Cp. 37

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Jason.

Bufei e tentei não pensar em como tinha sido bom ficar com a Megan, como seu gosto é bom e como ela se esfrega em mim perfeitamente. Tudo bem, faz um tempão que tenho uma quedinha por essa mulher, não estava preparado para vê-la tão fogosa assim. Mas ela quer certas coisas da vida que eu jamais vou ter para oferecer. Eu não devia pirar toda vez que ela está perto de mim se sei que essa história nunca vai dar em nada. Não tenho nada contra ser o playground de uma garota bonita, mas algo me diz que, quando ela fosse embora depois de brincar, vai levar muito mais do que estou disposto a dar.

Quando acabou o "show" já estava tarde e eu precisava falar com Megan sobre o que aconteceu, estou me sentindo um babaca pelo que falei. Pego minha moto mesmo estando bem tarde e vou até a casa dela, sem pensar muito se não acabaria desistindo. Estava tudo escuro quando cheguei em sua casa, nem uma fresta de luz iluminava o lugar, somente os postes da rua. Me posiciono em baixo da janela do quarto dela.

- Megan! A gente precisa conversar. -  esperei um tempinho e franzi a testa quando não tive resposta. Tudo bem, a gente tinha passado muito dos limites hoje à noite. Mas teríamos que dar um jeito para as coisas não ficarem estranhas. Ou mais estranhas do que já estão. - Anda, Megan. Não faz isso, abre para gente conversar.

Mas nada aconteceu, deduzi que ela não estaria na casa dela. Só de pensar que ela podia ter ido para casa daquele idiota de coletinho ridículo, minha cabeça ficou para explodir. Cerrei os pulsos e tive que me esforçar para não enfiar um soco na minha moto. Mandei uma mensagem para Gael perguntando se Megan tinha dito para onde ia. Não demorou muito para ele responder que ela foi embora com Sofia. O que me fez relaxar os músculos tensos do corpo. Ao chegar em casa peguei meu celular e liguei para o número de Sofia.

- O que é que está rolando? - perguntei. Ela ficou em silêncio por um tempo e, quando começou a falar, fiquei surpreso com o tom de censura na sua voz.

- Sei lá. Me diz você? - sentei na beirada da cama, esfreguei a testa e respondi.

- Fiz merda. - Sofia bufou e falou:

- Das grandes. A garota por quem você morre de tesão está aqui dormindo no meu sofá porque você é um idiota. Você precisa resolver essas porcarias que tem na cabeça antes de acabar com suas chances de ficar com ela. A Megan praticamente deu um pé na bunda do James, e acho que ele nem ligou que ela voltou com cara de quem tinha sido comida por alguém. Duas vezes. - soltei um palavrão baixinho e deixei as palavras da Sofia entrarem na minha cabeça. Deitei na cama e fiquei olhando para o teto.

- Não faço a menor ideia do que estou fazendo com ela.

- Então acho melhor você descobrir. Você já fez merda o bastante então arrasta essa tua bunda até aqui para levá-la para casa assim que amanhecer. - bufou e desligou.

Há quatro anos atrás James arruinou a minha vida, mas me fez perceber que amor é algo que as pessoas inventaram para se sentirem importantes para alguém. Depois que ele acabou com tudo que eu tinha eu prometi para mim mesmo muitas coisas e isso inclui não deixar mulher nenhuma se aproximar de mim.

Eu saio com elas, como umas por aí e pego umas minas que são fáceis de virar as costas, de sair andando. Tento pegar as que conhecem as regras. Tenho vinte e sete anos, sou bem-sucedido, tenho amigos e mais oportunidades do que sou capaz de aproveitar. E, mesmo assim, faço tudo isso sozinho. Não tenho ninguém para dividir essas coisas, ninguém para aproveitar elas junto comigo, porque sempre morro de medo do que pode acontecer se eu deixar alguém se aproximar tanto assim de mim.

Aquela primeira noite com a Megan, meses atrás, acho que eu sabia. Acho que, mesmo naquela época, quando a gente transou a primeira vez, eu sabia que, entrando naquele quarto com ela, não ia simplesmente conseguir virar as costas, dar um perdido e não me importar mais. Acho que, mesmo naquela época, me dei conta do quanto ela podia ser importante para mim e fiquei apavorado.

O Homem da Boate. Where stories live. Discover now