Cp. 48

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Era quase meia-noite e eu estava cansado e sujo. Só queria tirar a roupa e me livrar dos meus pensamentos. Eu devia saber que isso ia acontecer há muito tempo, e o fato de eu ainda estar chateado por isso ter acontecido comigo me importunava. Antes que eu pudesse mudar de ideia, que eu deixasse a culpa e todos os meus outros sentimentos me impedirem, mandei um torpedo para o Kenny dizendo que eu topo fazer a turnê com eles.

Depois eu lidava com o que isso ia significar para minha relação com a Megan. Neste exato momento, preciso de algo tangível para me focar e investir minhas energias,e montar uma lista matadora para levar para Europa era exatamente isso. Desliguei o celular antes de receber a resposta dele e fui para o banheiro.

Joguei todas as minhas roupas no chão, que formaram uma pilha bagunçada e suja de sangue. Abri o chuveiro quente no máximo. Quando o banheiro estava cheio de vapor, entrei embaixo do chuveiro e deixei a água escaldante escorrer pela minha cabeça e pelos meus ombros. Queria lavar aquele dia inteiro, mas isso ia ser difícil, porque meu tio ainda estava no hospital, e eu ainda ia ter que encarar um tribunal.

A água pode até estar quente, mas não vai conseguir levar essas duas coisas embora. Dobrei os dedos debaixo d'água e fiquei olhando, sem emoção nenhuma, o sangue seco descer pelo ralo. O corte no meu rosto começou a doer, e eu ia esfregá-lo, quando a porta do chuveiro se abriu e senti umas mãos macias passando pela minha cintura e pela minha barriga. Levei um beijinho bem de leve na nuca e senti ela encostar a bochecha no meio das minhas costas ao me abraçar.

A Megan é toda macia, as mãos, a pele, os peitos, e tem a voz mais doce que já ouvi. Toda aquela dor aguda que passei o dia sentindo foi desaparecendo, pouco a pouco, e começou a ir pelo ralo como o resto das coisas. Parte daquela tensão terrível que estava enrolada dentro de mim começou a sair, e coloquei minha mão machucada em cima da dela, que era bem menor.

- Teve um dia ruim? - a voz da Megan estava um pouco mais carregada do que o normal. Quis acreditar que era por que ela estava preocupada comigo, que realmente gostava de mim, do mesmo jeito que eu estava gostando cada vez mais dela.

Ela chegou mais perto, apertando toda a frente do seu corpo contra as minhas costas. Comecei a sentir que outras partes do meu corpo estavam ficando tensas, mas de um jeito muito bom. Era só ela me tocar que nada mais tinha importância.

- Com certeza não foi dos melhores. - respondi.

Ela subiu uma mão, pôs bem em cima do meu coração, e tenho certeza que percebeu que ele bateu mais forte quando me tocou. Aí desceu a outra e isso quase bastou para me fazer esquecer o dia de merda que eu tive. Queria me virar, queria abraçá-la, mas deixar ela me abraçar, deixar ela me fazer sentir inteiro novamente era tudo o que eu precisava naquele momento.

Fiquei só de olhos fechados e estiquei as mãos para me apoiar na parede. Não via mais o rosto machucado da minha tia nem sentia a cara do meu tio se quebrando com os meus socos. A Megan era tudo o que importava, ela tem o poder de melhorar as coisas, de me tornar alguém melhor, e não sei se isso é bom ou ruim.

Depois passou os dedos pela minha ereção, e fiquei arrepiado. Senti cada toque, cada vez que ela movia a mão no meu peito. Meu coração batia acelerado de um jeito que eu tinha certeza que ela podia perceber. Dava para sentir que ela estava sorrindo ali atrás de mim. Tirou a mão do meu peito e ficou passando os dedos em volta da argola que tenho no mamilo e, por um segundo, achei que minhas pernas não iam aguentar.

A Megan não costuma prestar atenção nas joias que tenho nos lugares que só dá para ver quando a gente fica pelado. Acho que foi o fato de ela estar dando uma atenção especial para mim nesse momento, de estar cuidando tão bem de mim que me deixou louco de tesão. Então me beijou atrás da orelha e lambeu o piercing que tenho ali.

O Homem da Boate. Onde histórias criam vida. Descubra agora