Fatalité

Rápido e eficiente

Naquela tarde teve um akuma e dessa vez foi por um triz. Mistress chegou a usar seu poder especial em Ladybug tirando-a de combate, mas naquele momento ele já estava com o cataclismo ativado e destruiu o objeto akumatizado. Como Chat Noir já estava habituado a isso, pegou o ioiô de sua parceira e usou para purificar o akuma por sorte conseguiu ativar o miraculous para reparar todos os danos com o objeto que ela recebeu ao usar o lucky charm. Se não tivesse funcionado, não saberia como voltar ao normal o grande número de pessoas transformadas em estátuas pela cidade.

Aquela luta apenas fazia com que sentisse maior urgência em resolver a questão Hawk Moth. Doía-lhe imensamente não dever usar o poder absoluto para de alguma forma tentar resolver a situação de Emilie fosse qual fosse, estivesse ou não no porão ou subsolo da casa. Agradecia já ter devolvido os brincos a Marinette ou a tentação seria grande demais.

Assim que voltou para casa mais tarde verificou se o pai estava no escritório como normalmente, o segurança ficou na sala de estar e Nathalie entrou no escritório para ajudar Gabriel e repassar a agenda. Ele teve sua deixa nesse momento. Assim que Nathalie entrou no escritório, espero pela primeira distração e passou para o quarto do pai pelas escadas sem que o segurança o visse. Pouco instante depois saiu de lá com o pequeno frasco na mão. Aquela parte havia sido bem simples, mas do que imaginara inicialmente.

Ao final do dia precisaria entrar na cozinha. Aquilo não era tão simples, pois sua alimentação era controlada, para evitar muitos doces ou frituras. Ele normalmente nunca ia buscar algo na própria cozinha sempre pedia a Nathalie ou avisava o cozinheiro pelo interfone. Além disso, precisava de uma brecha para entrar ali logo antes do jantar. Talvez devesse se transformar em Chat Noir sair pela janela e entrar pela porta dos fundos da cozinha? Mas se o cozinheiro visse Chat Noir ali não teria qualquer explicação e o fato chamaria uma atenção brutal e desnecessária de Gabriel.

Algo lhe dizia que tentasse como Adrien, se não desse certo desta vez poderia tentar no dia seguinte. Só perderia um dia. E se o cozinheiro o pegasse ali como Adrien poderia inventar alguma desculpa muito mais razoável.

Adrien teve seu momento quando o segurança foi dispensado e Nathalie retornou ao escritório com Gabriel por um instante enquanto ele já aguardava o jantar. Ele esgueirou pela sala até entrar na cozinha e logo avistou o prato preparado que seria servido ao pai. Tirou o frasquinho do bolso feliz pelo acompanhamento do salmão defumado ser um creme de espinafre onde despejou o pó usando um garfo para misturar.

— Adrien? O que faz aqui na cozinha? Sabe que se seu pai o Nathalie não gostam que venha aqui.

— Ah Auguste! Eu só vim para perguntar se não poderia colocar alguns profiteroles a mais em minha sobremesa, você sabe que esses são meus favoritos, não sabe?

— Mas Adrien... Você sabe que se aumentar a porção e seu pai descobrir nós dois estaremos encrencados! — O cozinheiro olhou para Adrien com um pouco de pena, pois sabia que a alimentação do rapaz era levada a risca e aquilo para um garoto da idade dele deveria ser uma das coisas mais chatas de se aturar. — Vou tentar, mas os que ficarem por baixo na taça ficaram amassadinhos, tudo bem?

— Perfeito! Muito obrigado, Auguste. Só não deixe meu pai saber que lhe pedi!

Que bom que a sobremesa não era mousse preparado na taça ou teria que ter arrumado outra desculpa rápida! Adrien saiu inocentemente da cozinha sem ser visto e quanto reparou que o pai e Nathalie estavam entrando na sala de jantar, mas ele ainda estava em pé e não onde se sentava costumeiramente.

— Adrien? Onde estava? — Nathalie acabou perguntando não muito surpresa.

— Fui ao toalete, já estava indo para o meu lugar.

Ele comeu sua refeição e ao final deu uma olhada para o prato do pai. Todo o creme de espinafre foi consumido e ele não tinha sequer dito algo do sabor. Tinha sido perfeito!

Após algum tempo, meia hora depois de Gabriel já ter se recolhido para dormir em seu quarto Adrien foi até aquela porta e bateu chamando pelo pai. Se ele acordasse pediria para ir ao cinema com os amigos no dia seguinte dizendo que só havia se lembrado de pedir naquele momento, se não acordasse era a hora certa. No fundo ele já nem sabia se preferia que o pai acordasse ou não. O que faria a seguir com toda certeza deixaria Gabriel irado! Não obteve nenhuma resposta, era agora.

Adrien retornou ao seu quarto se transformando em Chat Noir e saindo pela janela, apenas para retornar pela janela do escritório após dar uma volta pelo lado externo da casa. Desta forma, se alguma câmera de vigilância o filmasse, teria vindo de algum outro lugar que não de dentro.

Subiu ao quarto do pai com o cataclismo já ativado. Gabriel dormia com a porta do quarto trancada. Torcia para que o kwami da borboleta não tentasse acordar o pai. Preferiu usar o cataclismo apenas na maçaneta fazendo com que toda a tranca se desintegrasse sob seus dedos empurrando a porta para entrar. Assim que chegou a cama onde o pai dormia notou que não veria nenhum kwami, o broche que tinha visto nas ilustrações do livro do guardião estava sobre o criado-mudo. Talvez fosse incomodo que Gabriel dormisse com ele... Pegou o miraculous e saiu entrando na cozinha num ponto que não era monitorado para se destransformar e alimentar Plagg. Pelo menos seu kwami guloso se alimentava bem mais rápido do que a pequena e delicada joaninha Tikki. Comandou novamente sua transformação indo direto ao escritório. Afastou o quadro que escondia o cofre e usou seu poder novamente fazendo com que a porta pesada de aço sumisse e retirando dali apenas o broche do pavão. Antes de se afastar acabou pegando o retrato de Emilie na mão.

— Perdão, mamãe... Há coisas demais em jogo para correr um risco tão grande...

Deixou o retrato na mesma posição saindo pela janela a toda velocidade levando os dois miraculous que faltavam a caixa. Nem tinha notado quando as lágrimas começaram a escorrer pela face protegida pela máscara. Aquilo tinha sido bem baixo, furtar os dois miraculous na calada da noite do próprio pai! Tentava apaziguar o coração naquele momento, pois sabia que a maior bomba viria no dia seguinte quanto o pai acordasse. Então veria Chat Noir nas gravações... Logo chegou a casa de sua Lady, batendo no alçapão para que o deixasse entrar.

— Chat Noir! O que houve? Por que está assim?!

Chat Noir tinha a face lavada por lágrimas e entrou com cuidado para não pisar na cama dela. Preferiu estender-lhe os dois miraculous antes de responder qualquer coisa.

— Deus do céu! Isso são os miraculous do pavão e da borboleta?! Caralho onde conseguiu isso Chat?!

Tikki que acordou junto e olhava para os dois broches tão perplexa quanto a portadora.

— Você estava certa na sua suspeita, princesa. Gabriel Agreste era Hawk Moth. O da borboleta estava em sua cabeceira e o do pavão no cofre.

— Chat! Você invadiu a casa de Gabriel Agreste e roubou os miraculous?! — Aquilo não era uma repreensão, era? Talvez fosse, talvez devessem ter lutado pelo miraculous? Muito nobre e muito burro! Ninguém tinha se machucado desta forma! Mas ele estava o suficientemente chateado e frustrado para guardar a resposta mordaz que queimava na ponta da língua.

— Não, eu toquei a campainha da frente e perguntei diretamente ao Sr. Agreste se ele era Hawk Moth, ele argumentou que como havia descoberto sua identidade secreta que me entregaria ambos os miraculous...

Marinette olhou para ele estupefata entre a confusão do sono, sem ter notado que havia acabado de acusar Chat e então para os miraculous em suas mãos verificando se pareciam realmente sólidos. Aquilo era algum sonho?

— Claro! Que roubei, o que você queria que eu fizesse lutasse por eles? Chamasse você para que lutasse com o pai do seu colega na casa dele? Quantas pessoas poderiam se machucar em um confronto direto além de nós dois, Nathalie e o próprio Gabriel? Eu fiz o que era necessário, eu fiz...

— Adrien também poderia se ferir. Claro que você está certo! Só foi totalmente inesperado!

— Só quatro pessoas, My Lady. Claws out. — A transformação de Chat Noir se desfez permitindo que Marinette visse Adrien sob a máscara. — Não faz mais qualquer sentindo manter minha identidade em sigilo para você, eu furtei os miraculous do meu próprio pai.