blue diary | nomin

08

"(...) e meu cachorro comeu um dos meus sapatos. Era um dos meus favoritos, fiquei bem bravo na hora, mas eu desculpei ele porque amo meu cachorro e jamais brigaria com ele por causa do meu sapato"

— Oh, meu Deus! Você não brigou com o Momoko por causa do seu sapato. — mencionou Jaemin com o caderno sobre suas mãos, enquanto brevemente ria.

Lee Jeno naquele instante retirou sua camiseta para colocar a de seu pijama e Jaemin, que não era burro, talvez não estivesse quase evidentemente observando quando levantasse seu olhar para o rosto de Jeno, assim que falasse com ele.

— Ele era bebezinho. — vestiu sua camiseta, observando o garoto por baixo — Amava o Momoko, nunca briguei com ele por causa de um sapato. — olhou para os olhos de Na já sobre sí enquanto sentado sobre um dos colchões do outro lado do quarto, com um sorriso nos lábios.

— Você escreveu exatamente isso. —  sorriu meigo de volta para Jeno e fechou aquele adorável diário, já que teria acabado de ler aquele capítulo a pouco tempinho.

O mais velho, depois de vestido, pegou seu celular e andou até Jaemin. Ele se sentou no colchão e aconchegou sua cabeça sobre o colo do mesmo. 

Na Jaemin começou ali a acariciar os cabelos negro de Lee Jeno. Era lindo a forma como se encaixava em seus dedos e a forma em como eram sedosos e cheirosos. 

— Gosto do seu cabelo. — fez um beicinho de modo infantil com seus belos olhos castanhos fixados sobre aquele maravilhoso cabelo.

Jeno logo que teria notado aquele ato de Jaemin, largou seu celular sobre seu abdômen e fechou os olhos sentindo com mais atenção o toque tão suave que Jaemin mantinha na ponta de seus dedos. 

— Seu carinho é muito bom. — olhou para o garoto — Suas mãos são delicadas, me deixa relaxado. 

— Fairy hands. — soltou um riso curto e bobo — Obrigado pelo o elogio em relação a minhas mãos. — sorriu olhando para o mais velho sobre o seu colo e se prendeu nos detalhes de seu semblante.

Jeno era muito belo e tinha um rosto tão angelical aos olhos de Jaemin. Era a pessoa mais bela que tinha visto até então na sua vida.

— Me diga. — suspirou fundo, puxando assunto — Estamos no meio de nossos dezesseis anos, o que deseja fazer daqui mais algum tempo? — Jaemin murmurou baixo, roubando um riso do melhor amigo — Sei que ainda é cedo para pensar nisso, mas o que realmente importa para você agora?

— Eu quero sair de casa, óbvio. — respondeu de forma dinâmica e engraçada, causando outro espasmo de risadas no mais velho — Não aguento aquele lugar. Quero ajudar a minha mãe a sair de lá também e se livrar daquele homem horrível que lhe atormenta a tantos anos.

— Como pretende fazer isso? — questionou outra vez. Jaemin no mesmo instante pestanejou — Penso muito no futuro, eu preciso saber se sou o único preso no chão, sem saber como se locomover. — justificou, levantando seu torço e ficando de frente para Jaemin.

— Está fazendo perguntas difíceis, menino bonito. — respondeu simplista, sem forçar nenhum semblante direto demais. — Relaxa... — quando uma mecha de cabelo foi em contato com os olhos de Jeno, Jaemin a retirou dali em um toque tão delicado e calmo, que o mesmo talvez nem teria notado. 

— Não faz isso. — pediu sem graça, tornando a curiosidade de Jaemin à tona.

— O que foi que eu fiz, por acaso? — levantou uma suas sobrancelhas sem entender o motivo daquela reação de Lee Jeno, voltando a cuidar das mechas rebeldes que buscavam sair a todo instante de onde estavam.

— Você ficou muito bonito de repente. — respondeu firme, sem graça.

Antes Jaemin fez um carinho em seus cabelos, mas agora faria em seu rosto. Era um absurdo a forma como Jeno se sentia quando estava com seu melhor amigo, era idiota para ele.

— Fica quieto um pouquinho. — aquele mais novo suspirou fundo e continuou com o que fazia, sem tirar seus olhos do mais velho, correspondidamente.

Nesses momentos, Jaemin não queria pensar em mais nada a não ser no dia em que se conheceram.

No dia em que era meio chato e Jeno era ainda muito desconhecido para si. Faz tanto tempo que isso ocorreu, mas parece que foi em um piscar de olhos.

Parece que Jaemin viu o mesmo ainda pequeno, e de repente olhou novamente para Jeno e lhe viu analisando seu rosto com atenção, deixando outra vez naquele mesmo dia um clima estranho se instalar entre eles. 

Jaemin fechou seus olhos e respirou fundo, sentindo em questão de pouco tempo, o rosto daquele outro de cabelos morenos junto do seu, tocando a ponta dos narizes e encaixando um ao outro naturalmente.

Eles estavam tão perto um do outro quanto nunca estava, e aquilo ao mesmo tempo que parecia novo, era uma mistura de milhões de sentimentos ruins e bons, ao mesmo tempo.

Quando o ar já se faltava entre eles, naquela distância indicada, Jeno riu sôfrego e cansado, sendo o único motivo e razão para Jaemin tomar aqueles lábios em um único selar, longo e cheio de sentimentos.

Não existia mais nada, hipótese ou motivo para aquilo ter que ser inevitado. Era a sensação mais única e inexplicável que já teriam sentido na sua vida.

Mas quando os rostos se separaram, e o único estalo foi instalado, eles se olharam sem entender o que teria acabado de acontecer.

E dois toques foram escultados na porta, e quando olharam para o lado, ali estava a mãe de Jeno, os observando, com um olhar ainda desconhecido. 

— Espero não estar atrapalhando... — riu e colocou algumas toalhas em cima da comada ao lado da porta. Os meninos sentiram suas bochechas corarem em uma sincronia perfeita e logo se separam mais que possível para não ficar tão mais estranho do que estava — Ah, Jeno! Irei sair agora com seu pai, pode cuidar de Chaewon? 

— Claro! Eu posso sim... — se levantou sem, pegou as toalhas acima da comada e guardou no guarda roupa. Que situação mais curiosa.

Na Jaemin teria dado o seu primeiro beijo, mas não sabia o que sentia em relação aquilo.