Azar ou sorte?

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Notas iniciais:

Mil perdões! As vezes escrevo conteúdo adulto e esqueço de avisar, nessa história não há conteúdo adulto.

A maior parte das minhas histórias é conteúdo adulto, mas "Fatalité", "Les Aventures de Chat Noir" e "O Vale de Argonne" são para todas as idades. Outras fics minhas podem ter conteúdo adulto, por isso leiam as notais iniciais.

Dito isso, por favor, me perdoem por não ter explicado antes! As hashtags e marcações eram mais evidentes da plataforma que eu usava antes e tinha um campo para notas iniciais e finais.

Vou acertar as notas iniciais de outras histórias minhas.


Azar ou Sorte?


Ladybug e Chat Noir tiveram uma semana totalmente atribulada, além de compromissos na vida civil (provas, trabalhos escolares dentre outros) aquela semana tinha sido a pior em termos de akumas. Pelo visto Hawk Moth estava muito determinado! Criou um akumatizado diário para que enfrentassem. Aqueles não foram os piores vilões que tinham combatido, mas as escapadas, as desculpas, ficavam cada vez mais difíceis.

Chat Noir não sabia, mas Marinette estava novamente de castigo pelo final de semana, por conta das desculpas esfarrapadas e ausências. Era depois das dez da noite. Ladybug e Chat Noir se encontraram na Torre para patrulhar, pelo menos, era sexta-feira e no dia seguinte não tinham que acordar cedo. Eles dividiram a área que iriam cobrir e cada um saiu para um lado. Era começo de primavera e a noite estava muito fria. Nenhum dos dois sentia-se muito confortável, aqueles dias foram tão cansativos!

Ladybug estava correndo pelos telhados em uma região próxima ao rio Sena quando sentiu o chão faltar sob seus pés. A telha de um galpão havia cedido abaixo de si e mesmo tentando usar o ioiô para laçar algo que lhe evitasse a queda não conseguiu encontrar apoio. Mergulhou no escuro por breves momentos até que com um baque surdo o tempo parou.

Chat Noir já estava na Torre há menos de cinco minutos e olhava agora para o rastreador. Havia algo errado, sua joaninha estava parada em um mesmo ponto desde o momento que olhou para o rastreador. Estendeu o bastão indo em direção ao local que ela estava.

Quando chegou e viu o galpão escuro logo sentiu um arrepio pelo corpo e a sensação de algo estava terrivelmente errado? Estaria presa? Havia mais alguém lá? Aproximou-se com cuidado da janela para olhar o interior, enxergava com facilidade por conta da visão noturna e a cena que viu fez sentir como se seu sangue congelasse nas veias. Ladybug estava caída no meio do galpão vazio o buraco no telhado fazia com que a iluminação externa destacasse seu corpo naquele espaço. Deus! Estaria morta?!

E ele realmente não pensou em nada quando entrou no galpão, que pudesse ser uma ilusão, ou algum tipo de armadilha, não pensou simplesmente. A única coisa que lhe ocorreu era aproximar-se torcendo para que aquilo não fosse o que parecia. Tomou-lhe o pulso para checar, talvez sua mão tremesse, mas o pulso estava ali e uma onda de alívio o invadiu. Viu que as pernas estavam em uma posição estranha, que não deveria ser possível. Como a tiraria dali? Deveria tentar acordá-la?

— My Lady? — Colocou a mão no rosto, estava fria. Talvez devesse ligar para a polícia, ou ambulância, poderia mexer nela ou seria melhor não? O sinal do anel e dos brincos se fez ouvir no silêncio. Droga e agora só tinham quatro minutos! Mas... Jamais poderia deixar ela em qualquer atendimento médico como Ladybug, ou sua identidade seria revelada numa questão de tempo. Se ela não acordasse, teria que tirá-la dali sozinho. Como poderia explicar uma garota ter caído do telhado?

Mas não poderia levá-la com as pernas daquela forma, isso acabaria machucando ainda mais, pois, obviamente estavam fraturadas. Com cuidado improvisou talas com pedaços de madeira e fios de rede elétrica que estavam por ali, para evitar os movimentos enquanto a carregasse. Chorava, depois que o susto inicial passou nem tentou conter as lágrimas que vieram. Amarrou com cuidado para evitar que doesse, mas em momento algum ela expressou qualquer sinal de dor ou consciência. Antes de sair dali desfez sua transformação e um Plagg aturdido e silencioso surgiu ao seu lado. Desta vez ele apenas aceitou o pedaço de queijo que Adrien lhe ofereceu e comeu sem falar nada. Depois voltou a ser Chat Noir. Pegou-a no colo para saírem dali. Consciente que logo saberia quem era Ladybug, sua Lady. Pois, os brincos dela indicavam pouquíssimo tempo de transformação e jamais poderia deixá-la em qualquer atendimento médico antes que estivesse em sua forma civil. Mas nunca gostaria de saber desta forma, sem que fosse da vontade dela. Queria que houvesse uma forma de não saber...

Já estava a duas quadras do hospital quando a transformação se desfez, pensava que não a reconheceria, por não saber quem era. Quando viu Marinette em seus braços a dor e o desespero só ficou maior ainda. Ela esteve todo esse tempo ao seu lado e ele nunca havia notado!

Quando entrou no atendimento do hospital a kwami dela se escondeu nos cabelos dele, torcia para que ela não estivesse visível. Ele limpou o rosto com o dorso da mão. Precisaria falar algo.

— Por favor, essa garota estava na rua e um carro foi na direção dela depois de perder o controle. Eu trouxe direto para cá! — As mentiras escorregaram fácil como a melhor explicação que poderia dar. Assim como fingir que se importava apenas por ser Chat Noir, o herói de Paris e não porque ela lhe fosse extremamente cara e querida!

Três funcionários do hospital se aproximaram rápido e a colocaram em uma maca, um deles abriu lhe os olhos para verificar algo e logo depois empurraram a maca para dentro. Chat Noir notou a kwami se esconder sob a maca e ir com sua portadora.

Ele viu a bolsinha dela sendo levada para a recepção em busca dos documentos e ouviu enquanto a recepcionista falava avisando alguém na casa dela Nem conseguia imaginar o desespero do outro lado da linha quando recebessem a mensagem. E ele sabia que não era exatamente culpa dele, mas talvez se tivesse patrulhado a outra área estariam voltando os dois bem para casa agora... Gostaria de ficar ali e esperar para saber mais, como ela estava, Mas aquilo não faria sentido e poderia levantar suspeitas. Saiu dali a contragosto indo direto para casa, talvez Alya ou Nino o avisasse assim que soubessem.

Chegando em casa desfez sua transformação, Plagg surgiu ao seu lado, mas nada disse. Sabia que o kwami não era muito bom com palavras de consolo. Mexeu no celular, e ainda não havia recebido nenhuma mensagem de Alya ou Nino.

— Não era suposto que ela tivesse muita sorte, Plagg? — disse socando o tampo da mesa.

— Saberia dizer se foi azar ela ter caído ou sorte não ter morrido, garoto? Foi uma queda de mais de dez metros...

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