Prisoner

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Presídio de Michigan.

POINT OF VIEW JULIETA SMITH

— É com grande honra, que eu nomeio o policial Sebastian Hayes como o novo chefe do Presídio Máximo de Michigan. – Os outros policiais bateram palma, mas as mulheres continuaram intactas. Hayes subiu no púlpito, respirando fundo e seus olhos encontram os meus por frações de segundos.

— Em duas semanas tivemos dias que marcaram a vida de todos nós. Não foi uma luta fácil e ela ainda não está concluindo. Muitas mulheres sofreram e ainda sofrem, não poderá ser apagada a violência que sofreram, mas podemos lutar ao lado disso. Como novo chefe do Presídio, eu não farei promessas, mas sim ações. – Entrelacei minha mão com Courtney, que tinha os olhos fundos pelas noites em claro ainda. — A segurança será reforçada, o presídio será aumentado para o uso de atividades para os homens e mulheres, especialmente as mulheres.

— Quando eu me tornar chefe, tudo vai melhorar. – Murmurou Sebastian, enquanto me guia pelo corredor até o pátio.

— Não, Hayes, não vai. – Paro subitamente, encarando-o nos olhos azuis. — Você será chefe e eu, prisioneira. Isso, se continuarmos, vai destruir uma carreira que mal começou.

— Eu não ligo.

— Mas eu sim! – Aumentei o tom de voz, diminuindo em seguida. — Eu não posso mais destruir a vida de ninguém.

— Do quê está falando?

— Não podemos mais continuar com isso.

— Se pensa que eu vou desistir de você, está enganada. – Voltamos a caminhar. — Como chefe eu posso tornar seus dias melhores aqui.

— Por 13 anos? Não vai poder me proteger sempre, Sebastian.

— Não duvide de mim.

— Obrigada pela atenção de todas. – Bati palmas para ele, enquanto todas as detentas se espalhavam pelo pátio para tomar um banho de sol.

Caminhei para perto da arquibancada, sentando em um degrau junto das garotas. Ainda era difícil se esquecer daquela fatídica noite, ninguém conseguia pregar os olhos temendo ser o novo ou o velho alvo. Estávamos todas no mesmo barco furado, afundando. Abracei Courtney, que escorregou descansando sua cabeça em minhas pernas enquanto Phoenix ficou em nossa frente, apenas avaliando.

— Eu tenho vontade de invadir a ala masculina e matar todos eles! – Murmurou com a voz carregada de raiva.

— O que ganharam com a rebelião? Nada!

— Os idiotas dos gêmeos Simon conseguiram fugir, mas os outros ficaram. Adiantou algo? – Alessia perguntou.

— Adiantou. Eles comeram mulheres. – Courtney disse, de uma maneira fria. — Eu nunca senti tanta humilhação e ódio.

— Se a justiça ainda funcionar, eles vão pagar pelo o que fizeram Courtney. – Afaguei seu ombro.

— E se não funcionar?

— Então faremos com as próprias mãos. – Alessia disse e tive que concordar.

— Já ficarei 15 anos, que mal tem pegar mais 15? – Brinquei e pela primeira vez, elas riram. — Qual é, garotas.

Abstinence | CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora