Marinette

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Adrien já tinha desistido há tempos de especular sobre as aparições que tinha visto ao longo do tempo. Via de regra, elas não davam respostas precisas e sequer eram muito assertivas. Mas lhe davam conforto, uma sensação de que não estava sozinho. Loucura pela necessidade?

Cerca de uma semana e meia depois daquele sonho os médicos disseram ter indícios e exames que Marinette provavelmente acordaria e isso aconteceu realmente dois dias depois. Foi no meio da manhã, durante o período de aula, então Adrien estava no colégio e os pais dela na padaria. Os pais dela receberam um telefonema do hospital avisando e logo mandaram mensagens para aqueles que sabiam ser os amigos mais próximos.

Foi muito estranho acorda no hospital com as pernas imobilizadas sem saber ao certo o que tinha acontecido. Marinette pensou por algum tempo para tentar se lembrar de como havia caído desta vez. A última coisa que se lembrava era dos primeiros dias das férias de verão ajudando os pais na padaria. Será que tinha batido a cabeça também e se esquecido de algo? Não estava com dor de cabeça. Passou a mão à procura de algum galo, mas encontrou apenas uma região com cabelos curtos, como se tivessem sido cortados rente e pode sentir uma cicatriz, que não apareceria se o cabelo estivesse comprido ali. Caramba! Não se lembrava de nada que pudesse ter sido a causa daquela cicatriz! Quanto tempo tinha ficado apagada?! Estava um pouco sonolenta como se tivesse dormido pouco, mas isso não lhe dizia nada!

Então Wayzz notou que Marinette estava desperta e se aproximou muito feliz para "abraça-la" e como ela não se lembrava do que poderia ser o Wayzz se exaltou gritando e mexendo os braços para que não chegasse perto, que deve ter sido ouvido com facilidade do corredor:

— Fica longe seu... Seu... Seu... Bicho verde! O que é isso? Um grilo?!

— Mari... Sou eu, Wayzz!

Será que tinha batido a cabeça tão forte assim?! O grilo falou?!

Mas logo entrou uma enfermeira no quarto. Wayzz se escondeu numa gaveta e Marinette evitou falar sobre aquilo naquele momento. Teria sido uma alucinação? Deveria falar sobre isso com um médico?!

Mas quando um médico veio vê-la começou a fazer algumas perguntas sobre as últimas coisas das quais ela se lembrava, fez testes de reflexos, verificou a dilatação das pupilas e outros exames clínicos. A perda de memórias foi notada. Algum tempo depois seus pais entraram no quarto. Ela ficou muito feliz e aliviada por vê-los, e eles pareciam estar muito, mas muito felizes mesmo, emocionados. Tom chorava e Sabine ficou uns bons minutos apenas a abraçando. O médico conversou com eles, explicou sobre o lapso de memória, que não adiantava se "esforçar" para lembrar. Que provavelmente era temporário, e poderia levar algum tempo mesmo até que se recordasse das coisas que tinham acontecido. Mas talvez nunca se lembrasse do acidente de carro.

Quando eles voltaram a ficar sozinhos ela fez diversas perguntas aos pais. Tom e Sabine evitaram falar que ela estava fora de casa em um horário estranho, se não lembrava, não adiantaria e não era realmente importante agora.

Algum tempo depois o quarto foi "invadido" por um grupo de garotos vindo direto do colégio. Marinette se lembrava de alguns rostos, como Nath, Rose, Mylene e Nino. Mas existiam pessoas ali das quais ela simplesmente não se lembrava, nada, nem de um dia ter visto embora tivesse a estranha sensação de conhecê-los de algum lugar. Ela ficou encabulada, pois uma garota morena de óculos a abraçou e estava exultante que finalmente tivesse acordado. Mas ela simplesmente não sabia quem era.

Então Sabine e Tom explicaram que ela tinha se esquecido de muita coisa e cada um dos seus "amigos" se apresentou dizendo o nome, mesmo aqueles dos quais se lembrava. Mas logo a situação se tornou demais, muitos nomes novos, embora não fossem novos realmente. Um grilo estranho na gaveta, que ainda queria verificar... Descobriu que quem a tinha levado para o hospital tinha sido um dos "heróis de Paris", um tal Chat Noir, do qual também não se recordava. A morena, de nome Alya, ficou incrédula quando ela disse não se lembrar da dupla de heróis de Paris. Ela sentiu-se um pouco mal por ter sido ajudada por uma pessoa da qual nem mesmo se lembrava.

Algum tempo depois ela bocejou, sem conseguir evitar. Queria saber mais, tinha perdido e esquecido muitas coisas! Mas agora já nem se lembrava dos outros nomes que tinha aprendido pela segunda vez as meninas eram Alya e Juleka e os garotos Luka, Adrien e Marc? Mas quem era quem mesmo? Droga!

Depois de algum tempo um médico entrou no quarto e sugeriu que deixassem Marinette descasar. E logo todas as suas visitas saíram. Um dos garotos, moreno de mechas azuladas lhe deu um beijinho no rosto antes de sair e o loirinho mexeu um pouco nos fios de cabelo beijando sua testa. Mylene a abraçou. Teve a impressão de que tinham os olhos brilhantes de emoção, mas ela mesma não conseguia sentir tanta saudade! Nem sabia quem eram e do seu ponto de vista, não tinha passado tempo algum!

Os amigos saíram antes dos pais dela, mas Tom logo conversou um pouco com Sabine dizendo que era melhor dar um pouco de privacidade a ela para que descansasse. "Agora nós temos todo o tempo que precisamos para contar as coisas, aos poucos!"

Quando a mãe e o pai a deixaram sozinha para descansar sua vontade era levantar dali e ver o grilo na gaveta. Queria entender aquele bicho! Mas com as pernas imobilizadas daria um pouco de trabalho chegar até a gaveta Decidiu chama-lo, realmente devia estar alucinando um pouco.

— Hei Wazzy... Não... Wayzz. Está me ouvindo? Você está mesmo aí? Ou eu imaginei tudo isso?

Ele saiu da gaveta atravessando o material sólido, ela pode reparar. Se aquilo não era sua imaginação, era mágico mesmo! No começo ele ficou longe e ela olhava com receio, como havia sido seu primeiro encontro com Tikki. Depois ele explicou os miraculous os portadores e disse que os heróis da cidade, eram portadores.

— Okay... Então o Lordbug e o Chat Noir tem cada um uma kwami diferente? Em um miraculous? — Disse mexendo na pulseira que estava em seu pulso. — Devo ter sido uma lástima mesmo, ninguém falou da uma heroína tartaruga!

Wayzz se aproximou dela se apoiando em sua mão antes de responder. Aquilo era muito complicado, tinham muitas coisas das quais ela não lembrava.

— Marinette... Você é uma das melhores! Te muitas coisas das quais você não se lembra e acho que precisa de um tempo até ter todas as respostas, ou só vai se confundir mais. Chat Noir irá procurá-la quando for um bom momento. Fique tranquila quanto a isso. Você poderá conversar muito com ele!

Adrien estava muito entusiasmado! Finalmente! Finalmente! Era uma pena que não tivesse todas as memórias, embora ficasse angustiado por não reconhece-lo. Mas não importava, que fosse um recomeço, se era uma segunda chance, por que não começar do zero? E pela primeira vez pensou que aquela situação era concreta eque quando Marinette estivesse totalmente curada poderia lhe devolver o miraculous da criação. Então teve algum receio, se desse a joia a ela, passaria a correr riscos com ele novamente. Se antes de saber quem era já tinha vontade de protege-la agora era quase uma obrigação! Jamais poderia deixar que se ferisse outra vez!

FatalitéWhere stories live. Discover now