele, eu sabia o que estava sentindo e preciso declarar isso, mas não tenho coragem,entao somente penso:

-Eu estou apaixonada por você. - Poderia ter falado isso em voz alta, mas somente ecoou em minha mente. Não posso dizer isso a ele ainda, não quando não temos certeza do que ele está sentindo.

Dessa vez, quando me beijou, não senti nada da raiva, do desespero e da mágoa que tinham ficado entre a gente na noite anterior. Foi um beijo cheio de promessas, cheio daquele monte de sentimentos que tinham pesado e queimado a gente por tanto tempo. Esqueci que estava no meio da casa de Sofia e furiosa com o Jason. Esqueci de tudo, menos dos seus sentimentos e de como ele mexe comigo. Me perdi na sensação da língua dele passando na minha, nos dedos dele segurando meus quadris. Esperei todo esse tempo por ele, desejei por tanto tempo que parecia que o desejo tinha vida própria dentro de mim.

O Homem da Boate. Where stories live. Discover now