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Depois de uma longa saga de lágrimas no quarto, desci as escadas e fui até a cozinha, ajudar minha mãe com o jantar. Mesmo que estivesse triste e frustrado o suficiente, ainda poderia permanecer sorrindo. Talvez isso me ajudasse a esquecer o ocorreu logo pelo fim de tarde.

— No que posso ajudar, minha queen? — sorri olhando entre a porta para a baixinha.

— Pode cortar as cenouras? — ligou a torneira, lavando as mãos e enxugando em sua roupa. Vi minha mãe correr rápido para o fogão, começando a mexer a colher de madeira na panela com molho. 

Caminhei também até a pia, lavei minhas mãos para mexer com os legumes. Peguei uma faca e coloquei os denominados por cima da tabua de cozinha, me preparando para as picar.

— Você sabe se Yeojin foi a aula? — indagou séria e intrigada.

— Acho que não. — certo, era um pouco impossível não se lembrar de Jeno.

Qualquer coisinha me lembrava ele, até mesmo a porra de uma cozinha. São nessas horas que percebo o quão preso ao Jeno me tornei conforme tempos calado.

— Bom, acho que alguém fará dezoito anos na mesma série... De novo. 

— Tenta dar um desconto. Acho que Yeojin tem uma vida fodida. — suspirei pesado — Ela não tem bons exemplos, está seguindo o que a tia trouxe pra dentro de casa. Não acha o mesmo? 

— É, pode ser que ela tenha.— riu brevemente, abafado — Filho, você está me transmitindo aldo estranho. Aconteceu algo hoje na escola? — questionou receosa. 

— Não. — mas na realidade sim. Eu queria tanto contar tudo pra minha mãe naquele momento.

Mas era tanta coisa. Eram tantos detalhes a se considerar naquilo tudo. Eu não sabia se era bem o vilão da história, contudo me sentisse um idiota.

Eu apenas queria chorar. Gostaria de desabar em choro num abraço e depois pedir pra dormir de mesmo modo comigo. De tanto sugerir isso para mim mesmo, eu acabei... Apenas...

— Você está chorando? — se aproximou, olhando para mim, de perto. 

Eu não podia deixar ela preocupada. Merda, Jaemin. Você só faz merda! Nem a droga de um choro consegue engolir.

— São as cebolas. — passei meu anti-braço sobre os olhos, enxugando antes que caíssem sobre o restante de meu rosto. 

— Querido, você esta cortando cenouras. — segurou o riso. Naquele momento, larguei tudo o que estava fazendo e então desabei no choro. Tudo me doía, eu não podia fazer mais nada. — Oh, meu bebê... — me puxou para um abraço, caloroso e apertado.

Foi ali naquela cozinha que desabei por Lee Jeno. No fim de uma tarde difícil. Foi ali.

blue diary | nominWhere stories live. Discover now