Guilty

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Detroit, Michigan.

POINT OF JULIETA SMITH

Duas semanas depois...

— When I find myself in times of trouble. Mother Mary comes to me. Speaking words of wisdom, let it be... – Ouvi a cantoria de um detento, que chegou há algumas horas por dirigir embriagado.

Coloquei meu antebraço sobre os meus olhos, os fechando. Minha garganta se formara um nó, era difícil de desfazê-lo, tudo que eu queria fazer era chorar. Engulo á seco, tentando engolir o nó e expulsar o choro que se formava.

— Smith, seu almoço! – O guarda bateu o cassetete na grade, chamando minha atenção. Fico de pé, sentindo dores em minhas costas pelo colchão ser tão duro. Peguei a bandeja, sentando na cama e colocando ela sobre minhas pernas. Era algo estranho, com cheiro de aveia e um pote de salada de fruta.

Dei a primeira garfada, não sentindo gosto algum. Continuei comendo, mesmo que embrulhasse meu estômago por ser uma massa pastosa. Terminei de comer e tomei o suco, deixando a salada para mais tarde.

Encostei-me na parede, deslizando até o chão e encostei minha testa nos braços, me encolhendo e buscando lembranças, era como eu fazia para não sentir dor.

— Eu perdi a minha calcinha. – Murmurei o fazendo gargalhar. — Não deveria ter jogado.

— Relaxa, não aparece nada.

— É desconfortável.

— Devo imaginar. – Luke concordou.

— Sabe quem a pegou?

Balança a cabeça, assentindo.

— Quem? – Sigo seu olhar e para em Justin. — Ele não faria isso.

— Ele fez. – Cruzou os braços sobre o peito. — Um cara tinha pegado, mas Justin o ameaçou dizendo que o mataria, senão desse sua calcinha para ele. Depois você me diz que ele não sente nada.

— Ele não sente o mesmo. – Dei de ombros.

— Se você diz...

Soltei uma risada, envolvendo meus dedos na raiz do meu cabelo, massageando. Eu sentia saudades de Luke e Lauren, se naquele dia me dissessem que eu estaria aqui, jamais teria acreditado. A vida é um flash, em um momento você está se divertindo com seus amigos e no outro tudo ao seu redor desmorona em um estalar de dedos. Tudo perde o seu controle e você se vê encurralada em aceitar os estragos.

[...]

Dia do Julgamento.

— Smith, levante logo! – O guarda Robert bateu na cela com o cassetete, criando um barulho alto.

Levantei da cama, sentindo minhas costas doerem e meus ossos estalarem. Amarrei meus cabelos em um coque, não aguentando mais estar nesse lugar. Fiquei parada perto da porta, ele a abriu e dei alguns passos, ficando de costas para ele e senti as algemas fria me prendendo.

Outra vez.

O guarda foi me empurrando, passei pelas celas, ouvindo os comentários desrespeitosos e maliciosos ao meu respeito, sai pela porta da frente e meus olhos doeram pela claridade, fechei os olhos com força, evitando olhar para o sol e isso resultou com que quase caísse na escada. Robert me deu um tranco no braço, de repreensão.

Abstinence | CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora