Cp. 55

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Megan.

Minha cabeça fica girando loucamente, e tento não ficar imaginando com quem ele está ou o que está fazendo. Desde a primeira vez que eu o vi eu quis esse homem de um jeito puramente físico e sexual. Mas, agora que o conheço, agora que entendo tudo o que se passa por trás daqueles olhos verdes, quero ele para mim de todos os outros jeitos também. Meu coração se parte em mil pedaços toda vez que ele me olha como se eu fosse um manequim. 

Fico para morrer quando olha através de mim, como se eu não existisse. Na verdade, se o Jason olhasse com atenção, veria todos os pedacinhos do meu coração espalhados onde não deveriam estar. Na minha garganta, nas minhas mãos, na boca do meu estômago... Ele viaja hoje. Quando saí para buscar minha mãe e o Mark no aeroporto de manhã, estava colocando as malas na frente da porta e falando ao celular com alguém que ia passar lá para pegá-lo. 

Por um lado, fiquei feliz que aquela tensão toda entre a gente não ia mais existir, porque ele ia estar a milhares de quilômetros de distância. O outro lado, muito maior e mais barulhento, gritava que, assim que o Jason entrasse naquela van com os meninos, tudo entre a gente acabaria para sempre. 

 Fazia mais de uma semana que eu não tinha notícias do Noah nem do Ricky. Tomara que o Noah tenha seguido o meu conselho e se enfiado numa ilha deserta. Como não sou burra de encontrar o Ricky sozinha, coloquei aquela agenda que virou minha vida do avesso em baixo de um banco de uma praça e mandei uma mensagem para o Ricky de outro chip informando onde ele encontraria o objeto.

Deixei o Mark na casa dele e como não precisaria mais ficar na casa do Jason, voltei com a minha mãe para o apartamento de Jason para buscar as minhas coisas. Minha mãe notou minha tristeza e claro que dessa vez não tive como esconder nada, no caminho contei tudo nos mínimos detalhes para ela, tudo mesmo, desde sua viagem para trabalho até agora. Contei sobre o Noah, Ricky, James, Jason e todos os novos amigos que fiz. Minha mãe ficou assustada e perguntando o por quê de eu não ter pedido a sua ajuda. Mas depois, ela se conformou meio relutante, mas entendeu o meu lado. 

- Na verdade eu já sabia que você já tinha perdido sua virgindade desde quando te vi quando voltei daquela outra viagem. - arregalei os olhos e arqueei a sobrancelha - Uma mãe sempre sabe quando sua filha perde a virgindade, Megan.

- A senhora não está brava? - perguntei apertando o volante.

- Não, mais do que sua mãe, sou sua melhor amiga e quero que você sempre tenha essa confiança em mim. - sorrio, como pude esconder algo da dona Ellie Leones? Ela é a mãe mais compreensível desse mundo. Suspirei aliviada, depois de finalmente tirar todo esse peso das minhas costas. 

Agora que sabe que não rola mais nada entre mim e o Jason, o James deu para me ligar umas duas vezes por dia. Sei que ele está preocupado comigo de verdade, mas tive que dizer mais de uma vez que não tenho o menor interesse em sair com ninguém nem começar nenhum relacionamento. Ele vai voltar para Nova Iorque daqui um mês e a agência no qual ele trabalha me fez uma proposta de passar um tempo indeterminado lá. Eu disse que ia pensar, sei que é uma oportunidade única. Em menos de um mês eu me formo e com certeza será uma boa ir para o Estados Unidos. Será um passo e tanto para o meu futuro.

 Quando cheguei ao prédio do Jason, parei para recuperar o fôlego e perdi o equilíbrio, porque o Jason estava saindo pela porta da boate e descendo os degraus. Ele parou quando me viu e olhou para baixo, para ponta dos coturnos. A expressão naqueles olhos partiu meu coração, e eu só queria dar um abraço nele e dizer que ia ficar tudo bem. Mas sei que isso não é verdade. Então, só me encostei no corrimão de ferro e olhei para o Jason. 

- Você está bem? - perguntei. 

Ele nem me olhou, mas seus ombros ficaram duros, e ficou rodando com o polegar seu anel no indicador. Não sei direito se estou apaixonada por esse homem, mas acho que sim. E tenho absoluta certeza que não quero que ele se sinta mal como agora nunca mais. Ele merece ter paz, um descanso desses demônios que não param de atormentá-lo. E se eu tiver que sair da vida dele, paciência. 

O Homem da Boate. Where stories live. Discover now