Abyzou

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Pov Gadrel.

A mansão a minha frente era uma construção muito imponente, com seu estilo vitoriano e suas grandes janelas adornadas, em sua frente havia um grande jardim que estava começando a florir, já que era começo de primavera. Eu me encontrava andando em sua direção para atender a um chamado. Já faziam três longos meses que a retirei de sua jaula no submundo e ela ainda não havia se prontificado a ir atrás de Hannah.

Adentrei a enorme mansão, que ela conseguiu provavelmente escravizando a alma do dono do local, me deparando com alguns empregados que me reconheceram de imediato. Um homem de idade se dirigiu a mim.

- A senhora lhe aguarda.

O homem me indicou o caminho então entrei em uma espécie de sala de banho com uma grande piscina que ia de um lado ao outro do enorme ambiente tudo ao redor esbanjava luxuosidade.

A cena a minha frente já me era comum, caídas ao chão e boiando na piscina havia vários corpos de jovens agora sem vida, seus rostos mostravam o horror que sofreram antes de perderem suas almas, elas estavam pálidas e seus olhos estavam abertos mostrando olhos agora bancos e sem vida. 

Era o que a mulher a minha frente mais gostava, se alimentar das almas humanas e jovens mulheres eram suas vítimas preferidas, ela dizia que o sabor delas era muito mais doce. Não me importava com nenhuma delas, eu estava aqui para saber sobre Hannah e quando iria ter minha vingança.

- Que bom que chegou Gadrel, achei até que não viria.

- Tem algo de útil pra mim Abyzou, ou só me chamou para presenciar seu banquete?

- Quanta hostilidade, achei que fossemos aliados. E prefiro que me chame de Abby, soa melhor, menos demoníaco.

- Não me interessa como você prefere ser chamada, já faz quatro meses que libertei você daquela jaula imunda e você ainda não fez nada para retribuir meu esforço. Quero Hannah em minhas mãos e rápido.

Ouvi sua risada e vi a mulher andar em minha direção.

- Você não sabe o valor da paciência, meu caro. Por isso você falhou, não adianta nada ter pressa. Nesses meses eu fiz minha pesquisa e agora sei como desestabilizar sua irmãzinha. Só precisamos ir atrás de uma pessoa que ela adquiriu uma grande estima.

- Foi pra isso que eu passei todos esses meses te enviando moças para seus banquetes? Eu já tentei isso e não deu certo, ela não ficou abalada, e destruiu todos a sua volta. Não acredito que usei minha última esfera angelical para retirar você daquele lugar. Talvez eu devesse alertar aos anjos sobre a falta de um de seus prisioneiros.

Vi suas belas feições ficarem duras e sua voz mais baixa adquirindo um tom de ameaça.

- Não ouse me ameaçar Gadrel. Você não sabe do que sou capaz.

- Então me mostre do que é capaz e me traga Hannah.

Abyzou me olhava com desprezo, eu também não gostava nada de nossa parceria, mas precisava dela para acabar com Hannah.

- Muito bem. O problema do seu plano é que você pegou a pessoa errada. Você tem que enfiar a faca mais no fundo do coração dela. Todos temos uma frequeza e eu acho que sei qual é a da guardiã.

Apenas a encarei esperando o restante de seu argumento.

- Venha quero lhe mostrar uma lembrança que adquiri com um dos alunos daquela escola de bruxos.

Segui Abyzou, até um espelho em formato oval que deveria ter mais ou menos um metro ele era todo de ouro e tinha jóias encrustadas. Fiquei a sua frente então lhe ouvi falar.

- Speculum Revelare.

Então vi no espelho uma cena, parecia que estava vendo um filme, vi Hannah sentada ao lado da moça que sequestrei meses atrás elas conversavam, pareciam estar em uma sala de aula. A sala estava lotada de alunos que em sua frente tinham caldeirões. Parecia ser uma aula sobre poções ou algo do tipo.

- Já peguei a moça e não deu certo da última vez, porque seria diferente agora?

- Você pode parar de falar e assitir a lembrança até o fim?

Voltei minha atenção para o espelho a minha frente e continuei a ver a dinâmica da aula, não tinha nada de mais. O professor estava a frente da turma e tinha uma expressão muito séria, quase aborrecida, era um homem alto de cabelos negros e lisos e com as roupas totalmente negras também. Ele falava a um aluno em tom frio, estava repreendendo por um erro. Me ocorreu que eu já tinha visto o homem antes mas não me lembrava de onde. O professor continuou a andar por entre os alunos e agora estava em frente a Hannah e verificou seja lá o que estivesse no caldeirão elogiando Hannah. Ela sorriu para o professor e ele retribuiu com penas um leve entortar de lábios, estendeu sua mão e pegou um frasco na mão dela e partiu para sua mesa. 

Olhei no rosto de Abyzou, minha paciência já estava no limite, isso era uma perca de tempo.

- Era para eu ver alguma coisa aqui, fora uma aula muito sem graça?

- Você olha mas você não vê. Ela está apaixonada e pelo visto é correspondida.

- Você viu isso aí? Você está lúcida ou todos os anos presa naquele lugar te enlouqueceram?

- Quer minha ajuda ou não?

- Vá em frente.

- Olhe de novo. Vê como o professor trata os alunos? Com um tom frio e aborrecido. Mas olha como ele muda perto dela.

Olhei para a cena e depois para a mulher ao meu lado e deduzi que ela realmente perdeu o juízo, o homem parecia o mesmo sua pose era fria.

- Sério mesmo Gadrel que você é tão pouco observador? Olha nos olhos dele, estão mais brandos, mesmo com sua postura firme. Vê como ela sorri para ele e o homem retribui? Ele não faz o mesmo para nenhum outro aluno, e olha quando ele pega o frasco, seus dedos fazem um leve carinho na mão dela e seu olhos nunca deixam os de Hannah e os dela estão cheios de amor, é como se eles dissesse um para o outro que se desejam muito.

Olhava para Abyzou com incredulidade.

- Você viu isso tudo aí? Estavam todos esses sentimentos ali naquela cena sem graça, sério mesmo? Sinto muito mais é difícil acreditar.

Ela deu um suspiro profundo como se estivesse já sem paciência.

- Vá por mim ele é o nosso homem. Essa não é a única lembrança que coletei, e também não foi de uma única pessoa. Em todas as lembranças eles tem essa mesma dinâmica, eles tentam esconder mas para alguém tão experiente sobre paixão quanto eu, está bem visível. Só precisamos atraí-lo para mim, e do resto eu me encarrego.

Olhei a cena mais uma vez e com mais atenção, mesmo não acreditando nessa teoria louca de Abby, eu queria me lembrar de onde eu conhecia aquele homem. Então a compreensão me atingiu eu já tinha visto ele sim, ele é um dos comensais da morte, amigo de Malfoy. Isso era perfeito, eu conseguiria por as mãos nele facilmente. Mesmo não acreditando que ele e Hannah tenham alguma coisa, não custava nada tentar. O máximo que poderia acontecer é ele não representar nada para Hannah e Abby consumir a alma dele.

Um amor de outro mundo - Snape (COMPLETO)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora