Little Lady

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Após alguns minutos bebendo chá em silêncio.

Adrien: — Tudo bem Mestre Fu. Vou visitá-la e vou trazer o que me pediu. – Adrien começou a mover a cadeira para sair dali.

Mestre Fu: — Primeiro, pegue essa caixa – a caixa era idêntica à que havia encontrado meses antes de se tornar Chat Noir – dentro tem brincos de aparência igual a do miraculous desativado, para que ninguém note que ela está sem os brincos que usa há um ano... E leve também essa pulseira é o miraculous de Wayzz. – Mestre Fu tirava a pulseira para entregar ao garoto.

Adrien: — Talvez ela até aceitasse que alguém me ajudasse a cuidar de Paris, Mestre Fu. Mas tenho certeza que ela não aceitaria o seu miraculous...

Mestre Fu: — Adrien, ela confiava no meu discernimento. Tenho certeza que seu eu lhe pedisse para ficar com Wayzz ela faria sem me questionar. Wayzz gosta de bolinhos da lua, compro para ele na padaria dos pais da Marinette...

Adrien se sentia muito cansado para questionar. O que o Mestre Fu havia falado fazia algum sentido e como ele já não sabia mais como continuar há alguns dias, aquele pedido caia como uma luva naquela situação. Adrien fez um leve gesto com a cabeça e subiu para visitá-la no quarto.

Adrien: — O senhor irá me esperar aqui mesmo?

Mestre Fu: — Você não deseja escolher você mesmo sua nova parceira?

Adrien balançou a cabeça em negação. Não poderia escolher, não tinha nenhuma ideia de quem poderia ficar no lugar dela, ninguém conseguiria fazer o que ela fazia... Se pedisse a Alya, acabaria por entregar a identidade de Marinette e a sua própria. Era tão estranho e tão óbvio que fosse ela que não conseguia mais entender como não se descobriram antes.

Mestre Fu: — Tudo bem, te espero aqui.

[...]

Adrien bateu na porta do quarto para avisar que havia chegado. E quem estivesse por perto só poderia ouvir o silêncio em resposta. Todo dia trazia um lírio azul e trocava uma das flores, a mais antiga, que estivesse no vaso na mesa redonda que ficava no canto. Sempre haviam uns quatro ou cinco lírios. No momento não via ela por ali, apenas a Marinette deitada na cama.

Adrien: Tikki, precisamos conversar.

A pequena kwami saiu de trás dos aparelhos de onde costumava ficar escondida.

Plagg: — Tikki... Mestre Fu nos procurou antes de virmos para o quarto...

Tikki: — Ele quer que você leve o miraculous dela para ele, Adrien? – Olhando para o rapaz. Ele apenas concordou com a cabeça.

Plagg: — Adrien trouxe Wayzz, Tikki. O guardião quer que ele fique com a Marinette.

Tikki: — Mas, mas ...?! Oh Plagg! – Talvez Adrien não soubesse exatamente o que aquilo significava, mas ela sabia.

Adrien: — Eu... Tikki, você precisa se despedir dela para que eu possa trocar os brincos.

Tikki voou em direção a sua portadora, abraçou sua bochecha e fez carinho nos cabelos com suas pequenas mãozinhas. Quem entrasse no quarto, poderia acreditar que ela estava apenas dormindo. Fosse um conto de fadas, seria apenas necessário o príncipe dar lhe um beijo! Os poucos ferimentos externos visíveis já haviam cicatrizado naquele período de um mês sobrava ainda uma área levemente amarelada de onde o hematoma intenso do dia do acidente havia sumido. As pernas estavam cobertas e o jeito estranho que o tecido se dobrava denunciava que ainda estavam imobilizadas por baixo das cobertas. A pequena kwami chorava um pouco na despedida. E Adrien perguntou, com uma delicadeza incomum para ele naqueles dias.

Adrien: — Posso? — Se inclinando para retirar os brincos.

Ela apenas concordou com um aceno e logo havia sumido levada pelos brincos. As mãos de Adrien tremiam um pouco para colocar o outro par. Assim que prendeu os adereços, amarrou a pulseira e o pequeno kwami verde surgiu no quarto.

Adrien: — Plagg... vou ficar aqui com ela um pouco mais. Daqui a pouco descemos, ok?

Adrien se aproximou da cama como fazia todas às vezes, segurou brevemente a mão dela e acariciou sua franja. E ela apareceu, então, no quarto.

— Como possa aceitar a companhia de Wayzz assim? Ele é o kwami do Mestre Fu!

— Eu sei, Marinette, eu disse para ele que você não iria querer, mas ele insistiu.

— Droga! Se eu fizesse minha parte, se saísse dessa cama, isso não seria necessário!

— Não fale assim, foi tudo um acidente. E logo você estará melhor! — Wayzz se aproximou tentando entender com quem Adrien estava falando. — O Mestre Fu disse que ele gosta de bolinhos de lua e que encontro na padaria dos seus pais. Não precisa se preocupar, trarei todos os dias.

Wayzz olhou com uma carinha de interrogação para Plagg. Plagg apenas deu de ombros e fez um sinal com a patinha girando próxima da orelha. E se afastaram para conversar um pouco de forma mais privada enquanto Adrien conversava com Marinette.

Wayzz: Ele está mal, né?

Plagg: Você não viu a pior parte... Não viu depois das batalhas. Depois que ele pega um akuma. Já nem sei mais como não notam na casa dele ou na escola. Espero que o Mestre Fu ache logo uma Ladybug, espero que ela possa ajudar ele pelo menos nessa parte...

Wayzz: Ele já tem uma pessoa em mente, Plagg. Você sabe que agora ele não teria muito tempo para procurar.

[...]

E não foi no primeiro dia, mas logo em seguida. Enquanto Chat Noir usava seu bastão dando uma rasteira no akumatizado e virando o bastão em alta velocidade espatifando o objeto no ar. O akuma voou e Chat estava pronto para agarrá-lo com as mãos quando viu Ladybug surgindo em seu campo de visão girando o ioiô e aprisionando o akuma. Primeiro pensou que fosse ela, então notou que não poderia ser.

Ele nem havia percebido quando Ladybug tinha surgido, pois, seu foco sempre era apenas no akumatizado durante as lutas, não podia ser pego nem podia falhar por não ter backup. A garota já havia usado o Lucky Charm e no momento que a viu jogar o objeto para cima abriu o maior sorriso do último mês! Não era possível! Marinette tinha melhorado?! E não pensou em mais nada. O enxame de joaninhas cobria todo o local de batalha reparando todas as coisas quebradas e devolvendo tudo para seu lugar.

Sentiu seu corpo ser suspenso por alguns segundos enquanto era envolvido pela luz e pelas joaninhas. Sentiu como se um fio fosse puxado de dentro de sua coluna até o topo da cabeça, e arqueou o corpo para trás com a sensação. Não era nada parecido com a dor que sentiu nas últimas batalhas sozinho. Mas era uma sensação estranha. O calor irradiava da coluna para todas as partes do corpo e sentiu um leve ardor na cabeça quando poucas dezenas de borboletas brancas voaram depois de "brotarem" do seu uniforme.

E quando seus pés voltaram a tocar o chão, não conseguia sustentar o peso, então ficou de joelhos e abraçou as pernas da Ladybug dizendo.

Chat Noir: — Você não tem ideia do que fez por mim, – E olhou em seus olhos, notou que não eram os mesmos, mas naquele momento, aquilo não importava. – Little Lady!

FatalitéWhere stories live. Discover now